sábado, 25 de fevereiro de 2012

Irã : Radicalismo religioso pode executar cristão

Se na Idade Média houvesse internet, praticamente todo dia haveria movimentos para evitar a morte de algum judeu, ateu, herege, bruxa, alquimista ou mouro nas fogueiras ou forcas da Igreja Católica. Como os tempos são outros e as pessoas só se lembram do que aparece na TV, o fato do momento é a possível execução de Yousef Nadarkhani, um iraniano que se converteu ao cristianismo e pregava sua fé por lá, confrontando o medieval estado teocrático. No país dos aiatolás, negar Alá é crime punível com a morte. São cerca de 300 mil cristãos, a maioria de origem armênia, que passam por perseguições do regime islâmico.

A ordem para a sua execução já teria sido expedida e pode ser até que já tenha sido enforcado. Os cristãos estão se mobilizando em orações e pedindo aos governos para pressionarem os aiatolás pela vida de Yousef. Apelos estão sendo feitos ao governo brasileiro para que intervenha junto ao governo iraniano a favor do cancelamento da execução. A pressão brasileira já foi importante para evitar a execução, por apedrejamento, da iraniana Shakineh Ashtiani. O então presidente Lula chegou a propor a extradição da mulher para o Brasil, onde receberia asilo.

Esse tipo de coisa deveria trazer á reflexão o papel das religiões no acirramento de conflitos, nas perseguições, nos preconceitos e na violência praticada a partir da intolerância. Se essas pessoas que se dizem temente a alguma divindade praticassem os preceitos dos seus deuses, não fariam guerras e respeitariam o direito de cada uma ter sua escolha. O fato é que, ressalvadas raras exceções, cada religião quer ser dona da verdade e catequizar os "infiéis", ou seja, os que não concordam com eles, a ferro e fogo. A história está cheia disso. Entramos no século XXI e as trevas medievais estão presentes, contrariando a racionalidade que deveria ser a base do entendimento da civilização rumo a um futuro de paz.



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