Foto do Jornal GGN |
O fascismo sem cara perdeu essa batalha |
Mas não foi assim, felizmente. Lula mandou gastar para alimentar as diversas cadeias produtivas para manter os benefícios. A Copa passou a ser um indutor na economia. Com as compras do evento (obras,equipamentos) e da aceleração de obras do PAC para convergir com junho de 2014, tivemos nas cidades imensos canteiros de obras. Muitas ainda continuarão, porque não eram para o evento. Os níveis de salários e empregos e a arrecadação de impostos mantiveram a economia aquecida e o PIB em alta.
Por outro lado os que defendiam a Copa em 2007 mudaram de lado. Dezoito cidades tinham interesse. A FIFA queria oito. Os interesses políticos de governadores e prefeitos falaram mais alto e ficamos com 12 sedes. Sem o investimento privado, o jeito foi os estados pedirem empréstimos ao BNDES. O governo federal não entrou com um centavo nos estádios, mas arcou com as obras complementares, que seriam feitas com ou sem Copa num prazo mais dilatado.
Exoesqueleto foi reduzido a isso pela Globo |
O ódio foi alimentado diuturnamente. Sem direito à resposta pelo governo, o massacre atingiu as mentes de milhões de pessoas que passaram a crer que o país estava na pior situação possível, que o PIB não crescia, que iríamos passar vexame perante o mundo com o fracasso da Copa, enfim, amplificaram o Complexo de Vira-Latas descrito por Nelson Rodrigues. Seríamos uma nação fracassada por natureza, e só os estrangeiros conseguiriam realizar as coisas direito.
Dilma enfrentou tortura quando todos se calavam |
Dilma torce pelo Brasil . Foto: Midia Faz Mal |
Mundo inteiro ligado na TV para ver a festa. Mais de um bilhão de pessoas. Show de estréia promovido pela FIFA simples, rápido mas bonito. Vem o Hino Nacional. O povo continua cantando mesmo quando a banda para. Lindo o fervor patriótico. Eis que da ala dos VIP do evento, pessoas que ganharam cortesias de multinacionais ou pagaram R$ 990 por ingresso, começa a baixaria com gente que deveria ser a elite em educação e cultura além de econômico-financeira puxando, por quatro vezes, o côro indecente "ei, Dilma, vá tomar...". O mundo todo viu sem entender o que era através dos milhares de repórteres presentes. Uma sordidez insólita, inédita, uma covardia misógena.
Passado o vexame, veio o jogo. O zagueiro brasileiro Marcelo por azar faz um gol contra, o primeiro da Copa. O suficiente para pessoas no estádio e fora dele, contrárias à Copa e associando o fracasso da seleção à potencial derrota de Dilma, comemoraram e foram mais além: postaram em redes sociais comentários racistas dizendo que o jogador fez isso por causa da cor da pele. Nisso alguns comunicadores sociais, como Marcelo Tas e Danilo Gentili, furiosamente teclavam seus tablets espalhando para milhões de pessoas a baixaria do côro contra Dilma, recebendo dos seus fãs outros milhões de curtidas.
Sabotagem que não colou |
Danilo Gentilli : Péssimo exemplo para a juventude |
Vidente obsedado pelo ódio |
Esqueceram-se que o povo não é espelho deles. As pessoas têm decência. Famílias e crianças educadas não falam aquelas coisas, ainda mais para a representante máxima do país na frente de bilhões de pessoas. Aos poucos vieram as opiniões de repúdio, até de setores da mídia. Uma onda de indignação condenou a baixaria. Até na Globo houve algum tipo de condenação sem condenar, mas mostrando que teve gente de dentro que achou aquilo um absurdo. Aécio Neves recuou e prestou solidariedade quase um dia depois do atentado moral.
A oposição conheceu duramente um outro significado da sigla PT : Perda Total. Apostaram na greves, nas sabotagens, em chegar no dia 12 de junho sem estádios, sem festa, sem jogos. Em ver nos principais jornais do mundo a cara de Dilma com a tarja de fracasso, incompetência e tudo de negativo. Não avaliaram que em 2014 haveria a etapa AC - Antes da Copa, e DC - Depois da Copa. E naquele dia 12 houve o divisor de águas. E o período DC, o segundo turno da disputa política, começou com Dilma vitimizada e a condenação dos métodos de incitação ao ódio.
Como não acreditaram que Dilma venceria a guerra pela Copa, parece que também não cuidaram de um "Plano B" para o caso da Copa acontecer. O côro da baixaria já vinha sendo alimentado em eventos culturais, como no show do Rappa há duas semanas. A idéia deles era espalhar o "ei Dilma vai tomar..." para todos os eventos de massas como um mantra. Perderam sua bala de prata.
E agora? É cada um por si. Começou o período de um mês onde nada que não seja muito grave não sobressairá nos noticiários. Quem sabe que o Iraque está se desmilinguindo nas mãos de radicais numa ação veloz? Que tem uma guerra civil esquentando na Ucrânia? Que os preços do petróleo estão disparando? Que nada, agora o fato principal é a humilhação da Espanha pela Holanda.
O noticiário negativo sincronizado da mídia bandida esbarrará na alegria e na expectativa. A depressão que incutiram está cedendo espaço à realização do sonho da Copa no Brasil. Tudo que fizeram até aqui de destrutivo pode ser perdido com um punhado de jogos e vitórias do nosso times. A eles só resta torcer contra, como fizeram o tempo todo, para que percamos logo, saiamos da Copa, as pessoas percam o interesse, botem a culpa na Dilma e eles ganhem as eleições em outubro. Apostaram no fracasso e agora partirão para o desespero. Qual será a próxima sabotagem?
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