Imagine-se possuidor de ações de uma empresa de petróleo que espera tirar dividendos como renda. O que faria diante da notícia dizendo que a empresa ganhou, sem licitação, os direitos para continuar explorando um dos maiores campos de petróleo do mundo? Teria motivos para comemorar, certo? Sim, em qualquer lugar do mundo, menos no Brasil.
A Petrobrás ganhou esse direito nos 4 campos que já explora ao norte de Libra, recém-licitado por US$ 15 bi. As ações, contraditoriamente, foram massacradas na bolsa. Essa decisão do governo garantirá à empresa reservas entre 10 bilhões e 15 bilhões de barris e levar a um desembolso de R$ 15 bilhões em bônus e antecipações. Negativaram o potencial ganho!
Por que isto acontece? O tal "mercado", que está virando uma quadrilha de especuladores, criou suas próprias verdades, onde a máxima é: "intervenção estatal derruba ações". Nessa lógica uma pesquisa eleitoral onde Dilma cresce, as ações caem porque ela é identificada com a defesa dos interesses nacionais. Se Aécio cresce, as ações sobem, porque é identificado com a privatização e o entreguismo.
O pior para o tal "mercado" é que essa cessão do governo à Petrobrás liquida, na prática, o fim do monopólio perpetrado por FHC nos anos 90. Desde então entidades da sociedade lutam para que o monopólio da Petrobrás seja restabelecido. No ano passado houve uma greve de petroleiros de 7 dias contra o leilão de Libra. Agora parece que o governo resolveu atender. E desagradar aos interesses dos grandes grupos no nosso petróleo.
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