terça-feira, 8 de outubro de 2013

Espionagem : Big Brother não é nada perto do Big Data

Mais um ministério foi bisbilhotado por uma potência estrangeira atrás de informações econômicas estratégicas. O roubo de informações encontra no Brasil falhas de segurança que facilitam a vida dos espiões empresariais, hoje bancados por governos "amigos". A última vítima foi o Ministério das Minas e Energia, em busca de informações estratégicas para os interesses de grandes grupos econômicos e investidores estrangeiros.

Na semana passada o general José Carlos dos Santos foi à CPI da Espionagem dizer que o país precisa de mais verbas para acelerar programas que permitam o incremento da segurança da informação no país. O Chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército  defendeu a rápida aprovação do Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) para dar ao Brasil segurança jurídica e permitir marcar posição em fóruns internacionais. E que a segurança da informação seja ensinada nas escolas para que desde criança se aprenda a tomar cuidado com as informações. A vulnerabilidade, no entanto, começa com as falhas das pessoas que depois se reproduzem nos sistemas de informação. E podem resultar em ameaças tanto a pessoas como a empresas e países.

O "Big Brother" é coisa do passado. O voyeurismo fútil que atingia inocentes e exibicionistas ao se exporem acidental ou propositalmente deu espaço à espionagem com cruzamento de informações de diversas.  As finalidades são, a princípio, comerciais. Empresas querem saber o que o potencial cliente quer, e oferecer por uma mídia próxima dele seus produtos e serviços, em vez de espalhar ao vento pelas mídias tradicionais de massas. O Big Data, no entanto, armazena em algum lugar todo o seu perfil, bisbilhotando twitter, facebook, suas localizações, suas compras, preferências, etc.

Coisa de ficção? Só para quem ainda não percebeu que ao abrir certas páginas aparecem banners oferecendo coisas que aparentemente são obra de telepatia. Aquilo é prá você, não para a massa de leitores do site. Transcrevo abaixo trecho da matéria "Big Data : um gigante banco de dados", publicado no portal Brasil Econômico, de autoria de Cláudio Conz, presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção

"... Todos os dias, o mundo produz mais de 2,5 quintilhões de bytes em dados que se acumulam na internet. Curiosamente, 90% de todo o conteúdo que temos armazenado hoje foi produzido apenas nos dois últimos anos.

Como utilizar isso em nosso favor? Originário do termo de tecnologia da informação, o conceito de Big Data é focado num imenso armazenamento de dados, com enorme velocidade. Ele é baseado no conceito de 5V: Valor, Veracidade, Variedade, Volume e Velocidade.

O Big Data é tido por muitos como a solução de eventuais situações problemáticas da economia. Devido ao modelo econômico adotado pela globalização, o termo just in time, totalmente dependente da necessidade de uma expansão virtual, se tornou a palavra de ordem das negociações e forçou a ampliação de estrutura para armazenamento de dados.

Mas, na prática, para quem trabalha com o comércio, o que isso significa? Há uma tendência de que as grandes marcas cada vez mais façam marketing direto na internet com mais e mais agressividade.

Elas estão monitorando tudo que nós digitamos no computador, no tablet, no smartphone e, a partir desses dados, conseguem enviar ofertas exclusivas quando, por exemplo, detectam que você fez uma busca por um produto que ela comercializa.

Por outro lado, é assustador a maneira como cada vez mais perdemos nossa privacidade na web. Você pensa estar trafegando livremente, enquanto diversas empresas monitoram e armazenam dados sobre sua navegação. Por outro lado, trata-se de uma revolução na forma de venda que não pode ser desprezada.

Um dado interessante neste contexto é que o presidente americano, Barack Obama, utilizou esta tecnologia na sua campanha de reeleição e, mais uma vez, revolucionou para além das redes sociais.

Sua equipe montou um gigantesco banco de dados, com detalhes sobre cada eleitor e sobre a maneira como eles reagiam a diferentes abordagens. As informações orientaram voluntários, indicaram as melhores formas de arrecadar fundos e apontaram quem poderia ser convencido a apoiar a sua reeleição. ..."



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