Desde criança nas aulas de geografia ouvi falar na tal "indústria da seca", processo de enriquecimento de oligarquias nordestinas através da interceptação de recursos públicos destinados a solucionar ou amenizar os problemas causados pelas longas estiagens. Até recursos destinados pelo governo à agricultura deixavam de ser aplicados, e depois havia o seguro para a perda total do que sequer foi feito. Ainda havia o ganho político: a necessidade extrema virava votos nas eleições a partir de pequenas migalhas concedidas pelos poderoros.
Hoje temos a "indústria da chuva", que ganhou espectro nacional. Prefeituras fazem vistas grossas à ocupação irregular em áreas de risco. Uma visão quase malthusiana, entendendo que a natureza fará o seu papel de eliminar os mais vulneráveis, reduzindo a população. Aí vêm as chuvas, que desde os tempos mais primórdios caem com maior ou menor frequência e as pessoas sabem os efeitos que produzem. Mesmo as maiores já tiveram alguma antecedente há muito tempo.
Tudo previsível. Encostas que todos sabiam que iriam cair vêm abaixo. Canais que todos sabem que não têm dimensões para escoar os fluxos de água simplesmente cumprem sua parte, transbordando. Galerias não são limpas, e lixo que deveria ter sido recolhido entope tudo, porque a prefeitura resolveu economizar dinheiro de garis. Centenas de mortos, milhares de desabrigados criam as condições emocionais para a solidariedade e, principalmente, para a chegada de dinheiro para ações emergenciais e de longo prazo. Passa a chuva. Chega o dinheiro. Some o dinheiro. Nada é feito entre uma temporada e outra. Vem outra chuva e destrói o pouco que foi feito. Políticos e outros espertos dizem que o dinheiro foi todo empregado, mas nada adiantou, e que precisam de mais.
Como estão Nova Friburgo, Teresópolis, Branquinha e outras cidades arrasadas no ano passado? Na mesma. Ontem em Friburgo já houve uma grande chuva. Muitos municípios de Minas também já estão novamente se afogando. Enquanto milhares sofrem novas privações e correm risco de morrer, alguns poucos já fazem as contas de quanto vão lucrar em cima dos mortos e desabrigados neste verão.
Hoje temos a "indústria da chuva", que ganhou espectro nacional. Prefeituras fazem vistas grossas à ocupação irregular em áreas de risco. Uma visão quase malthusiana, entendendo que a natureza fará o seu papel de eliminar os mais vulneráveis, reduzindo a população. Aí vêm as chuvas, que desde os tempos mais primórdios caem com maior ou menor frequência e as pessoas sabem os efeitos que produzem. Mesmo as maiores já tiveram alguma antecedente há muito tempo.
Tudo previsível. Encostas que todos sabiam que iriam cair vêm abaixo. Canais que todos sabem que não têm dimensões para escoar os fluxos de água simplesmente cumprem sua parte, transbordando. Galerias não são limpas, e lixo que deveria ter sido recolhido entope tudo, porque a prefeitura resolveu economizar dinheiro de garis. Centenas de mortos, milhares de desabrigados criam as condições emocionais para a solidariedade e, principalmente, para a chegada de dinheiro para ações emergenciais e de longo prazo. Passa a chuva. Chega o dinheiro. Some o dinheiro. Nada é feito entre uma temporada e outra. Vem outra chuva e destrói o pouco que foi feito. Políticos e outros espertos dizem que o dinheiro foi todo empregado, mas nada adiantou, e que precisam de mais.
Como estão Nova Friburgo, Teresópolis, Branquinha e outras cidades arrasadas no ano passado? Na mesma. Ontem em Friburgo já houve uma grande chuva. Muitos municípios de Minas também já estão novamente se afogando. Enquanto milhares sofrem novas privações e correm risco de morrer, alguns poucos já fazem as contas de quanto vão lucrar em cima dos mortos e desabrigados neste verão.
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