terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Brasil : Gestão de portas arrombadas pelos ladrões

Desde que comecei a prestar atenção em jornais e TV uma notícia aqui e ali é repetitiva : "presa quadrilha que fraudou o INSS e deu um prejuízo de milhões". Desde sempre o governo investe em informatização, muda os sistemas, treina gente, audita tudo e a notícia sempre está aí...

Na semana passada pegaram no TRT 10a região de Brasília uma funcionária cedida que manipulava depósitos de ações judiciais nas contas de parentes e laranjas. Sozinha. O caso só foi descoberto porque uma advogada estranhou uma movimentação no processo e o dinheiro saiu por outra vara, daí ela comunicar aos juízes de ambas que descobriram a manobra. Na brincadeira, mais de R$ 7 milhões foram roubados.

Hoje foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto 7641, que impõe maiores controles e dá mais transparência aos contratos do governo federal com ONGS, depois dos escândalos que resultaram, em 30 de outubro, na suspensão de todos os repasses para auditagem. Mais uma porteira arrombada.

Incrível a má qualidade da administração pública (e porque também não dizer privada, porque há muito "malfeito" por lá também).  As faculdades de Administração formam todo ano milhares de profissionais com ferramental para melhorar a gestão de qualquer coisa, mas nos editais de concursos o que se vê é a aquisição de funcionários que seguirão carreira, e por méritos, bajulação ou QI (quem indica), um dia chegarão aos postos-chaves de direção. Isso se um apadrinhado de político não tomar o cargo por ser de confiança.

No caso do INSS, o que se vê é tapar um buraco e aparecer outros. A única diferença é que antigamente um ou dois bandidos davam o golpe. Agora a coisa tem que envolver uma complexa quadrilha por causa de senhas, pareceres, decisões judiciais, etc. Acredito que os casos tenham sido reduzidos ao longo do tempo, mas a simples existência de reincidências demonstra que há muito amadorismo dos tais "gestores", nome dado hoje a qualquer um que tenha um mínimo de aparência gerencial.


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