Nos próximos dias o Blog do Branquinho terá uma série de postagens a partir de registros de viagem ao Japão, Coréia do Sul e China. O nome Expedição não é exagero: diferentemente das outras viagens grandes que fizemos, desta vez o nível de aventura é muito maior. Riscos maiores, adrenalina maior, experiências maiores. Os posts serão feito à medida das disponibilidade de tempo e podem não ser sequenciados.
Desta vez teremos um suporte tecnológico bem melhor, e não deveremos cometer os erros de viagens anteriores. No ano passado encaramos o Leste Europeu, que praticamente ninguém conhece e o pouco de informação remontava à era dita socialista. Alfabeto cirílico, línguas eslavas, poucas pessoas falando língua ocidental eram dificuldades, mas de forma geral a Europa tem coisas muito parecidas em todo lugar. Na Ásia não tem essa similaridade nem com o ocidente nem entre os países.
Até tentamos dar uma passada rápida pelos radicais dos ideogramas chineses (kanji), que também são em parte usados no Japão e na Coréia. Muito tempo gasto para pouco resultado. O jeito será apelar para outras línguas, mímica e a aplicativos de celular. Num deles você escreve a mensagem e ele traduz para um texto na tela e sintetiza o som, enquanto também captura o som da resposta e traduz para o português. Noutro você bate a foto dos ideogramas e ele faz o reconhecimento e traduz para o inglês. Nada muito perfeito, mas muito útil para evitar que entremos em ciladas além das que já prevemos.
Neste ano também investimos em planejamento, a partir da análise dos processos de viagens passadas. Quanto menos erros simples, quanto mais eficiência nas pequenas rotinas, menos chances de comprometer a programação. Folgas tiveram que ser projetadas para replanejar a partir de possíveis obstáculos, como erro de transportes, etc. Baixamos para o GPS do celular os mapas das principais cidades a visitar, o que é um avanço, não dependendo de redes de internet. Mesmo assim já sabemos onde e como comprar chips 3G, e todos os hotéis onde ficaremos obrigatoriamente terão redes wi-fi de alta velocidade.
Outra novidade é que faremos upload das melhores fotos de cada dia com o Picasa, além dos necessários backups locais. Isso reduzirá o risco de perda das principais informações, que são as imagens. Estimo que traremos cerca de 30 mil fotos e filmes. O roteiro inclui, no Japão, Tóquio, Osaca, Nagóia, Quioto, Nara, Hiroshima, Fukuyama e Kobe. Na Coréia, Seul e a zona desmilitarizada (pelo contrário, lá está a maior concentração de tropas do mundo) entre as Coréias.
Na China, metade da viagem: Pequim, Xangai, Barragem das Três Gargantas (grandes obras de engenharia haverá em todo o percurso), Xi An e mais oito localidades desconhecidas, percorrendo as províncias de Sichuan e Yunan. Tibete não deu certo, porque a instabilidade política a toda hora muda as regras para entrada por lá. Também pode acontecer interrupção na internet por conta do controle estatal de informações. Isso em toda a China. Por fim, Hong Kong e Macau.
No pacote e planejamento está o estudo da história dos três países, da geografia, dos problemas climáticos e das catástrofes naturais. Além disso o drible nas ciladas do calendário, fugindo a um feriadão de 7 dias na China (Golden Week) onde nada funciona, dos grandes prêmios de Fórmula 1 que encarecem os hotéis, etc. Estudamos moedas e outros meios de pagamento da região. Informações sobre vistos, compra de passe de trem para o Japão e outras coisas que tivemos que fazer antes da viagem.
A logística também foi um desafio. Conciliar transportes com atrações e hotéis mereceu um estudo de dois meses, até chegar a um resultado otimizado para o qual nem olho muito senão vou querer mudar de novo para melhorar mais. Estimo que tenhamos gasto cerca de 300 horas de estudo, olhando cada atração, cada opção de deslocamento, cada posicionamento de hotel para chegar melhor aos lugares. A cada uma das versões de roteiro que estudamos houve racionalização de tempo e recursos, baixando o orçamento em cerca de 25% da estimativa inicial.
Se no ano passado tivemos a experiência de ver o efeito do aprofundamento da crise européia nos países e nas pessoas, nesta viagem também será diferente. Começando pelas condições naturais: a probabilidade de viver um terremoto de pelo menos 6 pontos na escala Richter é muito alta, pois toda a região tem tremores de várias intensidades todos os dias.
Justo quanto estivermos por lá a tensão entre China e Japão por conta de três míseras ilhotas e de ressentimentos históricos de séculos irá se intensificar. E terminar de forma pacífica, esperamos. Na Coréia do Sul também não se descarta a possibilidade de um dia o ditador norte-coreano acordar de mau humor e estressar as tensões. Ler com frequência versões em inglês dos jornais da região para saber da conjuntura e do que acontece na sociedade foi mais uma tarefa necessária.
Estamos preparados como quem vai para uma viagem espacial. Bagagens estudadas para levar o mínimo possível (roupas de fácil lavagem e secagem, mínimo de parafernália eletrônica com seus cabos e carregadores, calçados adequados, etc). Quais e quantas malas, bolsas, mochilas? Onde fazer as compras para evitar andar por toda a região pagando excesso de bagagem? Remédios, comida, produtos de higiene e cuidados pessoais também entram no estudo, afinal, como explicar por lá que quer um remédio para azia? Ou como saber a diferença entre um desodorante e um inseticida sem entender nada da embalagem?
Temperaturas e durações de dias também foram vistos para evitar casacos desnecessários e surpresas de projetar atividades que não podem ser concluídas porque o dia anoitece mais cedo a cada dia do outono asiático. Estudamos os alimentos e hábitos de higiene para evitar problemas de saúde e aproveitar o melhor da culinária de lá (exceto escorpiões, cachorro, cérebro de macaco e outras iguarias finas). Há uma semana estamos dormindo cada vez mais tarde para minimizar o impacto do "jet-lag" de 12 fusos horários. Nosso organismo vai precisar mudar sua programação da noite para o dia. Além disso teremos problemas com locais de altitude acima de 3 mil metros.
Apesar da internet nos permitir achar informações que melhoram o planejamento, tivemos muita dificuldade em obter informações. Esse esforço de pesquisa resultou em pilhas de papéis e arquivos de dados que se somarão às fotos, anotações e análises que faremos e poderão resultar em muitos artigos e mesmo num livro. Tenho certeza de que os relatos tirarão muita gente da comodidade para conhecer o oriente, onde estão as mais antigas civilizações do mundo. Há muito o que aprender por lá, antes de ir e no pós-viagem.
Desta vez teremos um suporte tecnológico bem melhor, e não deveremos cometer os erros de viagens anteriores. No ano passado encaramos o Leste Europeu, que praticamente ninguém conhece e o pouco de informação remontava à era dita socialista. Alfabeto cirílico, línguas eslavas, poucas pessoas falando língua ocidental eram dificuldades, mas de forma geral a Europa tem coisas muito parecidas em todo lugar. Na Ásia não tem essa similaridade nem com o ocidente nem entre os países.
Até tentamos dar uma passada rápida pelos radicais dos ideogramas chineses (kanji), que também são em parte usados no Japão e na Coréia. Muito tempo gasto para pouco resultado. O jeito será apelar para outras línguas, mímica e a aplicativos de celular. Num deles você escreve a mensagem e ele traduz para um texto na tela e sintetiza o som, enquanto também captura o som da resposta e traduz para o português. Noutro você bate a foto dos ideogramas e ele faz o reconhecimento e traduz para o inglês. Nada muito perfeito, mas muito útil para evitar que entremos em ciladas além das que já prevemos.
Neste ano também investimos em planejamento, a partir da análise dos processos de viagens passadas. Quanto menos erros simples, quanto mais eficiência nas pequenas rotinas, menos chances de comprometer a programação. Folgas tiveram que ser projetadas para replanejar a partir de possíveis obstáculos, como erro de transportes, etc. Baixamos para o GPS do celular os mapas das principais cidades a visitar, o que é um avanço, não dependendo de redes de internet. Mesmo assim já sabemos onde e como comprar chips 3G, e todos os hotéis onde ficaremos obrigatoriamente terão redes wi-fi de alta velocidade.
Outra novidade é que faremos upload das melhores fotos de cada dia com o Picasa, além dos necessários backups locais. Isso reduzirá o risco de perda das principais informações, que são as imagens. Estimo que traremos cerca de 30 mil fotos e filmes. O roteiro inclui, no Japão, Tóquio, Osaca, Nagóia, Quioto, Nara, Hiroshima, Fukuyama e Kobe. Na Coréia, Seul e a zona desmilitarizada (pelo contrário, lá está a maior concentração de tropas do mundo) entre as Coréias.
Na China, metade da viagem: Pequim, Xangai, Barragem das Três Gargantas (grandes obras de engenharia haverá em todo o percurso), Xi An e mais oito localidades desconhecidas, percorrendo as províncias de Sichuan e Yunan. Tibete não deu certo, porque a instabilidade política a toda hora muda as regras para entrada por lá. Também pode acontecer interrupção na internet por conta do controle estatal de informações. Isso em toda a China. Por fim, Hong Kong e Macau.
No pacote e planejamento está o estudo da história dos três países, da geografia, dos problemas climáticos e das catástrofes naturais. Além disso o drible nas ciladas do calendário, fugindo a um feriadão de 7 dias na China (Golden Week) onde nada funciona, dos grandes prêmios de Fórmula 1 que encarecem os hotéis, etc. Estudamos moedas e outros meios de pagamento da região. Informações sobre vistos, compra de passe de trem para o Japão e outras coisas que tivemos que fazer antes da viagem.
A logística também foi um desafio. Conciliar transportes com atrações e hotéis mereceu um estudo de dois meses, até chegar a um resultado otimizado para o qual nem olho muito senão vou querer mudar de novo para melhorar mais. Estimo que tenhamos gasto cerca de 300 horas de estudo, olhando cada atração, cada opção de deslocamento, cada posicionamento de hotel para chegar melhor aos lugares. A cada uma das versões de roteiro que estudamos houve racionalização de tempo e recursos, baixando o orçamento em cerca de 25% da estimativa inicial.
Se no ano passado tivemos a experiência de ver o efeito do aprofundamento da crise européia nos países e nas pessoas, nesta viagem também será diferente. Começando pelas condições naturais: a probabilidade de viver um terremoto de pelo menos 6 pontos na escala Richter é muito alta, pois toda a região tem tremores de várias intensidades todos os dias.
Justo quanto estivermos por lá a tensão entre China e Japão por conta de três míseras ilhotas e de ressentimentos históricos de séculos irá se intensificar. E terminar de forma pacífica, esperamos. Na Coréia do Sul também não se descarta a possibilidade de um dia o ditador norte-coreano acordar de mau humor e estressar as tensões. Ler com frequência versões em inglês dos jornais da região para saber da conjuntura e do que acontece na sociedade foi mais uma tarefa necessária.
Estamos preparados como quem vai para uma viagem espacial. Bagagens estudadas para levar o mínimo possível (roupas de fácil lavagem e secagem, mínimo de parafernália eletrônica com seus cabos e carregadores, calçados adequados, etc). Quais e quantas malas, bolsas, mochilas? Onde fazer as compras para evitar andar por toda a região pagando excesso de bagagem? Remédios, comida, produtos de higiene e cuidados pessoais também entram no estudo, afinal, como explicar por lá que quer um remédio para azia? Ou como saber a diferença entre um desodorante e um inseticida sem entender nada da embalagem?
Temperaturas e durações de dias também foram vistos para evitar casacos desnecessários e surpresas de projetar atividades que não podem ser concluídas porque o dia anoitece mais cedo a cada dia do outono asiático. Estudamos os alimentos e hábitos de higiene para evitar problemas de saúde e aproveitar o melhor da culinária de lá (exceto escorpiões, cachorro, cérebro de macaco e outras iguarias finas). Há uma semana estamos dormindo cada vez mais tarde para minimizar o impacto do "jet-lag" de 12 fusos horários. Nosso organismo vai precisar mudar sua programação da noite para o dia. Além disso teremos problemas com locais de altitude acima de 3 mil metros.
Apesar da internet nos permitir achar informações que melhoram o planejamento, tivemos muita dificuldade em obter informações. Esse esforço de pesquisa resultou em pilhas de papéis e arquivos de dados que se somarão às fotos, anotações e análises que faremos e poderão resultar em muitos artigos e mesmo num livro. Tenho certeza de que os relatos tirarão muita gente da comodidade para conhecer o oriente, onde estão as mais antigas civilizações do mundo. Há muito o que aprender por lá, antes de ir e no pós-viagem.
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