Fiquei fora do ar por 3 dias sem internet nem TV. Voltando ao mundo, encontro as repercussões do tal "mensalão do PT". A primeira foi uma imagem do presidente do STF, Joaquim Barbosa, onde se agradece por haver "honrado o dia da República". Em seguida liguei a TV e vi o jornalista da Globo Merval Pereira pouco à vontade dizer que Genoíno tem razão ao pedir prisão domiciliar por razões médicas. Que José Dirceu tem direito a fazer cumprir de imediato sua sentença de regime semi-aberto. Que Pizzolato tem base jurídica para não ser julgado na Itália pela sua dupla cidadania. E abro o jornal vendo a coluna da jornalista Dora Kramer (artigoTampa da Panela) onde afirma que o julgamento não interessa eleitoralmente a Dilma... nem a Aécio Neves, pois em 2014 o mensalão tucano estará na pauta política!
Afinal, entre mortos e feridos, qual o saldo do Mensalão? O primeiro, a favor da democracia, foi a sociedade questionar o STF e por tabela a justiça e os juízes, acabando com a aura de superioridade ética e intocabilidade que tacitamente gozavam. O segundo foi a exposição da mídia como "parte interessada", propondo campanha de linchamento, dando ao julgamento ares de político e de exceção, o que está sendo agora explorado pelos condenados que são do PT. Em terceiro, e que talvez tire o sossego de Dora e Merval, militantes pró-tucanos, é que o resultado pode ser um bumerangue para os interesses que defendem.
O PT foi atingido? Desmoralizado? Vai perder votos? Creio que não como gostariam seus inimigos com mais noção de conjuntura. Em pleno escândalo, mesmo com a campanha partidária da mídia, Lula se reelegeu e fez sua sucessora que tem grandes chances de se reeleger. O PT ganhou a cidade de São Paulo e cresceu bancadas. Seus "presos políticos" não foram tão punidos como pretendiam os algozes. Genoíno pode vir a cumprir pena livre de dia e em casa à noite. Dirceu pode vir a cumprir a pena em regime aberto, ou seja, vida normal com alguns compromissos de apresentação à justiça, por falta de vagas para o execução de sua pena em regime semi-aberto. Delúbio Soares vai pelo mesmo rumo. E o único que iria para a cadeia, mesmo com o argumento forçado do "dinheiro público" da empresa privada Visanet, Henrique Pizolatto, se mandou para a Itália onde deverá que passar seus últimos dias no exílio.
Em cana mesmo estão os condenados do núcleo central do Mensalão, como Marcos Valério. Que poderão vir a cumprir penas maiores, dependendo dos desdobramentos da nova caixa de Pandora que se abre: o julgamento da mãe de todos os mensalões, o dos tucanos mineiros. Que agora será cobrado por mais de 1 milhão de petistas e outros indignados com a farsa, já que o ânimo do judiciário não parece o mesmo aplicado contra o PT e se faz corpo mole para que prescreva a ação. Milhões enxergam, ao contrário de Têmis, deusa grega da Justiça, que o judiciário e a mídia atuam ideologicamente a favor de um grupo em detrimento de outro.
Para a população que se encheu de ódio ao PT pela campanha midiática diuturna do Mensalão, o caso está encerrado com a aparente punição dos responsáveis. Uns poucos vão dizer que falta prender Lula, possivelmente por considerarem criminoso um homem nordestino pobre ter chegado à presidência e ter iniciado o melhor ciclo de promoção da justiça social da história. Para eles, Lula é "o chefe da quadrilha".
Enquanto a massa da direita comemora ou quer mais, a mídia parece ter pisado no freio. Com a campanha petista pelo julgamento dos mensaleiros do PSDB, com o escândalo dos trens em São Paulo mostrando cada vez mais o partidarismo da justiça e da mídia, a impunidade do mensalão do DEM em Brasília, a corrupção na prefeitura paulista e outros casos que agora pularão para a luz dos holofotes, ficar pedindo punições mais severas será danoso a Eduardo Azeredo (ex-governador mineiro) e outros que fizeram campanha ou se apropriaram, comprovadamente, de dinheiro público.
Pelo desfecho do caso Mensalão, um analista de verniz maquiavélico diria que Dilma mandou Janot (ela não manda em tudo?), Procurador Geral da República, acelerar as prisões, para não contaminar o clima de 2014. Mais: sabiamente para botar na berlinda o PSDB e o DEM. Mais ainda: para unificar o PT em torno dos seus "mártires", resgatando suas biografias de luta, fazendo circular o sangue circular nas veias do militante comum, que estava adormecido por discordâncias, voltando a ser "mil e tantos". Coincidentemente as condenações vieram na semana logo após o Processo de Eleições Diretas do PT (PED), que energizou os filiados do partido em discussões políticas. Merval e Dora podem ser parciais, mas são muito inteligentes e somatizaram essas preocupações em suas análises.
Obrigado, Joaquim Barbosa! Pelo quê mesmo? É a tal da Falta de Noção que Assola o País fazendo suas vítimas, que devem estar até agora embriagadas por um julgamento parcial, mesmo sem imagens de petistas algemados no camburão. Não têm capacidade de entender que o Mensalão virou um bumerangue para os que pretendiam criar um fato político capaz de enterrar o PT. Também escapou aos "vitoriosos" que o tribunal, onde os juízes foram nomeados por Dilma e Lula em sua maioria, julgou "republicanamente" contra os interesses dos que os nomearam, e que essa pizza mal cozida pode ser considerada satisfatoriamente como "justiça". Acabou o "Mensalão do PT", com os prejuízos há muito precificados politicamente, e a fila agora tem que andar. É a tal da "vitória de Pirro"
Afinal, entre mortos e feridos, qual o saldo do Mensalão? O primeiro, a favor da democracia, foi a sociedade questionar o STF e por tabela a justiça e os juízes, acabando com a aura de superioridade ética e intocabilidade que tacitamente gozavam. O segundo foi a exposição da mídia como "parte interessada", propondo campanha de linchamento, dando ao julgamento ares de político e de exceção, o que está sendo agora explorado pelos condenados que são do PT. Em terceiro, e que talvez tire o sossego de Dora e Merval, militantes pró-tucanos, é que o resultado pode ser um bumerangue para os interesses que defendem.
O PT foi atingido? Desmoralizado? Vai perder votos? Creio que não como gostariam seus inimigos com mais noção de conjuntura. Em pleno escândalo, mesmo com a campanha partidária da mídia, Lula se reelegeu e fez sua sucessora que tem grandes chances de se reeleger. O PT ganhou a cidade de São Paulo e cresceu bancadas. Seus "presos políticos" não foram tão punidos como pretendiam os algozes. Genoíno pode vir a cumprir pena livre de dia e em casa à noite. Dirceu pode vir a cumprir a pena em regime aberto, ou seja, vida normal com alguns compromissos de apresentação à justiça, por falta de vagas para o execução de sua pena em regime semi-aberto. Delúbio Soares vai pelo mesmo rumo. E o único que iria para a cadeia, mesmo com o argumento forçado do "dinheiro público" da empresa privada Visanet, Henrique Pizolatto, se mandou para a Itália onde deverá que passar seus últimos dias no exílio.
Em cana mesmo estão os condenados do núcleo central do Mensalão, como Marcos Valério. Que poderão vir a cumprir penas maiores, dependendo dos desdobramentos da nova caixa de Pandora que se abre: o julgamento da mãe de todos os mensalões, o dos tucanos mineiros. Que agora será cobrado por mais de 1 milhão de petistas e outros indignados com a farsa, já que o ânimo do judiciário não parece o mesmo aplicado contra o PT e se faz corpo mole para que prescreva a ação. Milhões enxergam, ao contrário de Têmis, deusa grega da Justiça, que o judiciário e a mídia atuam ideologicamente a favor de um grupo em detrimento de outro.
Para a população que se encheu de ódio ao PT pela campanha midiática diuturna do Mensalão, o caso está encerrado com a aparente punição dos responsáveis. Uns poucos vão dizer que falta prender Lula, possivelmente por considerarem criminoso um homem nordestino pobre ter chegado à presidência e ter iniciado o melhor ciclo de promoção da justiça social da história. Para eles, Lula é "o chefe da quadrilha".
Enquanto a massa da direita comemora ou quer mais, a mídia parece ter pisado no freio. Com a campanha petista pelo julgamento dos mensaleiros do PSDB, com o escândalo dos trens em São Paulo mostrando cada vez mais o partidarismo da justiça e da mídia, a impunidade do mensalão do DEM em Brasília, a corrupção na prefeitura paulista e outros casos que agora pularão para a luz dos holofotes, ficar pedindo punições mais severas será danoso a Eduardo Azeredo (ex-governador mineiro) e outros que fizeram campanha ou se apropriaram, comprovadamente, de dinheiro público.
Pelo desfecho do caso Mensalão, um analista de verniz maquiavélico diria que Dilma mandou Janot (ela não manda em tudo?), Procurador Geral da República, acelerar as prisões, para não contaminar o clima de 2014. Mais: sabiamente para botar na berlinda o PSDB e o DEM. Mais ainda: para unificar o PT em torno dos seus "mártires", resgatando suas biografias de luta, fazendo circular o sangue circular nas veias do militante comum, que estava adormecido por discordâncias, voltando a ser "mil e tantos". Coincidentemente as condenações vieram na semana logo após o Processo de Eleições Diretas do PT (PED), que energizou os filiados do partido em discussões políticas. Merval e Dora podem ser parciais, mas são muito inteligentes e somatizaram essas preocupações em suas análises.
Obrigado, Joaquim Barbosa! Pelo quê mesmo? É a tal da Falta de Noção que Assola o País fazendo suas vítimas, que devem estar até agora embriagadas por um julgamento parcial, mesmo sem imagens de petistas algemados no camburão. Não têm capacidade de entender que o Mensalão virou um bumerangue para os que pretendiam criar um fato político capaz de enterrar o PT. Também escapou aos "vitoriosos" que o tribunal, onde os juízes foram nomeados por Dilma e Lula em sua maioria, julgou "republicanamente" contra os interesses dos que os nomearam, e que essa pizza mal cozida pode ser considerada satisfatoriamente como "justiça". Acabou o "Mensalão do PT", com os prejuízos há muito precificados politicamente, e a fila agora tem que andar. É a tal da "vitória de Pirro"
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