Depois que o Banco Central rompeu a lógica do "mercado" e baixou os juros, a campanha dos banqueiro tem sido arrasadora. Primeiro, bateu-se no governo porque o Banco Central teria perdido sua "autonomia", ou seja, o BC teria que continuar servindo aos banqueiros, não ao governo.
Depois que vários analistas disseram que a decisão foi correta devido ao aprofundamento da crise econômica nos países ricos, mudou o eixo do ataque: agora é a "escalada de alta" do dólar, que vai encarecer os importados, e assim destruir a âncora cambial que segura os preços no mercado interno.
Até o menino que vende balas no sinal sabe que ao apontar o viés de queda de juros, haveria uma acomodação nos diversos segmentos do mercado. Capitais migrariam dos títulos públicos para ações, e os estrangeiros poderiam repatriá-los pela perda de atratividade. Momentaneamente, o dólar teria mais procura por este motivo, e como manda a lei da oferta e da procura, subiria de preço.
Nada mais natural na economia, e nada sistêmico, como a Globo tenta empurrar na patuléia, para fazer o discurso da irresponsabilidade do governo diante do cenário de alta de inflação para dizer que a solução está na elevação da taxa de juros. O Brasil tem reservas gigantescas em dólares, e o BC, mesmo diante de um ataque especulativo contra a moeda, poderia destinar uma pequena parte à venda no mercado, esfriando as cotações. E poderia atuar junto à demanda, baixando o IOF sobre certos investimentos. Tudo muito tranquilo, sem pânico. A Globo acha que não.
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