A maré não está boa para as revistas do esquema de mídia golpista. Depois de se fingir de morta por umas semanas, a VEJA voltou a atacar, desta vez dizendo que Lula procurou o ministro Gilmar Mendes, do STF, para pedir o adiamento do julgamento do Mensalão. Gilmar disse que o ex-ministro Nelson Jobim seria testemunha da tentativa de blindar Gilmar na CPI do Cachoeira em troca do adiamento. Jobim desmentiu. Jogada ao vento, mais essa mentira repercute nos esquemas Globo, Folha, Estadão e, claro, no PSDB e no que sobrou do DEM
A revista Carta Capital desta semana, numa reportagem de Leandro Fortes, mostra que Cachoeira também plantou informações na revista Época, do grupo Globo, para derrubar uma empreiteira concorrente da Delta em Goiás. A água de Cachoeira começa a entrar pelo portão da Globo. Agora até o vice de Dilma, Michel Temer, começa a aparecer como elo entre a Globo e o Planalto.
Encontros. Em três semanas, o vice-presidente e João Roberto Marinho jantaram duas vezes no Jaburu. Foto: Adriana Scapa/AE
Na tarde da terça-feira 22 um assessor do vice-presidente da República, Michel Temer, Márcio Freitas, fez uma ligação urgente para a redação em Brasília de Época, revista semanal da Editora Globo. Do outro lado da linha, o diretor da sucursal, Eumano Silva, ouviu a informação de que circulava um zunzunzum entre alguns repórteres da capital: a Polícia Federal havia localizado nos autos da Operação Monte Carlo interceptações telefônicas nas quais Silva e Idalberto Matias Araújo, o Dadá, combinavam a publicação de uma reportagem contra uma concorrente da Delta Construções, a empreiteira-mãe da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Freitas informou ainda a Silva sobre a suspeita de que as informações colhidas pela PF haviam vazado para CartaCapital. “Há o boato de que você está sendo demitido por isso”, disse o assessor de Temer ao chefe da sucursal de Época. “Eu não sei de nada, continuo diretor”, respondeu Silva, segundo relato do próprio Freitas.
A essa altura você já deve ter se perguntado sobre o motivo do interesse de um assessor do vice-presidente em conferir com o diretor de Época a veracidade ou não de um boato sobre suposta reportagem de revista concorrente. Simples: desde o início de maio, Temer tornou-se uma espécie de mensageiro da família Marinho. O vice de Dilma Rousseff tem ouvido e repassado os recados do grupo que comanda a Globo ao governo e aos integrantes da CPI do Cachoeira. E que pode ser resumido em um ponto: a mídia não pode virar alvo na CPI. Como naquelas brigas de gangue, vale o ditado “mexeu com um, mexeu com todos”. Isso inclui deixar de fora a mais explícita das relações do bando de Cachoeira com os meios de comunicação: aquela estabelecida com a revista Veja.
*Leia matéria completa na Edição 699 de CartaCapital, já nas bancas
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