O desconhecimento do que seja a miséria associado à crueldade criam mais um triste exemplo de Falta de Noção que Assola o País - FANOAPÁ . Pena que ainda não exista remédio para pessoas que sofrem de analfabetismo midiático.
A figura ao lado circula nas redes sociais colocando uma solução "fácil" para a pobreza: conter a "produção" de miseráveis com anticoncepcionais. Nas mentes miseráveis essa medida, associada com o genocídio dos que escaparem à eliminação no nascimento, vai trazer um mundo melhor para os demais. Essas mesmas pessoas são capazes de dizer isso e depois irem a um culto de religião que proíbe anticoncepcionais e abortos como se isso só fosse aplicado às pessoas "de bem". Ou "de bens".
Mesmo nas famílias de classe média e alta, com acesso a todo tipo de informação e uso seguro de contraceptivos, acontecem os engravidamentos indesejáveis e aí aparecem as "soluções" como abortos feitos sem higiene com grave risco à saúde das mulheres e eventuais crianças que nasçam a partir de tentativas frustradas.
A distribuição de anticoncepcionais já existe há décadas, com ou sem condenações religiosas, através de políticas públicas. A esterilização de mulheres também, com farta distribuição de DIU, etc, por entidades "beneficentes". Toda intervenção merece acompanhamento médico. A pílula pode levar até à morte por acidentes vasculares, etc. Dar anticoncepcionais como quem oferece um doce pode ser o mesmo que oferecer veneno. Bem, isso tanto faz para quem quer ver pobre morto mesmo.
Para completar o rol da falta de noção vem a máxima: "mulheres não param de ter filhos para ficar vivendo de Bolsa Família". Diziam o mesmo no tempo que o Salário Família valia alguma coisa. Isso não é verdade. Aqui vai a conclusão de um estudo feito pela ONU e o Governo Federal que relaciona distribuição de renda e natalidade, que vale a pena ser lido na íntegra:
"O Programa Bolsa Família e a Transição da Fecundidade no Brasil
... A fecundidade mais elevada entre a população pobre, menos escolarizada, com menor nível de consumo
e piores condições habitacionais é uma realidade constatada em todas as pesquisas sobre o comportamento
reprodutivo no Brasil. A literatura mostra que, em grande parte, esta maior fecundidade se deve não apenas
à falta de acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, mas também acontece em razão da falta de
perspectivas profissionais e educacionais, assim como de um projeto de vida que possibilite o progresso cultural e material destas mulheres jovens.
... Embora o Programa Bolsa Família tenha um desenho que pode ser considerado pró-natalista, na prática,
a população pobre coberta pelo Programa continua reduzindo suas taxas de fecundidade. Isto acontece em
função da reversão do fluxo intergeracional de riquezas, da redução das desigualdades de gênero e dos ganhos da inclusão social no país. A história está repleta de exemplos de que a cidadania é o melhor contraceptivo e que a efetiva autodeterminação reprodutiva contribui para o processo de mobilidade social ascendente."
O estudo associa melhoria da renda e cidadania à redução da taxa de natalidade (quantos nascem) e de fecundidade (quantos filhos uma mulher tem). Quanto à fecundidade, em 1970 as mulheres brasileiras tinham, em média, seis filhos. Hoje essa média mal chega a dois.
Seguem declarações absolutamente desprovidas de noção sobre o tema, dignas daquelas redações que os coxinhas mostram para atestar ignorância do povo:
"Só ir no posto de saúde!!Camisinhas e anticoncepcionais de graça!o q acontece é q quanto mais filhos mais dinheiro do bolsa família,mais gente pra pedir esmola!!aff povo brasileiro"
"será q ja esta gravida do 6º filho?" (referindo-se à figura)
"Cara, é muito simples.. Se vc é pobre, não tenha filhos! Se nunca melhorar de vida, nunca tenha filhos! Meus pais não se estruturaram antes de eu nascer, por isso sou muito pobre, e ,por mais q eu corra atrás, sei que só vou chegar a uma boa condição financeira lá pelos 40 anos ou mais. Se eu fosse homem poderia ter filhos nesta idade, mas, como não sou, sei que não poderei ter filhos biológicos, este nunca foi meu sonho, mas mesmo se fosse, teria q me conformar, pois não iria colocar alguém pra sofrer nesse mundo só pra satisfazer um capricho. Quando minha condição melhorar, se eu viver até lá, talvez adote uma criança, pois o que não falta é gente escrota que põe filho no mundo sem poder criar. Tenho muita raiva disso!"
"Desculpe mas as pessoas chegam nessa situação, muitas vezes, propositalmente, justamente para ganhar benefícios e não trabalhar. Eu trabalho com Recrutamento e Seleção e já cansei de escutar candidatos falando que não precisam trabalhar pq já recebem o bolsa família. Não digo que todos chegam a esse nível, mas muitos chegam. Como já mencionaram: Anticoncepcional e camisinha vc pega gratuitamente nos postos de saúde. Não há desculpa!"
"é isso mesmo pouca vergonha,lembra do tempo dos escravos,eles tinham varios filhos,mas eram pra trabalhar e ajudar nos sustento,mas hj quem e miseravel e tem varios filhos e para perdir esmolas e sustentar o trafico de drogas e a cachaça dos pais,eita brasil."
Fala serio??? Politica assistencialista... nao concordo, creio que Educaçao eh o ideal, receber auxilio durante o periodo em que fizessem cursos profissionalizantes, ai sim teria uma funçao... Moro em um bairro muito pobre, dou aula em uma escola que tem em sua maioria alunos carentes financeira e emocionalmente e vejo coisas, conheço historias, ja ouvi coisas de mulheres, ja ouvi desculpas rudiculas pra recusar trabalho de passadeira, diarista... que so a ignorancia justifica...
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