Ontem deixei a TV com o som alto e ouvi bastante do depoimento do governador de Goiás, Marcone Perillo. A primeira conclusão que tirei assim que ele acabou de expor é que temos péssimos políticos, mas, em compensação, há ótimos advogados e excelentes atores. Tentando se fazer de inocente, apelou à técnica de Lula no Mensalão : disse que não sabia que Cachoeira era bicheiro, e que não sabia de influência dele no seu governo. Depois tentou faturar em cima de Dilma, dizendo que faxinou do seu governo as pessoas acusadas de envolvimento com o bicheiro.
As perguntas feitas pelo relator foram precisas, cirúrgicas, que deixaram Perillo à vontade. Como hoje haverá o depoimento do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, ficou um cheiro de acerto entre o PT e o PSDB, tipo "eu não bato no seu e você não bate no meu governador".
No mais, o grande fato novo foi a exposição dos cheques recebidos por Perillo pela venda de uma casa em Goiânia. Tudo muito esquisito, porque vendeu a casa para uma pessoa, sem promessa de compra e venda nem nada, recebeu dessa pessoa três cheques de uma empresa, e fez a escritura para um terceiro, que depois vendeu para o bicheiro Cachoeira. Enquanto a CPI colhia o depoimento, as assessorias cruzaram dados e descobriram que a empresa Excitant, dona dos cheques, recebeu depósitos de outra empresa laranja do esquema do bicheiro em datas próximas à compensação.
O clima só esquentou quando o relator perguntou a Perillo se abriria seus sigilos telefônico e bancário. A claque do tucano gritou muito, teve bate-boca e a turma do "deixa disso" aplacou os ânimos. No episódio pareceu que alguém passou dos limites do conchavo PT- PSDB.
Além de não explicar direito a enrolada da sua casa que Cachoeira comprou, também não respondeu de forma convincente à pergunta do deputado Cândido Vacarezza, do PT, sobre se havia reprimido o jogo do bicho. Sua resposta sempre foi a de haver apreendido centenas de máquinas de jogos eletrônicos ilegais como prova do empenho da sua polícia no combate à contravenção. Vacarezza lembrou que a Polícia Federal descobriu que Cachoeira comandava a polícia goiana, e a usava para reprimir seus concorrentes no jogo eletrônico, enquanto nada foi feito contra o jogo do bicho.
A CPI é tão controlada que fala-se das falcatruas da Delta Construções, mas em Goiás apenas 4% dos contratos estão sob seu controle, segundo Perillo. E no Rio, onde há relações pessoais sem pudor entre o governador Sérgio Cabral e os dirigentes da empresa, com direito a fim de semana em Porto Seguro e bocas livres em Paris. Fica a necessidade de uma CPI da Delta, mas isso não interessa a ninguém no congresso, ainda mais em período eleitoral, para formar o caixa dois dos candidatos.
Com a marcação do julgamento do Mensalão para o início de agosto, coincidindo com o período eleitoral, essa CPI, que é uma espada que pende sobre o PSDB e o DEM, terá que ficar em banho-maria. andando lentamente, pois é moeda de troca política para reduzir os prejuízos de eventuais condenações de petistas expoentes.
As perguntas feitas pelo relator foram precisas, cirúrgicas, que deixaram Perillo à vontade. Como hoje haverá o depoimento do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, ficou um cheiro de acerto entre o PT e o PSDB, tipo "eu não bato no seu e você não bate no meu governador".
No mais, o grande fato novo foi a exposição dos cheques recebidos por Perillo pela venda de uma casa em Goiânia. Tudo muito esquisito, porque vendeu a casa para uma pessoa, sem promessa de compra e venda nem nada, recebeu dessa pessoa três cheques de uma empresa, e fez a escritura para um terceiro, que depois vendeu para o bicheiro Cachoeira. Enquanto a CPI colhia o depoimento, as assessorias cruzaram dados e descobriram que a empresa Excitant, dona dos cheques, recebeu depósitos de outra empresa laranja do esquema do bicheiro em datas próximas à compensação.
O clima só esquentou quando o relator perguntou a Perillo se abriria seus sigilos telefônico e bancário. A claque do tucano gritou muito, teve bate-boca e a turma do "deixa disso" aplacou os ânimos. No episódio pareceu que alguém passou dos limites do conchavo PT- PSDB.
Além de não explicar direito a enrolada da sua casa que Cachoeira comprou, também não respondeu de forma convincente à pergunta do deputado Cândido Vacarezza, do PT, sobre se havia reprimido o jogo do bicho. Sua resposta sempre foi a de haver apreendido centenas de máquinas de jogos eletrônicos ilegais como prova do empenho da sua polícia no combate à contravenção. Vacarezza lembrou que a Polícia Federal descobriu que Cachoeira comandava a polícia goiana, e a usava para reprimir seus concorrentes no jogo eletrônico, enquanto nada foi feito contra o jogo do bicho.
A CPI é tão controlada que fala-se das falcatruas da Delta Construções, mas em Goiás apenas 4% dos contratos estão sob seu controle, segundo Perillo. E no Rio, onde há relações pessoais sem pudor entre o governador Sérgio Cabral e os dirigentes da empresa, com direito a fim de semana em Porto Seguro e bocas livres em Paris. Fica a necessidade de uma CPI da Delta, mas isso não interessa a ninguém no congresso, ainda mais em período eleitoral, para formar o caixa dois dos candidatos.
Com a marcação do julgamento do Mensalão para o início de agosto, coincidindo com o período eleitoral, essa CPI, que é uma espada que pende sobre o PSDB e o DEM, terá que ficar em banho-maria. andando lentamente, pois é moeda de troca política para reduzir os prejuízos de eventuais condenações de petistas expoentes.
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