domingo, 26 de agosto de 2012

Belo Monte : Usina de intrigas

Mais uma vez a obra de construção da hidrelétrica de Belo Monte foi parada por determinação judicial, motivada desta vez por uma ação do Ministério Público do Pará alegando que as comunidades indígenas devem ser ouvidas pelo Congresso Nacional. Nada contra a defesa dos direitos de quem quer que seja, mas não se pode ficar brincando com um evento dessa envergadura. As audiências públicas deveriam ter acontecido na fase preliminar do processo, não agora. Antes de qualquer obra começar a ser feita.

Esses sucessivos recursos ao tapetão para tentar ganhar o jogo a qualquer custo tinham que ter limite. Agora está lá a situação: milhares de trabalhadores parados, a cidade de Altamira pagando um alto custo social porque a economia parou, e vive a ameaça de problemas sociais por causa do desemprego instantâneo. As ações compensatórias também pararam, prejudicando milhares de pessoas.

Para quem quer usar de qualquer subterfúgio, mesmo usando os indígenas como instrumento para isso, a obra não deveria estar lá, essas pessoas não deveriam estar lá, e Altamira deveria continuar como sempre, pacata, tranquila, e o rio fluindo normalmente, etc. Não é problema deles, é de quem insiste em fazer a hidrelétrica. Pouco importa se teremos no país um apagão como o da Índia. O problema não é deles.

Daqui a pouco uma outra instância cassa a liminar e a obra volta. Aí vem um outro defensor de algum direito difuso e para novamente. Um dia, depois de idas e vindas e aumentos de custos a cada parada, a obra termina e aí se tenta impedir que gere energia. Como é que isso vai acabar, se é que vai? Até quando vai ficar essa situação instável, ao sabor das intrigas dos inimigos do projeto, que se tornou uma disputa ideológica? Quem vai dar a última palavra sobre Belo Monte?

PS em 28/08/12 - O Presidente do STF, Ayres Brito, concedeu liminar para a retomada da obra
http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/08/trabalhadores-retornam-ao-trabalho-nos-canteiros-de-belo-monte.html

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