Nesta viagem passei por 8 países antes de chegar à Itália, entre eles 3 que usam o Euro como moeda: Áustria, Alemanha e Eslovênia. O mais caro tinha sido a Alemanha, com os preços um pouco acima dos praticados no Brasil. Isso em supermercados de Munique, que já é numa região cara. Na Eslovênia as coisas estavam mais ou menos iguais. Em Viena, também um pouco mais caras. Isso fora de áreas turísticas. No Leste Europeu, chegamos a ver garapas, como na Bulgária, com tudo bem barato, e nos demais, inclusive em Moscou, preços menores ou iguais aos do Brasil. Sempre fora das áreas turísticas.
Chegando à Itália tomamos um susto com os preços. A princípio pensamos ser pelo turismo, mas fomos a supermercados mais afastados do centro e vimos que os preços estavam realmente muito altos. Os melhores preços, nas cidades onde passamos, eram praticados pelos supermercados de cooperativas, mesmo assim um pouco mais alto que os preços brasileiros. Como a gente anda nos lugares e tem a impressão de que tudo está parado, pois as lojas estão vazias e não há movimento em geral, dá para se notar que a crise italiana vai além do déficit público. Tudo está muito caro, eliminando o poder aquisitivo do italiano.
Nas conversas com algumas pessoas havia uma unanimidade: quando o Euro foi adotado, substituindo a Lira, os preços praticamente dobraram, e não houve acompanhamento pelos salários. Num primeiro momento houve queda de alguns preços pela maior entrada de importados, mas com o tempo ficou a grande perda. O governo não consegue fugir das imposições da Comunidade Européia e cada vez mais faz concessões que impedem a retomada do crescimento.
A Itália não é o país mais caro da Europa, mas o fato de seus preços estarem sem condições de concorrer com os países mais poderosos do bloco provoca a desindustrialização, passando a viver de turismo e da exportação de produtos agro-industriais. Turismo é um serviço fortemente sensível à crise econômica global, por ser algo adiável, supérfluo. Na Grécia, com a crise explodindo em descontentamento popular, o turismo caiu fortemente, e o mesmo pode acontecer com a Itália.
Em 1995, antes do Euro, viajei a diversos países europeus e a Itália era o mais barato, sendo a Alemanha o mais caro. De lá para cá não é visível o melhoramento na infra-estrutura do país mesmo com maior aderência ao bloco europeu. As auto-estradas são as mesmas de 16 anos atrás, com alguns melhoramentos. O transporte ferroviário foi parcialmente privatizado e encareceu muito. Os imóveis estão muito caros.
Não há política energética, e o país depende de gás da Rússia, de eletricidade da França e de petróleo que tenta conquistar na Líbia. Ainda resiste o "welfare state" na previdência, nos serviços médicos e educação, cada vez mais ameaçado pelas exigências privatizantes dos programas de recuperação do FMI. Não sei como sobrevivem, mas uma coisa pareceu clara: se mexerem no pouco que ainda sustenta uma parte da população perante a carestia, a Grécia vai parecer coisa de amador em termos de agitação social.
Chegando à Itália tomamos um susto com os preços. A princípio pensamos ser pelo turismo, mas fomos a supermercados mais afastados do centro e vimos que os preços estavam realmente muito altos. Os melhores preços, nas cidades onde passamos, eram praticados pelos supermercados de cooperativas, mesmo assim um pouco mais alto que os preços brasileiros. Como a gente anda nos lugares e tem a impressão de que tudo está parado, pois as lojas estão vazias e não há movimento em geral, dá para se notar que a crise italiana vai além do déficit público. Tudo está muito caro, eliminando o poder aquisitivo do italiano.
Nas conversas com algumas pessoas havia uma unanimidade: quando o Euro foi adotado, substituindo a Lira, os preços praticamente dobraram, e não houve acompanhamento pelos salários. Num primeiro momento houve queda de alguns preços pela maior entrada de importados, mas com o tempo ficou a grande perda. O governo não consegue fugir das imposições da Comunidade Européia e cada vez mais faz concessões que impedem a retomada do crescimento.
A Itália não é o país mais caro da Europa, mas o fato de seus preços estarem sem condições de concorrer com os países mais poderosos do bloco provoca a desindustrialização, passando a viver de turismo e da exportação de produtos agro-industriais. Turismo é um serviço fortemente sensível à crise econômica global, por ser algo adiável, supérfluo. Na Grécia, com a crise explodindo em descontentamento popular, o turismo caiu fortemente, e o mesmo pode acontecer com a Itália.
Em 1995, antes do Euro, viajei a diversos países europeus e a Itália era o mais barato, sendo a Alemanha o mais caro. De lá para cá não é visível o melhoramento na infra-estrutura do país mesmo com maior aderência ao bloco europeu. As auto-estradas são as mesmas de 16 anos atrás, com alguns melhoramentos. O transporte ferroviário foi parcialmente privatizado e encareceu muito. Os imóveis estão muito caros.
Não há política energética, e o país depende de gás da Rússia, de eletricidade da França e de petróleo que tenta conquistar na Líbia. Ainda resiste o "welfare state" na previdência, nos serviços médicos e educação, cada vez mais ameaçado pelas exigências privatizantes dos programas de recuperação do FMI. Não sei como sobrevivem, mas uma coisa pareceu clara: se mexerem no pouco que ainda sustenta uma parte da população perante a carestia, a Grécia vai parecer coisa de amador em termos de agitação social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário