Tomei ciência do aumento abusivo do preço do tomate numa matéria televisiva honesta, que abordava o ponto de vista de um proprietário de cantina italiana ao boicotar o produto. Ele pedia desculpas aos clientes por faltar tomate no molho, mas a mensagem que queria passar é que não se compra coisas com preços extorsivos. Substitui-se por outras de melhor preço ou deixa-se de consumir até que encalhem os estoques e os preços caiam.
Uma lição de mercado. Os preços se estabelecem a partir do equilíbrio entre oferta e demanda. Quando a oferta cai, no caso pela baixa produção em função de preços pouco atrativos em safras anteriores, o preço sobe. Num primeiro momento alguns compram por inércia, depois começa o questionamento e o consumo cai, e o preço vai se ajustando até atingir um novo patamar de equilíbrio. Se o produtor se sentir estimulado pelo novo preço vai plantar e na nova safra o preço cairá.
Nas redes sociais o assunto rendeu muita brincadeira, com gente dizendo que o tomate tem que ser transportado em carro-forte, vendido em banco e outras, por ser um bem de luxo valioso. Assim, muita gente teve noção desse aumento, até a juventude que pega um sanduíche e a primeira coisa que joga fora é o tomate, mas reclama. E, claro, os oportunistas de plantão vendem suas análises capciosas.
Que tal dizer que o aumento do preço do tomate é um sinal do descontrole da inflação, de incapacidade do governo na economia, e que o remédio é elevar os juros para conter a alta dos preços? A inflação acumulada em 12 meses passou dos 6% e tende a beirar o teto da meta de 6,5%. Quando chegar por lá, com a SELIC em 7,25%, teremos a menor taxa de juros reais, de 0,75% ao ano, em muitas décadas.
Capitalistas estrangeiros, acostumados até a pagar para manter o dinheiro em bancos ou títulos públicos em meio a crises, acham essa taxa atrativa. Rentistas brasileiros, acostumados a ganhar sem nenhum trabalho ou risco acham isso abominável. Bancos acostumados a ganhar mais em títulos que em intermediação financeira estão apavorados com isso, e usam seu poder de pressão para aumentar novamente os juros. Como? Quase toda a mídia de informação de massas tem o seu patrocínio.
É nessa hora que o tomate vira vilão e para combatê-lo, a receita é aumentar juros, segundo a mídia bandida. Soa inacreditável alguém dizer que se os juros aumentarem, a dona-de-casa vai deixar de comprar tomates para investir em aplicações financeiras. Carestia se combate com aumento da produção ou importação, e boicote pelos usuários. Juros só alimentam bancos e especuladores.
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Nas redes sociais o assunto rendeu muita brincadeira, com gente dizendo que o tomate tem que ser transportado em carro-forte, vendido em banco e outras, por ser um bem de luxo valioso. Assim, muita gente teve noção desse aumento, até a juventude que pega um sanduíche e a primeira coisa que joga fora é o tomate, mas reclama. E, claro, os oportunistas de plantão vendem suas análises capciosas.
Que tal dizer que o aumento do preço do tomate é um sinal do descontrole da inflação, de incapacidade do governo na economia, e que o remédio é elevar os juros para conter a alta dos preços? A inflação acumulada em 12 meses passou dos 6% e tende a beirar o teto da meta de 6,5%. Quando chegar por lá, com a SELIC em 7,25%, teremos a menor taxa de juros reais, de 0,75% ao ano, em muitas décadas.
Capitalistas estrangeiros, acostumados até a pagar para manter o dinheiro em bancos ou títulos públicos em meio a crises, acham essa taxa atrativa. Rentistas brasileiros, acostumados a ganhar sem nenhum trabalho ou risco acham isso abominável. Bancos acostumados a ganhar mais em títulos que em intermediação financeira estão apavorados com isso, e usam seu poder de pressão para aumentar novamente os juros. Como? Quase toda a mídia de informação de massas tem o seu patrocínio.
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