Apesar de ter viajado em outubro pela Itália de carro, até agora temo receber multas de trânsito por causa das armadilhas que têm por lá e que invariavelmente pegam turistas. Nas cidades tem as "zonas de tráfego especiais", que merecerão um outro post. Nas auto-estradas, o "safety tutor", que faz o controle de velocidades médias.
Na auto-estrada A1, que sai de Roma rumo a Bolonha, de tempos em tempos se vê um pórtico sobre a estrada com o aviso "controllo della velocitá con sistema Tutor", o que nos deixa intrigados. O que se vê, na prática, é os carros andarem a bem mais que os 110km/ permitidos, reduzindo ao chegar em frente às câmeras do pórtico, como é o comportamento dos que gostam de correr perante um radar normal. O sistema também existe em outras estradas administradas pela concessionária Autostrade per l'Italia (ASPI), totalizando mais de 2.000 km cobertos.
Muitos quilômetros de estrada adiante, vi uma mensagem em inglês dizendo "Tutor media speed control". Velocidade média! PQP! Ao chegar ao hotel vi na internet que o sistema é muito capcioso. De nada adianta correr entre os pórticos e reduzir como no radar, porque as câmeras coletam a placa do veículo e a hora, e entre os pórticos calculam a velocidade média. Além da velocidade instantânea, que também rende multa. E, claro, mandam diversas multas numa mesma estrada se o cidadão, local ou estrangeiro, não souber como a coisa funciona. O que resta aos que têm fé é rezar para passar 360 dias sem receber as multas, porque pelas leis italianas elas perdem a validade passado esse período.
Imagino o que os alemães não levam de multa por lá, afinal, Audis, Mercedes, BMWs e outros carros não foram feitos para andar devagar, e quem os possui anda em algumas auto-estradas da Alemanha usando todo o seu potencial. A velocidade média deles nessas estradas deve ser muito acima da permitida. Felizmente, estava com um carro bastante limitado, um Lancia Musa, que é 1.3, valente, sobe serra com força, mas grita e chora quando passa dos 130km/h. Ainda a favor da sorte estava o fato de chover tanto na ida como na volta pela A1, reduzindo o ímpeto de correr mais.
O tráfego da Itália, pelo que li, era indisciplinado e perigoso como o brasileiro. Agora no Natal a Polícia Rodoviária Federal brasileira comemora o sucesso da operação de controle nas estradas, que conseguiu reduzir em 20% em relação ao ano passado as mortes em acidentes, e em 14% os feridos. Mesmo assim, as 91 mortes em estradas federais no período são um número absurdamente alto em relação aos países mais desenvolvidos.
Nossas estradas agora são mais perigosas porque em boa parte foram recuperadas permitindo maiores velocidades. Quando estavam destruídas, ninguém conseguia andar rápido. Algumas são bem melhores que a A1 italiana, que parece uma Via Dutra com mais tráfego e pior conservação. As estradas italianas nada se parecem com estradas alemãs, austríacas, francesas, etc. Pelo menos as que conheci.
Segundo a ASPI, assim que implantou o sistema em 460 km de rodovias, a taxa de acidentes caiu 20% e a de mortalidade, 50%. Hoje a Itália tem a metade da mortalidade no trânsito em relação ao Brasil, com medidas adicionais como boa sinalização, cafezinho grátis durante a madrugada e principalmente foco gerencial na redução de acidentes. Eles pecam por não explicar como o sistema funciona, tornando-se indústria da multa especialmente em cima de turistas. Ainda mais agora, que a Itália está na pindaíba, precisando de dinheiro vindo de fora.
Na auto-estrada A1, que sai de Roma rumo a Bolonha, de tempos em tempos se vê um pórtico sobre a estrada com o aviso "controllo della velocitá con sistema Tutor", o que nos deixa intrigados. O que se vê, na prática, é os carros andarem a bem mais que os 110km/ permitidos, reduzindo ao chegar em frente às câmeras do pórtico, como é o comportamento dos que gostam de correr perante um radar normal. O sistema também existe em outras estradas administradas pela concessionária Autostrade per l'Italia (ASPI), totalizando mais de 2.000 km cobertos.
Muitos quilômetros de estrada adiante, vi uma mensagem em inglês dizendo "Tutor media speed control". Velocidade média! PQP! Ao chegar ao hotel vi na internet que o sistema é muito capcioso. De nada adianta correr entre os pórticos e reduzir como no radar, porque as câmeras coletam a placa do veículo e a hora, e entre os pórticos calculam a velocidade média. Além da velocidade instantânea, que também rende multa. E, claro, mandam diversas multas numa mesma estrada se o cidadão, local ou estrangeiro, não souber como a coisa funciona. O que resta aos que têm fé é rezar para passar 360 dias sem receber as multas, porque pelas leis italianas elas perdem a validade passado esse período.
Imagino o que os alemães não levam de multa por lá, afinal, Audis, Mercedes, BMWs e outros carros não foram feitos para andar devagar, e quem os possui anda em algumas auto-estradas da Alemanha usando todo o seu potencial. A velocidade média deles nessas estradas deve ser muito acima da permitida. Felizmente, estava com um carro bastante limitado, um Lancia Musa, que é 1.3, valente, sobe serra com força, mas grita e chora quando passa dos 130km/h. Ainda a favor da sorte estava o fato de chover tanto na ida como na volta pela A1, reduzindo o ímpeto de correr mais.
O tráfego da Itália, pelo que li, era indisciplinado e perigoso como o brasileiro. Agora no Natal a Polícia Rodoviária Federal brasileira comemora o sucesso da operação de controle nas estradas, que conseguiu reduzir em 20% em relação ao ano passado as mortes em acidentes, e em 14% os feridos. Mesmo assim, as 91 mortes em estradas federais no período são um número absurdamente alto em relação aos países mais desenvolvidos.
Nossas estradas agora são mais perigosas porque em boa parte foram recuperadas permitindo maiores velocidades. Quando estavam destruídas, ninguém conseguia andar rápido. Algumas são bem melhores que a A1 italiana, que parece uma Via Dutra com mais tráfego e pior conservação. As estradas italianas nada se parecem com estradas alemãs, austríacas, francesas, etc. Pelo menos as que conheci.
Segundo a ASPI, assim que implantou o sistema em 460 km de rodovias, a taxa de acidentes caiu 20% e a de mortalidade, 50%. Hoje a Itália tem a metade da mortalidade no trânsito em relação ao Brasil, com medidas adicionais como boa sinalização, cafezinho grátis durante a madrugada e principalmente foco gerencial na redução de acidentes. Eles pecam por não explicar como o sistema funciona, tornando-se indústria da multa especialmente em cima de turistas. Ainda mais agora, que a Itália está na pindaíba, precisando de dinheiro vindo de fora.
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