Todo dia recebo uma mensagem do Facebook dizendo que tem mais gente aguardando para ser confirmado como amigo ou amiga. Já são 65 pedidos, a grande maioria de pessoas que gostaria de ter contato numa rede social, mas não fiz nada pensando na privacidade dessa rede. Isso vem de antes do Julian Assange, fundador do Wikileaks, dizer que o Facebook é uma máquina de espionagem sofisticada, porque tem nomes, endereços, fotos, preferências e ligações entre as pessoas em bancos de dados acessíveis por serviços de inteligência.
Fiz um perfil no Facebook para ter um endereço onde as pessoas possam me encontrar. Prefiro fazer contato e pegar os e-mails para fazer ter acesso direto que conversar pela rede social. Paranóia? Talvez. Hoje em dia você faz uma compra numa loja e do nada aparecem dezenas de telemarketings te oferecendo coisas, porque os dados não têm sigilo. Fora as "engenharias sociais", cada vez mais sofisticadas para aplicar golpes em quem deixa os dados muito expostos. Recomendo a leitura do livro do hacker Kevin Mitnick, "A Arte de Enganar", que mostra como o autor aplicou grandes golpes a partir da pesquisa de dados que as pessoas consideram banais, sem riscos, para ter idéia de onde se pode chegar a partir das suas informações.
Comecei a militar na política temendo entes como DOPS e SNI, ferramentas de espionagem da ditadura militar. Não que fosse algum ativista de maior interesse, não era tão "subversivo" para merecer uma ficha atualizada dos caras, mas em algumas situações considerei possível ter o telefone grampeado e serem de serviços de informação algumas pessoas que me abordavam em greves para tentar arranjar informações dos movimentos interessantes ao outro lado. Eles eram identificáveis em reuniões. Até jogar algum papel no lixo pode ser perigoso, num ambiente onde há interesse em espionagem. Por essas e por outras, sabendo do potencial dessas redes de bisbilhotagem, fui ficando de fora das redes.
Agora veio a notícia que derruba de vez a minha confiança no Facebook: por ter alterado configurações de privacidade dos usuários (andou fornecendo informações para empresas interessadas em oferecer produtos e serviços), sofreu investigação do Federal Trade Comision (órgão do governo americano que fiscaliza o comércio). Para escapar a sanções, o Facebook, a exemplo de acordo semelhante feito com o Google, aceitou abrir seus bancos de dados para auditorias independentes anuais, por 20 anos. É muita gente fuçando as informações, com o agravante do governo norte-americano estar por trás de tudo isso.
Se por lá eles dão valor à privacidade, no Brasil as pessoas de bem não se preocupam muito quando seus sigilos são quebrados por aqui. Exemplo: em 2001, a empresa Decidir.com, que tinha como sócias a filha do ex-governador de São Paulo José Serra e a irmã do banqueiro Daniel Dantas, a partir de um convênio com o Banco do Brasil sem licitação (Governo FHC), que detinha o Cadastro de Cheques sem Fundos (CCF), teve acesso a informações bancárias de 60 milhões de correntistas brasileiros, ao arrepio do sigilo bancário. Soubemos disso em 2010, a partir do factóide eleitoral da quebra de sigilo da filha do Serra, que virou um escândalo midiático, enquanto a notícia do devassamento dos dados dos outros 60 milhões de brasileiros não teve importância nenhuma para a grande imprensa. Hoje há um processo contra a Decidir.com por essa apropriação de dados por quebra de sigilo. Correndo em sigilo. De quantos outros casos de quebra de privacidade a gente não é vítima todos os dias, sem saber? Por que fazer isso espontaneamente nas redes sociais?
Fiz um perfil no Facebook para ter um endereço onde as pessoas possam me encontrar. Prefiro fazer contato e pegar os e-mails para fazer ter acesso direto que conversar pela rede social. Paranóia? Talvez. Hoje em dia você faz uma compra numa loja e do nada aparecem dezenas de telemarketings te oferecendo coisas, porque os dados não têm sigilo. Fora as "engenharias sociais", cada vez mais sofisticadas para aplicar golpes em quem deixa os dados muito expostos. Recomendo a leitura do livro do hacker Kevin Mitnick, "A Arte de Enganar", que mostra como o autor aplicou grandes golpes a partir da pesquisa de dados que as pessoas consideram banais, sem riscos, para ter idéia de onde se pode chegar a partir das suas informações.
Comecei a militar na política temendo entes como DOPS e SNI, ferramentas de espionagem da ditadura militar. Não que fosse algum ativista de maior interesse, não era tão "subversivo" para merecer uma ficha atualizada dos caras, mas em algumas situações considerei possível ter o telefone grampeado e serem de serviços de informação algumas pessoas que me abordavam em greves para tentar arranjar informações dos movimentos interessantes ao outro lado. Eles eram identificáveis em reuniões. Até jogar algum papel no lixo pode ser perigoso, num ambiente onde há interesse em espionagem. Por essas e por outras, sabendo do potencial dessas redes de bisbilhotagem, fui ficando de fora das redes.
Agora veio a notícia que derruba de vez a minha confiança no Facebook: por ter alterado configurações de privacidade dos usuários (andou fornecendo informações para empresas interessadas em oferecer produtos e serviços), sofreu investigação do Federal Trade Comision (órgão do governo americano que fiscaliza o comércio). Para escapar a sanções, o Facebook, a exemplo de acordo semelhante feito com o Google, aceitou abrir seus bancos de dados para auditorias independentes anuais, por 20 anos. É muita gente fuçando as informações, com o agravante do governo norte-americano estar por trás de tudo isso.
Se por lá eles dão valor à privacidade, no Brasil as pessoas de bem não se preocupam muito quando seus sigilos são quebrados por aqui. Exemplo: em 2001, a empresa Decidir.com, que tinha como sócias a filha do ex-governador de São Paulo José Serra e a irmã do banqueiro Daniel Dantas, a partir de um convênio com o Banco do Brasil sem licitação (Governo FHC), que detinha o Cadastro de Cheques sem Fundos (CCF), teve acesso a informações bancárias de 60 milhões de correntistas brasileiros, ao arrepio do sigilo bancário. Soubemos disso em 2010, a partir do factóide eleitoral da quebra de sigilo da filha do Serra, que virou um escândalo midiático, enquanto a notícia do devassamento dos dados dos outros 60 milhões de brasileiros não teve importância nenhuma para a grande imprensa. Hoje há um processo contra a Decidir.com por essa apropriação de dados por quebra de sigilo. Correndo em sigilo. De quantos outros casos de quebra de privacidade a gente não é vítima todos os dias, sem saber? Por que fazer isso espontaneamente nas redes sociais?
Não tem jeito. Todos/as estão dentro da matrix.
ResponderExcluirwww.quatrocantos.com.br
ResponderExcluirMentiras, meias mentiras, absurdos, factóides, e todas as outras aberrações que saem publicadas nos quatro cantos do mundo na internet.
Já existe há 8 anos.
Quando aparecer alguma menininha precisando de tratamento no estrangeiro, e pedindo sua doação, ou meramente que voce seja multiplicador da campanha, faça primeiro uma visita no site Quatro Cantos.
Abraços
Corrigindo:
ResponderExcluirWWW.QUATROCANTOS.COM (Não tem BR)
"Google+" ou "Google BUZZ"??? Nenhum deles!!!
ResponderExcluirA internet é um mal necessário, temos de aprender a conviver com ela e se precaver em relação ao que se fala e se publica, é como não poder beber antes de dirigir, o risco é grande, tanto para sofrer um ateque quanto para se cometer alguma ilegalidade involuntariamente.
O usuário terá obrigatoriamente que se acostumar a fazer seguro, ou seja: adquirir um internet security de qualquer desenvolvedor e aplicar em seu PC. Não existe mais aquela história de qualquer engraçadinho conseguir ficar escondido atrás do computador depois de aprontar alguma para terceiros.
Sou optante de utilizar alguns serviços do Google de forma moderada pelo conjunto das ferramentas que disponibiliza, mas sou crítico da mesma forma que não recomendo a ninguém fazer uso "Google+ ou do "Google BUZZ", são utilitários de alto poder rastreamento na mão de usuários que insistem em desconhecer os perigos da internet ou estejam mal intencionados.
Alguns analistas catastróficos já comparam a internet à Al Qaeda, uma organização aleatória sem pátria podendo ser utilizada pelo engodo de se estar fazendo o que é justo pela fé, ou outro qualquer interesse igualmente duvidoso.
Para um outro grupo de futurólogos, a internet tem tempo de vida limitado, sob duas vertentes: uma pelo escasseamento dos recursos energéticos, sem energia é igual a sem internet; outra por adquirir um poder tão ilimitado de sugestionamento e penetração, que será utilizada exclusivamente pelos dominantes financeiros ou governamentais em futuro próximo.
De qualquer forma, com futurólogos ou no perfil em que já se encontra, convém cada um se preservar de aborrecimentos, basta ser moderado no que fala e precavido em defender suas informações, mantendo sua privacidade em tese imaculada.