domingo, 3 de agosto de 2014

VIAGEM : Rio Quente (GO) - o paraíso das piscinas termais

Rio Quente - Chapada de Caldas Novas
Tiramos de Brasília a Rio Quente (GO) em quase 5 horas. Pegamos a BR 040 até pouco antes da entrada de Luziânia e de lá a GO-010, estrada de mão-dupla recentemente renovada com asfalto bom mas sem sinalização vertical (placas). Em Vianópolis (GO) derivamos para a rodovia GO-139, de pavimento com descamações mas sem buracos, também sem muita sinalização. Chegamos a nos perder passando por essa cidade e nem o GPS do celular ajudou muito. Por sinal, sinal de dados é raridade em todo o percurso, sendo recomendável baixar os mapas enquanto tiver rede de boa qualidade. Por via das dúvidas, siga a sinalização indicativa de Caldas Novas.


Centro de Rio Quente - GO
Há poucos postos de gasolina, alguns com combustível mais barato, de bandeiras pouco conhecidas. Adequado sair de tanque cheio. Na altura de Cristianópolis há uma parada muito boa, com preços honestos, limpeza e bom atendimento. Tem um monumento com uma cachoeira no estacionamento. Pouco antes da chegada a Caldas Novas pegamos à direita a GO-490 e alguns quilômetros à esquerda a GO-570, que leva direto a Rio Quente. No nosso caso, pegamos a entrada para "setor residencial". A outra opção é para os resorts Rio Quente, que ficam junto ao Hot Park. No total, 340 km desde a Asa Norte, em Brasília.
Praia do Cerrado - piscina com ondas. 
X - Pirado
Alugamos um flat no IMG Águas da Serra por R$ 150 a diária. Espaçoso com boa sala, cozinha sem fogão mas com frigobar, microondas, boa mesa, sofá e sofá cama, televisões na sala e no quarto e banheiro espaçoso. No complexo há uma grande piscina com bar molhado, sauna e acesso ao Rio Quente, onde se pode tomar banho tomando-se cuidado com a correnteza. Essa água passa primeiro por todos os resorts e pelo Hot Park. Esses flats geralmente não têm roupa de cama e banho. Trouxemos tudo, até travesseiros, pratos, garfos, etc, o que no nosso caso não seria necessário. Trouxemos isopor com comidas refrigeradas, refrigerantes, artigos para café (não incluso na diária). O hotel tem um restaurante com buffet de R$ 35.

A piscina fica aberta até as 23h. A água deve ficar a uns 30 graus. Esquisito é ficar um tempão de molho e ao sair da piscina com a musculatura toda relaxada achar que a gravidade ficou maior, porque parece que o peso aumentou. Demos uma passada na feirinha no centro do vilarejo à noite (sexta), onde a rua principal de comércio fica fechada por barraquinhas vendendo comida. Aí começamos a ver os preços surreais praticados, tipo churrasquinho a R$ 7, refrigerante em lata R$ 5, caldos a R$ 9, empadão goiano R$ 10, etc. Foi bom ter trazido comida.

Half Pipe
No sábado fomos para o Hot Park, segundo eles o maior parque aquático da América do Sul. É um complexo integrado a uns 7 hotéis de padrão médio-alto a muito alto, e diárias que começam a R$ 400. A eles é restrito o acesso ao Parque das Fontes, onde se encontram as nascentes de 17 riachos de onde se originam as águas do Rio Quente. O ingresso básico para 1 dia (das 9 às 17) no Hot Park é de R$ 128. Aposentados, idosos com mais de 60 anos e outros pagam metade. No caso de aposentados tem que trazer um contracheque ou documento comprobatório da aposentadoria.

Entrando no parque, que é muito bom, tivemos o primeiro choque de preço: o aluguel de um armário de guarda-volumes por R$ 17! Paga-se tudo com um smart card que é fornecido na entrada e vem com algum crédito. Como andar com coisas nas mãos e até com chinelo é complicado porque nos brinquedos não se pode levar nada, demos logo uma passada geral no parque para tirar fotos e deixar o tempo passar um pouco para deixar as filas diminuirem nas atrações. Já tínhamos ido ao parque há 8 anos e a grande novidade foi a Praia do Cerrado, com ondas artificiais, águas transparentes e fundo branco imitando areia. Também tem o X-Pirado, um tobogã muito alto para quem tem muita coragem e pouco amor à vida; o sobrevôo de helicóptero, caiaque, tirolesa, mergulho, todas atividades pagas (e bem pagas) à parte.

Os preços praticados são de primeiro mundo. Para ser mais exato, noruegueses. O ingresso a R$ 128 (pagamos meia por sermos aposentados) é barato comparado ao Beach Park, em Fortaleza, de R$ 170 ou ao Magic Kingdom, na Disney em Orlando, na faixa dos R$ 240. Já os preços das coisas, desde as lojinhas às comidas, são mais que os surreais praticados no Rio na época da Copa do Mundo. Cheguei a ver na praia de Copacabana cerveja de garrafa a R$ 7 em quiosque. No Hot Park vimos coisas como:
- cerveja Budweiser lata - R$ 7,90
- cerveja Liber sem álcool - R$ 7,50
- refrigerante lata - R$ 5,90
- caneca de cerveja 500 ml - R$ 13,50
- sandálias havaianas - R$ 48 o par
- churrasquinho - R$ 9.90
- água 500 ml - R$ 4,50
- picolés - R$ 7,00
- biquini - R$ 190

Uma opção é o almoço de R$ 33 em buffet. Uma alternativa é tomar um bom café da manhã e segurar a barra. Embora seja proibido entrar com comida e bebidas havia muitas pessoas com pacotes de biscoitos e tira-gostos discretamente colocados em bolsas.

Tirando esse problema dos preços, o parque é ótimo. Há atrações que não são recomendadas a quem tem problemas de coluna e até claustrofobia, como uns escorregas onde tudo é fechado, no escuro, e você sacoleja de um lado para o outro sendo jogado contra as paredes sem saber o que acontece depois. A praia de ondas é curiosíssima, nunca tinha visto uma. Vale a pena conhecer.

À noite encontramos uma outra feirinha na rua do hotel com preços de comidas mais normais que as da feira do centro. Também vimos dois grandes empreendimentos residenciais / hoteleiros com obras avançadas mas parados. Do jeito que estão cruzando a tênue linha entre explorar o turismo e explorar o turista, toda essa inflação pode afastar as pessoas, que têm na vizinha Caldas Novas uma opção menos cara e mais estruturada.






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