Já peguei tempestades sinistras no Rio, mas a de hoje teve as sirenes do "estado de atenção" como um fator adicional ao estresse. Choveu muito. Pela janela via um carro lentamente sendo arrastado para a frente do portão da minha garagem pela correnteza da rua. Nunca tinha visto isso. Os trovões pareciam um bombardeio, fora os relâmpagos que pareciam iluminar toda a casa, pois apaguei luzes e desativei os circuitos de tomadas onde estão os aparelhos eletrônicos.
Nesta hora penso nos pára-raios, aqueles sempre esquecidos instrumentos de defesa contra descargas elétricas que ninguém pensa em dar manutenção. O prédio é construído, o pára-raios é colocado, uma luz vermelha para indicar obstáculo, e pronto. Dificilmente alguém mede as resistências das hastes nos anos seguintes. Creio que nem quando são colocados. Se a resistência não for extremamente baixa, de nada adianta.
Outro mito é o da cobertura do pára-raios sobre toda a região. Tem um prédio de 6 andares (uns 24 m na altura do pára-raios) próximo à minha casa. Para simplificar o cálculo da zona de proteção considero o raio de cobertura como a altura da haste do pára-raios tipo Franklin, ou seja, um círculo com centro na projeção da torre e 24 m de raio. Pelo Google Earth vejo que a minha casa está a mais de 30 m, ou seja, totalmente fora da proteção. Pior: tem 4 árvores que passam da altura do telhado.
Enquanto escrevo as sirenes continuam. A rua parece um rio há quase meia hora. Mais raios, mais trovões. Ouço ao longe o que parece ser um alto-falante com uma mensagem que se repete. Minha casa fica a 400m da base do morro, distância suficientemente segura para qualquer tipo de deslizamento. Imagino: se eu estou preocupado dentro de uma sólida casa de alvenaria, alta em relação à rua (se um dia a água chegar ao primeiro degrau da escada, o Rio já era), o que se dirá de alguém numa casa precária, na beira de um abismo, enfrentando goteiras, água passando por dentro da casa, ouvindo aquela sirene e as mensagens bem de perto? Será que realmente abandonam tudo e saem correndo para algum tipo de abrigo?
O fato é que depois da tragédia de Friburgo, Petrópolis e Teresópolis há um ano resolveram botar esses sistemas de alerta como forma de dizer que algo foi feito, mas será que combinaram com a população o que fazer em caso de emergência? Tomara que sim. O fato é que agora a chuva parou e as sirenes também. Pelo volume de água que caiu, será que se julgou que as encostas estão seguras? Tenho minhas dúvidas.
Nesta hora penso nos pára-raios, aqueles sempre esquecidos instrumentos de defesa contra descargas elétricas que ninguém pensa em dar manutenção. O prédio é construído, o pára-raios é colocado, uma luz vermelha para indicar obstáculo, e pronto. Dificilmente alguém mede as resistências das hastes nos anos seguintes. Creio que nem quando são colocados. Se a resistência não for extremamente baixa, de nada adianta.
Outro mito é o da cobertura do pára-raios sobre toda a região. Tem um prédio de 6 andares (uns 24 m na altura do pára-raios) próximo à minha casa. Para simplificar o cálculo da zona de proteção considero o raio de cobertura como a altura da haste do pára-raios tipo Franklin, ou seja, um círculo com centro na projeção da torre e 24 m de raio. Pelo Google Earth vejo que a minha casa está a mais de 30 m, ou seja, totalmente fora da proteção. Pior: tem 4 árvores que passam da altura do telhado.
Enquanto escrevo as sirenes continuam. A rua parece um rio há quase meia hora. Mais raios, mais trovões. Ouço ao longe o que parece ser um alto-falante com uma mensagem que se repete. Minha casa fica a 400m da base do morro, distância suficientemente segura para qualquer tipo de deslizamento. Imagino: se eu estou preocupado dentro de uma sólida casa de alvenaria, alta em relação à rua (se um dia a água chegar ao primeiro degrau da escada, o Rio já era), o que se dirá de alguém numa casa precária, na beira de um abismo, enfrentando goteiras, água passando por dentro da casa, ouvindo aquela sirene e as mensagens bem de perto? Será que realmente abandonam tudo e saem correndo para algum tipo de abrigo?
O fato é que depois da tragédia de Friburgo, Petrópolis e Teresópolis há um ano resolveram botar esses sistemas de alerta como forma de dizer que algo foi feito, mas será que combinaram com a população o que fazer em caso de emergência? Tomara que sim. O fato é que agora a chuva parou e as sirenes também. Pelo volume de água que caiu, será que se julgou que as encostas estão seguras? Tenho minhas dúvidas.
Se você não quer outra noite como essa no rio, assine e espalhe.
ResponderExcluirhttp://www.avaaz.org/po/petition/Obrigatoriedade_de_uso_de_porcentagem_minima_do_dinheiro_publico_em_cada_das_quatro_areas_mais_importantes/
Caro Bunito, toda iniciativa para destinar dinheiro público ao bem-estar é válida, razão pela qual divulguei o abaixo-assinado, mas não me satisfaz. Primeiro, porque se contabilizarmos tudo que é gasto com saúde, educação, segurança e habitação, já se gasta mais de 50% (pelo menos nas despesas), porque há folhas de pagamento, despesas de manutenção, etc. Também não adianta destinar 50% a certas áreas porque a corrupção não será estancada com essa obrigatoriedade.
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