quarta-feira, 28 de setembro de 2011

HOAX : A carta do empresário de São Leopoldo

De tanto receber um e-mail do tipo "repasse a todos" com a carta atribuída a um empresário de São Leopoldo, onde diz ter pago cursos de capacitação aos funcionários da empresa de bombas Geremia e ter sido multado pela fiscalização da previdência social por considerar o desembolso como verba salarial, e ter cobrado o pagamento do INSS respectivo, resolvi fazer o que os outros não fizeram: checar a veracidade da informação. A carta ganha contornos de indignação com o apelo contra a burocracia que dificultaria a competitividade com empresas estrangeiras, por isso, diante dos absurdos que conhecemos na tributação, a princípio consideramos o desabafo como algo crível e razoável.

No entanto, uma simples busca à revista Exame, citada por quem reproduziu o texto, mostra que a mensagem verdadeira acaba no final das letras azuis do e-mail, e mesmo ao texto publicado na revista foram enxertadas frases para aumentar a dramatização. No final, vem o lero-lero do empresário ter vindo de família pobre, ter sonhos de comprar uma Mercedes, etc. Nada disso estava na carta publicada pela Exame, caracterizando uma fraude ao texto original que, infelizmente, meus incautos amigos me repassam com afirmações de apoio corroborando a indignação com algo que é uma montagem descarada sabe-se lá com quais objetivos.

O autor da montagem propõe, como se fosse o empresário, que se troque políticos corruptos por mais professores, algo de forte apelo entre os que não sabem sequer buscar a veracidade dos documentos que recebem e acabam votando nessas pragas que infestam o nosso congresso como se fossem gente boa. Uma lida na íntegra do Hoax mostra a intenção de colocar essas palavras na boca do empresário. Se a carta original continha isso, deveria ter sido explicitado que apenas parte dela foi publicada na Exame. Duvido muito, pois na revista o texto pareceu equilibrado, consistente nas reclamações do empresário, e o que veio no Hoax foi algo destemperado, emotivo, piegas.

Se foi por causa da multa ou não, a empresa que fabrica bombas na área de petróleo e gás faz parte desde 2008 da Johnson Screens, subsidiária da multinacional Weatherford, e não deve mais pertencer ao empresário indignado. Sua queixa foi feita em 25/09/1996, ou seja, há 15 anos, à revista Exame, na matéria "Eu sou um fora-da-lei". Ou seja, este hoax está circulando como se fosse novidade com uma informação de 15 anos atrás! Na época, para os de curta memória, era o governo de FHC I, mas o apelo que antecede o texto parece querer culpar os governos mais recentes pelo "descalabro" denunciado pelo empresário.

De lá para cá, nada parece ter mudado na legislação trabalhista, que considera a educação custeada pelo empregador uma utilidade não salarial, desde que atenda a certos parâmetros que a isentem de recolhimento de contribuições à previdência. Caso contrário, pode ser interpretada como salário indireto, ou seja, como artifício para remunerar melhor os profissionais sem recolher para a previdência, e cair na base de contribuição ao INSS. Como ninguém sabe o que o fiscal viu por lá, e pelo visto o empresário chiou mas pagou e somente a sua versão foi conhecida pela carta, persiste a dúvida sobre a procedência ou não da tributação. Segue abaixo a baboseira:


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ISTO TEM QUE SER REPASSADO,PARA TODO O PAÍS.

.}

Tem que ler e divulgar...vale a pena!!


ESSA MERECE SER COLOCADA NA FRENTE DE UM VENTILADOR PARA SER ESPALHADA POR ESTE NOSSO BRASIL!

É lamentavel , mas infelizmente é verdade...

São Leopoldo tem um dos menores índices de analfabetismo e de mendicância do país, talvez por causa de homens como este!

EMPRESÁRIO DE SÃO LEOPOLDO

Silvino Geremia é empresário em São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul.

Eis o seu desabafo, publicado na revista EXAME:

"Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar a vida das pessoas que tocam e fazem este país: investir em Educação é contra a lei .

Vocês não acreditam?

Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos para extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita pesquisa.

Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os Estados Unidos e o Canadá.

Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo.

Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia a educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um varredor ou um técnico.

Este ano, um fiscal do INSS visitou a nossa empresa e entendeu que Educação é Salário Indireto.

Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores que pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos funcionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo não recolhimento ao INSS.

Tenho que pagar 26 mil reais à Previdência por promover a educação dos meus funcionários?

Eu honestamente acho que não.

Por isso recorri à Justiça.

Não é pelo valor em si , é porque acho essa tributação um atentado.

Estou revoltado.

Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu seja multado 1000 vezes.

O Estado brasileiro está completamente falido.

Mais da metade das crianças que iniciam a 1ª série não conclui o ciclo básico.

A Constituição diz que educação é direito do cidadão e um dever do Estado.

E quem é o Estado?

Somos todos nós.

Se a União não tem recursos e eu tenho, acho que devo pagar a escola dos meus funcionários.

Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado.

Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele não faz.

Se essa moda pega, empresas que proporcionam cada vez mais benefícios vão recuar..

Não temos mais tempo a perder.

As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com a realidade devem ser revogadas.

A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem adequar-se aos novos tempos.

Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz.

E vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem rouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro algum.

Eu Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muito estudo.

Somente consequi completar o 1º grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiro emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei uma escola técnica de eletromecânica.

Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei o curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo.

Eu precisava fazer minha empresa crescer.

Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar.

Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo.

A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitos funcionários já estão chegando à Universidade.

O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais.

Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe.

Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na Justiça.

Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de crescer...

E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa oportunidade.

O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na nossa Empresa Geremia.

No mínimo, ele trabalhará mais feliz.

Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz.

Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados.

Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado Duas Mercedes.

Teria mandado dinheiro para fora do País e não estaria me incomodando com essas leis absurdas .

Mas infelizmente não consigo fazer isso.

Eu sou um teimoso.

No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendo questionado, cabe uma outra pergunta.

Quem vai fazer no seu lugar?

Até agora, tem sido a iniciativa privada.

Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido o mesmo tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é dever do Estado.

As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonar seus programas educacionais.

Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos de seus funcionários.

Não é o meu objetivo.

Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito de eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais precioso:

as pessoas.

Eu sou mesmo teimoso!...

Não tem jeito...

"No futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes.
Na educação é o 85º e ninguém reclama..."

EU APOIO ESTA TROCA

TROQUE 01 PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES

O salário de 344 professores que ensinam =ao de 1 parlamentar que rouba

Essa é uma campanha que vale a pena!

Repasso com solidária revolta!

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