sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

YOUTROUXA 0071 : Coxinhas querem "rolezinhos" nas suas bibliotecas?

Coxinhas sugerem livros que estão nas mansões deles
Rola pelas redes mais uma dessas bobagens com a mensagem "Que tal um "rolezinho" nas bibliotecas? ", distribuídos por sites e pessoas identificadas com a classe mais rica. É uma espécie de provocação à "classe inferior", como eles chamam os jovens que estão agora reivindicando espaço nos shoppings. Uma brincadeira que nos permite questionar: onde estão os livros no Brasil? Querem com isso dizer que os pobres querem consumo sem aprender, ou seja, meritocracia implícita no raciocínio dos plutocratas (mérito nenhum, só dinheiro).

Segundo o MEC, 73% dos livros estão nas mãos de 16% da população. A legislação atual obriga as escolas públicas a ter bibliotecas com um enxoval mínimo, e estas o interesse pela leitura é grande. Nas universidades as bibliotecas públicas são território de estudantes que não têm dinheiro para pagar pelos livros. Nas comunidades mais carentes há projetos de ONGs, instituições religiosas, públicas e pessoas que montam Bibliotecas Comunitárias.

Os coxinhas também não sabem que 30% dos jovens não têm acesso à internet, por isso a leitura é um hábito mais arraigado entre os mais pobres alfabetizados até por falta de opção. Não falta, portanto, disposição à leitura: faltam livros. As mansões estão cheias deles, esperando por interessados. Por que não unir o desejo de educar a "plebe ignara" com os fartos recursos dos mais abastados (ou abestados?)?

O máximo que os coxinhas fazem pela leitura dos pobres é enfiar revistas da editora Abril sem licitação nas escolas públicas. A leitura da VEJA por adolescentes carentes pode trazer deformações, como, por exemplo, aderir aos valores dos coxinhas e identificar os mais carentes com a sua ostentação. E, pior para os riquinhos, fazer os jovens quererem se identificar com eles, e daí quererem frequentar shoppings e fazer "rolezinhos"! Terrível mesmo é ver um dia esses "pobretões" se identificando tanto com a elite a ponto de fazerem comentário como este, em página de jovens direitistas:

"Se houvesse um rolezinho nas bibliotecas,esses marginais iriam destruir tudo.Aí viria os esquerdopatas e suas tentativas de justificar as ações de criminosos dizendo:esses jovens estão se manifestando contra a opressão cultural.kkkk"

Já que os coxinhas acham que os jovens dos rolezinhos  "São bárbaros incapazes de reconhecer a própria inferioridade, e morrem de inveja da civilização", citando o ideólogo coxinha Rodrigo Constantino, da VEJA, deveriam abrir as bibliotecas de suas mansões para os mais carentes. Nem que seja na senzala da casa, as pessoas não vão se importar muito com frescuras. Ou doar para bibliotecas das comunidades. Esses livros são apenas enfeites, porque o conhecimento, para quem tem muito dinheiro, o dinheiro compra. O mérito também.





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