Meu bairro no Rio, o Grajaú, foi blindado por lei contra a especulação imobiliária, por ter características arquitetônicas singulares. Não que seja proibido construir prédios no lugar das casas e palacetes, mas fica muito caro fazer isso. Mesmo assim, a descaracterização está presente na falta de consciência das novas gerações, que sequer conhecem o nome de um logradouro importante como o Largo do Verdun. É um dos dois polos comerciais do bairro, com boa variedade de comércio e serviços.
Hoje tive que fazer uma compra na Casa Eliane, do seu Miguel, na R. Barão de Mesquita. Naquela loja, quando era criança, comprei muitos botões de galalite com ele mesmo. A loja, que tinha sido do seu pai, já tem 78 anos e é um dos marcos comerciais mais antigos do Verdun. Do meu tempo, lá estão o Paraíso dos Brinquedos, a Confeitaria Verdun e a Eletrônica Verdun, que o seu Miguel conheceu como sede do Verdun Futebol Clube em tempos primórdios. Também conheceu a padaria Pérola, dos irmãos portugueses da família Branquinho, inclusive meu avô, Octávio, que ficava próxima à R. Farias Brito onde hoje existe uma loteria.
Lembramos também do cinema, que não conheci porque já tinha pegado fogo quando comecei a andar a pé por ali, rumo à escola Francisco Manoel, na R. N. S. de Lourdes. Fica onde está o supermercado Prix. E a Casas da Banha que ficava no prédio que tem a galeria do Bradesco, que também pegou fogo, aí pela década de 60? A banca de jornal do Chico, que depois foi do Gino, na esquina da R. Castro Barbosa? E a Padaria Simões, na esquina da José Vicente? A barberia dos portugueses, onde hoje há uma igreja evangélica? E o supermercado Dois Mundos? Toda essa memória, aos poucos, vai desaparecendo, assim como a estação de bondes que existia no meio do Largo, que também já foi conhecido como "Praça Verdun"?
A descaracterização chega à corrupção do nome Verdun, uma homenagem à cidade francesa onde houve uma das mais ferozes batalhas da primeira guerra mundial, em 1916, com 260 mil mortos, quase sete vezes mais pessoa que os cerca de 40 mil habitantes do bairro. Situada na fronteira entre a Alemanha e a França, era estratégica para o avanço alemão e para a resistência francesa, que venceu ao final. Estive nessa cidade, onde também estão vestígios da Ligne Maginot, fortificação construída para conter Hitler, e onde em toda a paisagem há cemitérios de várias nacionalidades.
Certamente quem deu o nome ao logradouro quis homenagear Verdun como símbolo de uma vitória, e jamais aceitaria que hoje vários estabelecimentos chamem o lugar de "Verdum", "Verdam" ou "Verdan". Desse jeito logo vai se chamar "Verdão" e ninguém mais saberá por quê. A memória se perde rapidamente, porque tudo que se escreve sobre o Grajaú trata de outras áreas, e se esquece desse espaço urbano que era uma espécie de fronteira com o Andaraí e Vila Isabel.
Hoje tive que fazer uma compra na Casa Eliane, do seu Miguel, na R. Barão de Mesquita. Naquela loja, quando era criança, comprei muitos botões de galalite com ele mesmo. A loja, que tinha sido do seu pai, já tem 78 anos e é um dos marcos comerciais mais antigos do Verdun. Do meu tempo, lá estão o Paraíso dos Brinquedos, a Confeitaria Verdun e a Eletrônica Verdun, que o seu Miguel conheceu como sede do Verdun Futebol Clube em tempos primórdios. Também conheceu a padaria Pérola, dos irmãos portugueses da família Branquinho, inclusive meu avô, Octávio, que ficava próxima à R. Farias Brito onde hoje existe uma loteria.
Lembramos também do cinema, que não conheci porque já tinha pegado fogo quando comecei a andar a pé por ali, rumo à escola Francisco Manoel, na R. N. S. de Lourdes. Fica onde está o supermercado Prix. E a Casas da Banha que ficava no prédio que tem a galeria do Bradesco, que também pegou fogo, aí pela década de 60? A banca de jornal do Chico, que depois foi do Gino, na esquina da R. Castro Barbosa? E a Padaria Simões, na esquina da José Vicente? A barberia dos portugueses, onde hoje há uma igreja evangélica? E o supermercado Dois Mundos? Toda essa memória, aos poucos, vai desaparecendo, assim como a estação de bondes que existia no meio do Largo, que também já foi conhecido como "Praça Verdun"?
A descaracterização chega à corrupção do nome Verdun, uma homenagem à cidade francesa onde houve uma das mais ferozes batalhas da primeira guerra mundial, em 1916, com 260 mil mortos, quase sete vezes mais pessoa que os cerca de 40 mil habitantes do bairro. Situada na fronteira entre a Alemanha e a França, era estratégica para o avanço alemão e para a resistência francesa, que venceu ao final. Estive nessa cidade, onde também estão vestígios da Ligne Maginot, fortificação construída para conter Hitler, e onde em toda a paisagem há cemitérios de várias nacionalidades.
Certamente quem deu o nome ao logradouro quis homenagear Verdun como símbolo de uma vitória, e jamais aceitaria que hoje vários estabelecimentos chamem o lugar de "Verdum", "Verdam" ou "Verdan". Desse jeito logo vai se chamar "Verdão" e ninguém mais saberá por quê. A memória se perde rapidamente, porque tudo que se escreve sobre o Grajaú trata de outras áreas, e se esquece desse espaço urbano que era uma espécie de fronteira com o Andaraí e Vila Isabel.
Branco,
ResponderExcluirBoas memórias essas, apenas duas observações:
A "Casas da Banha" ficava onde era o cinema e hoje é o Prix e no lugar do Bradesco havia um prédio antigo de dois andares onde embaixo tinha uma loja de material de construção do seu Cantisano, amigo da minha família. Até hoje ainda existe uma filial dessa loja não sei bem onde, Tijuca ou Andaraí. A banca do Gino que eu me lembro ficava próximo onde hoje fica a cabine da PM, mas pode ter sido antes na Castro Barbosa.
Grande abraço,
Vicente
Vicente,
ExcluirA Casas da Banha foi para o lugar do cinema depois do incêndio do prédio, que ficava bem em frente à Cantina Belo Rio, lembra? Depois do incêndio fizeram o prédio com a galeria. Quanto à banca do Gino, eu a conheci em frente a onde hoje tem a agência do Banco do Brasil, na esquina. Um grande abraço, e valeu pelo comentário.
SEU LARGO... ALGUNS CHAMAM DE PRAÇA(ver no Aurélio o significado de praça)CHEIO DE BARRACAS TAIS COM BANCA DE JORNAL ENORME E ATRAVESSADA NA MESMA, CABINE DE POLICIA, PONTO DE ÔNIBUS, CAMELÔS, COM SEU PISO SUJO E SEM NENHUMA MANUTENÇÃO E USO E ATRAÇÃO PARA SEUS MORADORES. http://wwwgrajau-largodoverdum.blogspot.com.br/
ResponderExcluirBom dia. Três anos atrasada na leitura ...mas um piteco no assunto.
ResponderExcluirPq. não divulgar essa história para a nova geração do bairro? O bairro tem um jornalzinho? Tem escolas por perto? ( as educadoras, com certeza, o fariam com prazer).
Fiz a minha parte na academia e no curso que frequento .
Boa divulgação! Uma cidadã .
Abs
Rua barão de MESQUITA 950 era uma vila onde eu nasci em 1952 do lado é a rua duquesa de Bragança vi o bonde malvino reis Tiradentes a UNIDOS DE VILA ISABEL
ResponderExcluirNo cinema meu pai trabalhou lá. A PADARIA SIMÕES E O FOTO ILDALEIA PRIMEIRA FOTO.O CORETO .A QUITANDA DO SR WENTWORS P.MACMURREY PROFESSOR DE INGLÊS. AMO MEU GRAJAÚ..
ResponderExcluirO cinema a PADARIA SIMOES O BONDE OCORETO O FOTO ILDALEIA
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