quarta-feira, 3 de julho de 2013

Caminhoneiros : Novos protestos por velhos problemas

Agora o foco dos protestos saiu das cidades para as estradas, embora ainda haja em muitas cidades lutas por redução de preços de passagens. Uma das reivindicações do setor de transportes rodoviários é a redução do preço do diesel, que não será contemplado na proposta aprovada ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, focada nas tarifas de transporte público de passageiros. Essa proposta exige como contrapartida às desonerações (zeramento de PIS/PASEP, Cofins, CIDE sobre o óleo diesel, impostos sobre energia elétrica, impostos estaduais e municipais). Haverá contrapartida de controle social através da publicidade das planilhas de composição de custos, auditorias externas e conselhos de transportes em todas as esferas do poder público.

O problema do diesel é complexo. Hoje não produzimos todo o óleo, e uma parte é importada, e o custo tem subido com a desvalorização do real. Temos o biodiesel, que já está fazendo parte do diesel, mas é caro e não tem quantidade suficiente para suprir o déficit. Além do mais estão em andamento projetos e obras de substituição de parte do do modal rodoviário como príoritário hoje para ferrovias. Também estão em execução as obras de construção de duas refinarias que deverão trazer a autossuficiência em diesel. Nada para agora.

Outra reivindicação antiga atinge os pedágios, em especial os de São Paulo, os mais caros do mundo, que embutem no preço rendas elevadas para o estado. Há no estado 144 praças de pedágio que encarecem o transporte. Recentemente o governador Alckmin congelou o preço dos pedágio, mas mudou as regras penalizando os veiculos que têm retração de eixos, encarecendo o transporte nesse segmento.

Uma parte dos caminhoneiros é contra a nova lei dos motoristas, que obriga ao descanso periódico como forma de eliminar a fadiga dos motoristas e obrigar ao rodízio com mais profissionais. Além de mais saudável para os trabalhadores, a medida, que já é obrigatória em muitos países ricos, propõe reduzir acidentes.

O movimento não é unificado. Há duas grandes entidades representativas dos transportadores rodoviários, privados ou autônomos, que não estão unânimes no protesto com o fechamento de estradas nem nas prioridades das bandeiras. O governo federal conseguiu na justiça liminar para desobstruir as estradas e tem usado a polícia para desmanchar os piquetes à força. O movimento deve se alastrar pelo país nesta semana.








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