terça-feira, 22 de novembro de 2011

Egito : Chegou a hora da verdade

Não adiantou muito a troca de seis por meia-dúzia no Egito : saiu um governo bancado pelos militares, de Mubarak, e entraram os militares sem intermediários. Ou melhor dizendo : com um primeiro-ministro de fachada, a quem caberia organizar um governo de transição para uma nova constituição democrática e eleições gerais. Para os Estados Unidos e Israel foi uma solução razoável, porque mantém os acordos de paz, deixa os partidos islâmicos fora do poder, e ganha-se tempo.

Acabou a lua-de-mel. Explodiu uma nova revolta porque os militares querem ser um poder acima dos demais. Já era assim, só que agora caiu a ficha. A repressão matou somente ontem 33 pessoas, um placar digno de Siria. Os civis do governo entregaram os cargos, em retaliação ao massacre. As eleições parlamentares marcadas para a próxima segunda-feira estão correndo risco de não acontecer. E as de presidente... empurradas para a frente, sem data!

Derrubar Mubarak foi fácil. Era só um anel, e foi entregue para preservar os dedos. Agora o povo egípcio vai bater de frente com o poder armado, com possibilidade de grandes massacres, se um novo acordo político não vier logo, submetendo os militares ao poder civil democrático e com o calendário eleitoral explícito, especialmente para eleições presidenciais. O governo militar já tachou as manifestações populares de "coisa de pistoleiros". O mesmo papo da Síria. A diferença é que no Egito os mortos serão "bandidos", e na Síria, o governo é que não presta. Lá tem petróleo...

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