Colunistas e economistas podem render muito material para esta seção. Basta ver as previsões que fazem, registradas na mídia, e comparar com o que efetivamente aconteceu anos depois. Aqui vai um desses casos. Achei uma pérola da VEJA com o título "A candidata com que sonham todos os candidatos do mundo", do colunista Augusto Nunes, de 07/02/10. Esse trecho diz tudo:
... "Os partidos de oposição têm sorte: Lula escolheu por eles a adversária ideal. Como sabem há meses os frequentadores da coluna, como não demorarão a perceber milhões de brasileiros, Dilma Rousseff é incapaz de comunicar-se com cada parafuso da cabeça em seu lugar. Mais grave ainda, não tem nada de proveitoso a dizer. O mais popular dos presidentes entre os institutos de pesquisas de opinião acha que elege um poste. Até uma Dilma."...
É pouco? O viés preconceituoso, que tenta desqualificar Dilma porque fez um discurso falando em mau português, rendeu mais esta afirmação:
..."Dilma é muito mais desastrada que Mercadante, muito mais arrogante que Marta e ainda mais bisonha que o filme. A cada discurso improvisado, a cada declaração em reuniões ou entrevistas, o país é reapresentado ao espetáculo aflitivo do orador sem rumo. O sujeito agride o predicado, o substantivo não cumprimenta o verbo, a concordância é chicoteada sem dó nem piedade, os gestos colidem com a garganta, a palavra volta na mesma linha sem ser chamada nem pedir licença, a voz vive inutilmente à procura do ponto seguro que não aparece. Lula trata o português com selvageria, mas é fácil entender o que está dizendo. Dilma é incompreensível."...
Para concluir, a previsão definitiva:
... "O professor de eleição vem reiterando que quem se opõe ao governo não tem discurso. Tem de sobra, mas nem precisa de muito. Basta explorar, com alguma competência e um mínimo de ousadia, o trunfo bem mais poderoso que qualquer discurso: a oposição ganhou de Lula a adversária com que sonham todos os candidatos do mundo."
Conclusão: ou o colunista errou porque não avaliou a conjuntura e escreveu de acordo com a sua linha política, ou a oposição é tremendamente incompetente e deixou Lula eleger um poste que não sabe sequer se comunicar. Aliás, o único poste que comunica é o que tem linhas telefônicas penduradas, assunto que a VEJA conhece bem.
... "Os partidos de oposição têm sorte: Lula escolheu por eles a adversária ideal. Como sabem há meses os frequentadores da coluna, como não demorarão a perceber milhões de brasileiros, Dilma Rousseff é incapaz de comunicar-se com cada parafuso da cabeça em seu lugar. Mais grave ainda, não tem nada de proveitoso a dizer. O mais popular dos presidentes entre os institutos de pesquisas de opinião acha que elege um poste. Até uma Dilma."...
É pouco? O viés preconceituoso, que tenta desqualificar Dilma porque fez um discurso falando em mau português, rendeu mais esta afirmação:
..."Dilma é muito mais desastrada que Mercadante, muito mais arrogante que Marta e ainda mais bisonha que o filme. A cada discurso improvisado, a cada declaração em reuniões ou entrevistas, o país é reapresentado ao espetáculo aflitivo do orador sem rumo. O sujeito agride o predicado, o substantivo não cumprimenta o verbo, a concordância é chicoteada sem dó nem piedade, os gestos colidem com a garganta, a palavra volta na mesma linha sem ser chamada nem pedir licença, a voz vive inutilmente à procura do ponto seguro que não aparece. Lula trata o português com selvageria, mas é fácil entender o que está dizendo. Dilma é incompreensível."...
Para concluir, a previsão definitiva:
... "O professor de eleição vem reiterando que quem se opõe ao governo não tem discurso. Tem de sobra, mas nem precisa de muito. Basta explorar, com alguma competência e um mínimo de ousadia, o trunfo bem mais poderoso que qualquer discurso: a oposição ganhou de Lula a adversária com que sonham todos os candidatos do mundo."
Conclusão: ou o colunista errou porque não avaliou a conjuntura e escreveu de acordo com a sua linha política, ou a oposição é tremendamente incompetente e deixou Lula eleger um poste que não sabe sequer se comunicar. Aliás, o único poste que comunica é o que tem linhas telefônicas penduradas, assunto que a VEJA conhece bem.
Visões passionais e pessoais no mínimo são enriquecedoras, principalmente quando o assunto é política. Agora, é triste ver um discurso tão comprado ou tão cego politicamente. Não se trata de gostar de determinado político, mas essas palavras retratam que ou essa matéria foi paga - por algum adversário sem estratégia - ou se trata de um colunista que não tem a competência nem o dom de escrever. Minha tristeza pode ser reseumido não a crítica em si, mas em saber que não podemos confiar na informação que nos cerca.
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