A corrupção é alma gêmea do privilégio. Se tudo for democrático, ninguém poderá levar vantagem, a não ser que se distorça a equidade. No sistema político isso acontece todo o tempo, pois há uma minoria rica que não representa 5% dos habitantes que quer se perpetuar sobre os outros 95%. Acontece que se apenas os ricos votarem nos ricos jamais aprovarão uma lei ou elegerão um prefeito ou presidente, daí para se manter os privilégios vem o processo de corrupção do sistema de poder.
Para eleger uma maioria que não representa o povo os ricos compram votos, usam mídias para iludir a respeito de candidatos populares que lhes serão fiéis ou compram parlamentares eleitos para ter governabilidade. Fazem leis que garantem seus privilégios.
Para garantir votações precisam distribuir favores a partidos da tal "base aliada" que vão de recursos orçamentários para obras que serão dilapidadas por desvios ou cargos de mando sobre recursos que também serão dilapidados em secretarias, ministérios, etc.
Devido a essa distorção temos políticos que governam para os ricos. E partidos representativos da maioria da população que não elegem bancadas suficientes para fazer valer a vontade popular. No caso de Lula e Dilma houve divisão de espaços no poder e de cooptação de base aliada para fazer passar alguns projetos de interesse da maioria. Isso explica mas não justifica Sarneys e Collors.
Em todos os governos estaduais e na grande maioria das prefeituras o sistema funciona assim. Os ricos serão sempre contra medidas em favor do povo, defendendo para si a concentração de riquezas. Serão contra a democratização do sistema político, a participação social, etc. Além disso querem ter o controle do núcleo de poder do Estado (forças armadas, judiciário, polícias, ministério público), não importa qual seja o governo.
Votar contra a corrupção, portanto, é querer mudar o sistema político pela raiz. Não dá para deixar um congresso cheio de vícios fazer isso, nem para ter presidente e governadores contra as mudanças. Quem hoje defende uma constituinte soberana especialmente eleita para mudar o sistema político é Dilma e os partidos de esquerda que a apoiam. São os parlamentares desses partidos. O PSDB, o DEM, Aécio e Eduardo Campos não têm compromissos com a mudança do sistema político.
Para acabar com a corrupção só tornando o Brasil democrático. A cada cidadão corresponder um voto nos candidatos que o representam, sem pirotecnias de mídia dos ricos. Com participação direta propondo e fiscalizando. Com mandatos que possam ser revogados.
Aí fica a questão: a corrupção é do sistema, não do PT ou de Dilma, que querem mudar a forma de fazer política e favorecer a participação popular. Os ricos, representados nas candidaturas de Aécio e Eduardo, jamais mudarão uma regra que os favorece. Se o eleitor, a rigor, não aceita a corrupção, deve anular seu voto como protesto, e deixar de dizer que "não é de direita mas vota na direita corrupta contra a "corrupção do PT".
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