sábado, 13 de abril de 2013

Honduras : A conexão oculta pela visita de Yoanni

O oba-oba da direita na tietagem da blogueira cubana Yoani Sanchez em fevereiro e os protestos para impedir a estréia do filme Conexão Cuba-Honduras acabaram livrando os demo-tucanos de uma saia justa e ninguém percebeu. O documentário do cineasta baiano Dado Galvão, pelo seu título e mesmo pelo cartaz, parece tratar-se de uma crítica aos Castro e a Zelaya, o presidente deposto de Honduras por um golpe de direita. Aquele que Lula apoiou colocando a embaixada brasileira à disposição para asilo pelo deposto, o que resultou em frisson na direita.


No Brasil, os lacaios do imperialismo norte-americano (parece antiquado isso, mas é extremamente atual) do PSDB, DEM e PPS bradavam pela saída do Brasil dessa situação e pelo reconhecimento do governo de fato dos golpistas. Alguns deles foram a Honduras prestar solidariedade aos criminosos, e depois cantaram vitória com o sucesso do golpe e a "eleição" de Porfírio Diaz.

Daí para cá ninguém mais falou de Honduras. Qual foi o resultado dessa aventura golpista? Segundo a revista inglesa The Economist, o país está à beira da falência. Tudo que fizeram na economia foi um acordo de livre comércio com os EUA para permitir a instalação de empresas "maquiladoras", que usam mão-de-obra miserável para montar produtos. No mais, o crescimento da violência e o declínio dos indicadores sociais coloca Honduras num dos piores patamares do mundo. Era esse o paraíso dos demo-tucanos apoiadores da direita golpista?



 O trailer do documentário mostra que o foco não é a crítica a Zelaya,  mas  ao cerceamento da liberdade de expressão nos dois países. Aí vem o detalhe que ficou oculto: enquanto em Cuba o cineasta entrevista Yoani, que tem patrocínio da direita, em Honduras os depoimentos vieram de jornalistas censurados e perseguidos pelo regime que derrubou Zelaya por terem se colocado ao lado dele. Os mesmos gorilas que tiveram o apoio do DEM e dos tucanos enquanto o governo brasileiro protegia o presidente Zelaya na embaixada brasileira em Tegucigalpa!

Enquanto o Brasil e toda a América Latina pressionavam o governo golpista de Roberto Micheletti para repor Zelaya no poder, a direita brasileira apoiava o regime, que mandou fechar canais de rádio e TV "opositores" e perseguir jornalistas que publicassem notícias em desacordo com o novo regime. É essa castração à liberdade de expressão que o lado Honduras da conexão do filme mostra, mas ninguém viu.

O resultado da vitória dos golpistas está aí, três anos depois: Honduras é um país considerado falido, um dos piores lugares do mundo para exercer jornalismo e um dos mais violentos das Américas. Se Zelaya tivesse conseguido tocar os projetos de redução de desigualdades que propunha, a realidade seria outra. E também não teria assinado acordo de livre comércio imposto pelos EUA que só beneficia o imperialismo. DEM e tucanos, anos depois, viriam a defender o golpe de mesma natureza aplicado contra Fernando Lugo no Paraguai. E o seu projeto é o mesmo para o Brasil.  

Alô PIG! Que tal uma reportagem sobre Honduras hoje, mostrando no que deu o golpe que demoliu as esperanças de melhoria das condições de vida do povo. Ninguém mais fala, né? Aproveitem e vão ao Paraguai, onde o regime golpista tem trabalhado muito para acabar com os programas sociais começados por Fernando Lugo e para colocar o país na coleira do Tio Sam.







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