Estamos fazendo a viagem Eurásia 2014 com muito pouco tempo para escrever. Os relatos estão no Blog do Branquinho no Facebook. Em breve voltaremos com matérias sobre a viagem.
sábado, 27 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
EURÁSIA2014 - 008 - De São Paulo a Istambul
`Para fugir ao risco de uma desvalorização cambial em tempos eleitorais e os 6,38% de impostos sobre compras internacionais adquirimos as passagens pela Turkish Airlines numa promoção por US$ 999 ida e volta pela Decolar.com. A limitação disso é que não se pode marcar assentos senão a 24h da hora do vôo, o que nos deixou poucas opções. Entre elas, a de viajar do lado direito do avião para escapar de ficar em cima da asa e não ver nada da paisagem. Ou seja, ficamos com vista para o leste, com direito a sol o tempo todo. E o ar condicionado do avião não esfriava o suficiente para combater o calor que fez durante boa parte do vôo.
Amanhecer sobre o Atlântico |
Chegamos de Brasília ao aeroporto de Guarulhos pelo terminal 1 para pegar o vôo da Turkish Airlines no terminal 3, recém-construído. Na longa caminhada descobrimos que existem algumas opções de alimentação por menos de R$ 10 em estabelecimento que têm uma bandeira indicativa, e máquinas dispensadoras que vendem água e refrigerantes a preços menos salgados que nos demais.
O aeroporto recentemente reformado tem qualidades superiores às de Brasília, como piso tátil para deficientes visuais e várias fileiras de cadeiras de espera com tomadas de força individuais, uma necessidade que ainda não está presente nos projetos de reforma de outros aeroportos, que usam tótens de tomadas forçando as pessoas a ficarem em pé ao lado.
Rota do vôo São Paulo - Istambul |
Nos guichês ao lado a Emirates tem o despacho de malas para quem faz web check-in à parte.
O serviço de internet gratuita por meia hora GRU se mostrou lento na área de check in internacional. Como o aeroporto estava vazio no horário as etapas de segurança e imigração foram tranquilas.
Gráfico de zonas de noite e dia |
O embarque é feito por uma única passarela, iniciando pela classe executiva, comfort e depois os meros mortais que compraram a passagem na promoção por US$ 999 ida e volta. O Boeing 777-300
tem pouco espaço entre as fileiras de cadeiras, praticamente inviabilizando abrir um notebook e mesmo ver os filmes na tela da cadeira da frente, pois fica a menos de 50 cm do rosto. Não vimos
brasileiros na tripulação e todas as mensagens são em inglês ou turco. As cadeiras têm tomada USB, console para jogos e no cardápio do computador há filmes recentes, jogos e noticiários. Bom para quem vai ficar as 12,5 horas acordado.
Detalhe do vôo entre a África (Tunísia) e Itália |
Aguardamos um tempo antes do avião conseguir vaga para desembarque. Na saída do túnel de desembarque policiais pediam os passaportes, ou seja, se o passageiro não tiver os requisitos nem vai até imigração, onde o atendimento foi rápido. Sufoco nos ATMs do desembarque, que não reconheciam os cartões VTM, exceto um, que salvou a pátria na troca por liras turcas (LT ou TLY).
Ilhas de Malta |
Ataturk, andar 6 estações até Zeytinburnu, onde ao saltar deve-se procurar pelo tram T1, que fica do lado de fora. Para ir a Sultanameht são 15 estações. O tempo total que gastamos nessa operação foi de 50 minutos. O sistema de metrô e tram termina às 00:00h
Nas estações não há bilheteria para comprar tickets, apenas máquinas. O melhor é comprar o cartão por 4 liras turcas e botar créditos. Apesar das passagens serem mais baratas que no Brasil, não há integração entre os tipos de transporte. Paga-se para andar no metrô e depois para andar no tram.
À meia-noite ainda havia bastante movimento nas ruas por conta dos muitos restaurantes da região e, apesar de não se ver policiais, havia sensação de segurança. A opção ao sistema público é pegar um táxi por umas 40 liras turcas (uns R$ 45) ou contratar com antecipação um tranfer, com preços entre 5 LT e 25 LT.
Uma lira turca equivale a R$ 1,16, com o euro comprado por valor efetivo (com taxas, etc) a R$ 3,20.
Post anterior: http://blogdobranquinho.blogspot.com.tr/2014/09/eurasia-2014-007-preparacao-de-malas.html
sábado, 13 de setembro de 2014
EURÁSIA 2014 - 007 - Preparação de malas para longas viagens
Em viagens anteriores desenvolvemos um check-list que a cada novo evento se amplia, e é extremamente útil para evitar que coisas simples sejam esquecidas e façam falta ao longo da viagem.
A experiência com longas viagens onde há diversos embarques e desembarques, muitas vezes andando bastante a pé, e trânsito por diferentes regras de bagagem, nos levaram a rever a estratégia de malas.
Compramos duas malas médias leves (3,5 kg) com fecho TSR (para trânsito nos EUA) e rodas únicas reforçadas de 360 graus, em polipropileno, com fechos presos a dispositivo com senha e lugar para colocar cadeado, inviabilizando o furto mais comum que é com uma caneta abrindo o ziper e depois passando as alavancas do ziper pelo local fechando novamente. Não compramos sem ziper, com fecho de metal tipo pasta de executivo, porque o vendedor nos disse que em caso de deformação por impacto fica muito difícil fechá-la.
Resolvemos levar menos de 20 kg (peso total) nas malas e cada um uma mochila com as coisas de maior valor (eletrônicos, dinheiro, guias, documentos) a bordo com menos de 10 kg.
Toda a bagagem foi estudada para atender às necessidades de peso e volume pequenos. Objetos de mesma natureza agrupados em pequenas bolsas, como nos grupos do check-list (abaixo). Compramos muitas blusas dry-fit, calças dry-fit com pernas que podem ser retiradas virando bermudas, uma calça jeans, casacos para atender a temperaturas mínimas de 5 graus (fim da viagem nas montanhas, em novembro, e passeio de balão na Capadócia). Um conjunto de roupas sociais (no meu caso, um terno de microfibra), poucas camisas sociais (recomendáveis no Irã), inclusive de flanela para dias mais frios, um tênis, uma sandália de borracha e um sapato social. Sunga, chale, luvas, roupas íntimas e meias se alojam entre as demais roupas. Esse peso de roupas não passou dos 9 kg. Na viagem usamos as roupas mais pesadas. Mesmo sem levar casacos à mão, nossas malas ficaram com 18 kg cada. As bagagens de mão no máximo 5 kg.
Há itens de consumo que podem ir na mala ainda vazia do início da viagem que desaparecerão à medida que se adquire peso de compras, como sabonetes (12 para 65 dias), shampoo (3), remédios, alimentos não perecíveis (que não sejam barrados na inspeção sanitária dos países), sabão em pó, detergente, etc. Levamos cerca de 2,5 kg desses itens. Sobre remédios, se houver algum com receita, deve-se levar o suficiente para toda a duração da viagem, pois será praticamente impossível comprá-los no exterior. Para quem usa óculos levar pelo menos um de reserva é obrigatório. E tentar comprar algo sem entender o que diz a etiqueta é temerário.
Itens de cozinha? São dispensáveis em turismo de pacote ou de pequeno espectro por poucos dias, mas numa caravana de baixo custo são obrigatórios. Nem sempre se comerá em restaurantes. Em lugares muito caros come-se os itens mais baratos, geralmente algum produto de grande produção nacional. Pela Europa são comuns algumas frutas, como maçãs, coisas à base de batata e comidas pré-prontas vendidas em supermercados, como saladas, massas, etc. Em muitos hotéis e mesmo em hostéis há aquecedores elétricos de água permitindo fazer café, chá, sopa, etc. Frigobar não é muito usual, mas existe nos lugares mais quentes, permitindo fazer compras em supermercado de produtos perecíveis como queijos, iogurtes, frios, etc.
Ferramentas? Experimente quebrar algo em meio a uma jornada de semanas e tentar mandar consertar para ver o que é bom prá tosse. Uma rodinha de mala (levo reserva), um ziper preso, coisas para cortar e fazer gambiarras, isso pode acontecer à medida que aumenta o tempo de viagem.
Cabos e cabos, tomadas e até roteador (só onde houver rede por cabo), carregadores de baterias, adaptadores, tudo tem que ser pensado para não passar perrengue e descobrir que aquele equipamento essencial não tem como ser carregado por falta da algo. Pen drives para backups e outros itens que depois abordarei sob aspectos de segurança de armazenamento de informações são fundamentais. Pelo menos para quem tem noção e sabe que é real o risco de perder ou ter roubada uma câmera, celular, etc.
Cartões de apresentação, músicas, fotos? Pense que pode vir a se hospedar em casas de pessoas que certamente terão curiosidade em conhecer sua cultura, suas origens assim como você também irá explorar suas informações. Fazer contatos e amizades é um dos grandes objetivos numa viagem.
Materiais de escritório? Sim, claro, pois não se trata de turismo de poucos dias em condições sob controle, como ficar em poucas cidades em hotéis com melhor infra gastando tudo em cartão de crédito. Há que se organizar a papelada adquirida, registrar a contabilidade, separar as diversas moedas (nesta viagem serão 9, incluindo-se reais, dólares e euros), documentos de seguros, passagens, etc. Como dissemos em post anterior, estamos fazendo uma viagem com orçamento de 48 dias em 65 dias, e o controle de recursos precisa ser rigoroso.
Sabão em pó, esponja? Claro. Como se vai lavar roupas e os utensílios de cozinha?
Desta vez não usamos mochilas sem rodinhas. É muito complicado andar com dois objetos com rodas, porque bate em todo lugar e nas pessoas. Além do mais as rodas e estruturas são um peso morto considerável, cerca de 1,5 kg. O mais adequado é levar a mala com as rodas e colocar a mochila na frente do corpo, especialmente em caminhadas e em transportes públicos, evitando furtos.
Pensamos em levar filme plástico igual ao que se usa para proteger malas nos aeroportos. Um rolo de 500m custa o mesmo que uma embalagem no aeroporto, mas pesa. E é grande. Cortei com serra um rolo pela metade mas mesmo assim não se mostrou razoável pois pesa quase 2 kg e não seria todo usado na viagem. Usamos para embalar com compactação casacos e calçados.
Segue o check-list. Se algum leitor tiver sugestão para aprimorá-lo ou dúvidas sobre seu conteúdo, comente por favor.
Post anterior: http://blogdobranquinho.blogspot.com.tr/2014/09/eurasia-2014-006-o-inesperado-pedagio.html
A experiência com longas viagens onde há diversos embarques e desembarques, muitas vezes andando bastante a pé, e trânsito por diferentes regras de bagagem, nos levaram a rever a estratégia de malas.
Compramos duas malas médias leves (3,5 kg) com fecho TSR (para trânsito nos EUA) e rodas únicas reforçadas de 360 graus, em polipropileno, com fechos presos a dispositivo com senha e lugar para colocar cadeado, inviabilizando o furto mais comum que é com uma caneta abrindo o ziper e depois passando as alavancas do ziper pelo local fechando novamente. Não compramos sem ziper, com fecho de metal tipo pasta de executivo, porque o vendedor nos disse que em caso de deformação por impacto fica muito difícil fechá-la.
Resolvemos levar menos de 20 kg (peso total) nas malas e cada um uma mochila com as coisas de maior valor (eletrônicos, dinheiro, guias, documentos) a bordo com menos de 10 kg.
Toda a bagagem foi estudada para atender às necessidades de peso e volume pequenos. Objetos de mesma natureza agrupados em pequenas bolsas, como nos grupos do check-list (abaixo). Compramos muitas blusas dry-fit, calças dry-fit com pernas que podem ser retiradas virando bermudas, uma calça jeans, casacos para atender a temperaturas mínimas de 5 graus (fim da viagem nas montanhas, em novembro, e passeio de balão na Capadócia). Um conjunto de roupas sociais (no meu caso, um terno de microfibra), poucas camisas sociais (recomendáveis no Irã), inclusive de flanela para dias mais frios, um tênis, uma sandália de borracha e um sapato social. Sunga, chale, luvas, roupas íntimas e meias se alojam entre as demais roupas. Esse peso de roupas não passou dos 9 kg. Na viagem usamos as roupas mais pesadas. Mesmo sem levar casacos à mão, nossas malas ficaram com 18 kg cada. As bagagens de mão no máximo 5 kg.
Há itens de consumo que podem ir na mala ainda vazia do início da viagem que desaparecerão à medida que se adquire peso de compras, como sabonetes (12 para 65 dias), shampoo (3), remédios, alimentos não perecíveis (que não sejam barrados na inspeção sanitária dos países), sabão em pó, detergente, etc. Levamos cerca de 2,5 kg desses itens. Sobre remédios, se houver algum com receita, deve-se levar o suficiente para toda a duração da viagem, pois será praticamente impossível comprá-los no exterior. Para quem usa óculos levar pelo menos um de reserva é obrigatório. E tentar comprar algo sem entender o que diz a etiqueta é temerário.
Fonte: blogdobranquinho.blogspot.com |
Ferramentas? Experimente quebrar algo em meio a uma jornada de semanas e tentar mandar consertar para ver o que é bom prá tosse. Uma rodinha de mala (levo reserva), um ziper preso, coisas para cortar e fazer gambiarras, isso pode acontecer à medida que aumenta o tempo de viagem.
Cabos e cabos, tomadas e até roteador (só onde houver rede por cabo), carregadores de baterias, adaptadores, tudo tem que ser pensado para não passar perrengue e descobrir que aquele equipamento essencial não tem como ser carregado por falta da algo. Pen drives para backups e outros itens que depois abordarei sob aspectos de segurança de armazenamento de informações são fundamentais. Pelo menos para quem tem noção e sabe que é real o risco de perder ou ter roubada uma câmera, celular, etc.
Cartões de apresentação, músicas, fotos? Pense que pode vir a se hospedar em casas de pessoas que certamente terão curiosidade em conhecer sua cultura, suas origens assim como você também irá explorar suas informações. Fazer contatos e amizades é um dos grandes objetivos numa viagem.
Materiais de escritório? Sim, claro, pois não se trata de turismo de poucos dias em condições sob controle, como ficar em poucas cidades em hotéis com melhor infra gastando tudo em cartão de crédito. Há que se organizar a papelada adquirida, registrar a contabilidade, separar as diversas moedas (nesta viagem serão 9, incluindo-se reais, dólares e euros), documentos de seguros, passagens, etc. Como dissemos em post anterior, estamos fazendo uma viagem com orçamento de 48 dias em 65 dias, e o controle de recursos precisa ser rigoroso.
Sabão em pó, esponja? Claro. Como se vai lavar roupas e os utensílios de cozinha?
Desta vez não usamos mochilas sem rodinhas. É muito complicado andar com dois objetos com rodas, porque bate em todo lugar e nas pessoas. Além do mais as rodas e estruturas são um peso morto considerável, cerca de 1,5 kg. O mais adequado é levar a mala com as rodas e colocar a mochila na frente do corpo, especialmente em caminhadas e em transportes públicos, evitando furtos.
Pensamos em levar filme plástico igual ao que se usa para proteger malas nos aeroportos. Um rolo de 500m custa o mesmo que uma embalagem no aeroporto, mas pesa. E é grande. Cortei com serra um rolo pela metade mas mesmo assim não se mostrou razoável pois pesa quase 2 kg e não seria todo usado na viagem. Usamos para embalar com compactação casacos e calçados.
Segue o check-list. Se algum leitor tiver sugestão para aprimorá-lo ou dúvidas sobre seu conteúdo, comente por favor.
Post anterior: http://blogdobranquinho.blogspot.com.tr/2014/09/eurasia-2014-006-o-inesperado-pedagio.html
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
EURÁSIA 2014 - 006 - O inesperado pedágio turco
O trecho turco da viagem terá as três noites iniciais e as três finais em Istambul e 16 noites pelo resto do país viajando de carro alugado. Planejamos tudo de acordo com as distâncias a percorrer (cerca de 4 mil km) e já fechando a viagem com a contratação da locação tivemos a curiosidade de buscar os preços de pedágios, quando surgiu a novidade: um tal HGS Card. Desde o fim do ano passado não há mais cobrança nas praças de pedágio nas 6 auto-estradas e nas duas pontes que ligam os lados europeu e asiático de Istambul. E agora, sair de Istambul de ferry-boat e driblar as auto-estradas?
O tal HGS pode ser obtido na PTT (Post, Telegraph and Telephone), em alguns bancos e alguns postos Shell, com uma certa burocracia de cópias de identidade, carteira de motorista, documentos do carro, preencher formulário, etc. Por 5 liras turcas e carga inicial mínima de 30 liras turcas (TLY é mais ou menos 1,05 Real) se recebe um adesivo que deve ser colado no vidro dianteiro do veículo atrás do retrovisor.
O HGS pode ser recarregado em algumas praças de pedágio, o que pelo visto deve causar algum tumulto por relatos que vi pela internet, tipo parar o carro na pista e ir até o posto a pé passando entre os carros. É diferente dos sistemas que temos no Brasil. As câmeras no pedágio lêem os códigos, o que pode ser prejudicado se o vidro for escuro.
A privatização de estradas por lá foi no modelo de São Paulo: pedágio toda hora. A relação das estradas privatizadas está neste link. Como não tem cancela, caso o motorista passe direto sem ter lido uma multa poderosa será aplicada. E aí, como fica com carro alugado? Essa foi a questão que perturbou tudo. Entrei em contato com a locadora onde vou alugar o veículo e me disseram que o HGS é fornecido junto com todos os carros. Alívio...
Falando em aluguel de carros, os preços na Turquia são muito melhores que os nossos. Um Renault Fluence 1.5 pode ser alugado na base de R$ 90 ao dia , o que é bem menos que o cobrado por um carro 1.0 nas nossas locadoras brasileiras. Em compensação a gasolina está na base de R$ 5,10 e o diesel, R$ 4,50, o que faz os preços dos nossos combustíveis invejáveis para eles. Para ver mais preços de combustíveis na Europa o link é http://www.fuel-prices-europe.info/
Para dirigir na Turquia é necessária a Permissão Internacional para Dirigir (PID), fornecida pelos DETRANs. No Detran do Rio custa R$ 107,72. Dicas sobre como dirigir na Turquia podem ser encontradas no site http://comodirigirem.com/turquia.php
Ainda sobre tráfego na Turquia encontrei o recomendável site Turkish Travel Planner com dicas muito boas do qual reproduzo uma coletânea de palavras que podem ser vistas nas estradas além das placas de trânsito do código internacional:
Post anterior: http://blogdobranquinho.blogspot.com.tr/2014/08/eurasia-2014-005-dificuldades-para.html
O tal HGS pode ser obtido na PTT (Post, Telegraph and Telephone), em alguns bancos e alguns postos Shell, com uma certa burocracia de cópias de identidade, carteira de motorista, documentos do carro, preencher formulário, etc. Por 5 liras turcas e carga inicial mínima de 30 liras turcas (TLY é mais ou menos 1,05 Real) se recebe um adesivo que deve ser colado no vidro dianteiro do veículo atrás do retrovisor.
O HGS pode ser recarregado em algumas praças de pedágio, o que pelo visto deve causar algum tumulto por relatos que vi pela internet, tipo parar o carro na pista e ir até o posto a pé passando entre os carros. É diferente dos sistemas que temos no Brasil. As câmeras no pedágio lêem os códigos, o que pode ser prejudicado se o vidro for escuro.
A privatização de estradas por lá foi no modelo de São Paulo: pedágio toda hora. A relação das estradas privatizadas está neste link. Como não tem cancela, caso o motorista passe direto sem ter lido uma multa poderosa será aplicada. E aí, como fica com carro alugado? Essa foi a questão que perturbou tudo. Entrei em contato com a locadora onde vou alugar o veículo e me disseram que o HGS é fornecido junto com todos os carros. Alívio...
Falando em aluguel de carros, os preços na Turquia são muito melhores que os nossos. Um Renault Fluence 1.5 pode ser alugado na base de R$ 90 ao dia , o que é bem menos que o cobrado por um carro 1.0 nas nossas locadoras brasileiras. Em compensação a gasolina está na base de R$ 5,10 e o diesel, R$ 4,50, o que faz os preços dos nossos combustíveis invejáveis para eles. Para ver mais preços de combustíveis na Europa o link é http://www.fuel-prices-europe.info/
Para dirigir na Turquia é necessária a Permissão Internacional para Dirigir (PID), fornecida pelos DETRANs. No Detran do Rio custa R$ 107,72. Dicas sobre como dirigir na Turquia podem ser encontradas no site http://comodirigirem.com/turquia.php
Ainda sobre tráfego na Turquia encontrei o recomendável site Turkish Travel Planner com dicas muito boas do qual reproduzo uma coletânea de palavras que podem ser vistas nas estradas além das placas de trânsito do código internacional:
Allah korusun
Araç çıkabilir
AS. İZ
(Askeri İnzibat)
Askeri bölge
Benzin
Buz
Çıkış
Dikkatsız
Dinlenme Alanı
Dur
Düzensiz
Girilmez
Giriş
Hastane
Heyelan bölgesi
Kapalı
Kar
Karayolları, TCK
Kaza raporu
KGS
Kısmet
Kurşunsuz
Lastikçi
Mazot/motorin
Nakit
OGS
Otogar
Otoyol
Park etmek yasaktır
Park yapılmaz
Park edilmez
Sağdan, sağdan gidiniz
Sanayi bölgesi
Şehir Merkezi
Servis Alanı
Servis Yolu
Sis
Taşıt Giremez
Tehlikeli
Tehlikeli Madde
Tekyön
TEM
Tırmanma şeridi
Uzun araç
Yaya geçidi
Yol
Yol çalışması
Yol tamiri
Yol yapımı
|
May God protect me!
Vehicles Entering
Military Police
Military Police
Military Zone
Gasoline/petrol
Ice
Exit
Careless
Rest area
Stop
Disorder/erratic
No Entry
Entrance
Hospital
Landslide/falling rock zone
Closed
Snow
Highway Department
Accident report
Prepaid Toll Debit Card
Fate
Lead-free (gas/petrol)
Tire repairman
Diesel fuel
Cash (toll payment)
Toll-pay Transponder
Bus Terminal
Expressway, Motorway
No parking
No parking
No parking
(Slow vehicles) use right lane
Repair shop zone
City center
Service area
Temporary road (detour)
Fog, mist
No vehicle entry
Dangerous
Dangerous materials
One way
Trans European Motorway
Climbing Lane (on hills)
Long vehicle
Pedestrian crossing
Road, highway
Road work
Road repairs
Road construction
|
Post anterior: http://blogdobranquinho.blogspot.com.tr/2014/08/eurasia-2014-005-dificuldades-para.html
GOLPE : "BB Reenvio Boleto - Consultoria S/A."
O apressado que não se der ao trabalho de ler o texto irá ganhar um vírus ao clicar nos links da mensagem, que encaminham para http://twpost.com.tw/images/js/, que não tem nada a ver com o Banco do Brasil. Bancos não mandam e-mails, começa por aí a suspeita de fraude.
Chama a atenção a confusão mental do criador do texto. Como é que uma carta assinada pelo Banco do Brasil tem como título "Rede de Atendimento - Consultoria S/A"? Logo de cara fala no "período de 31/08/14" sem dizer a outra data. Mistura maiúsculas e minúsculas, erra pontuação. Depois vem a parte delirante que não diz coisa com coisa. Fica difícil entender o que querem. É o pior texto de golpe entre os muitos que já analisei. Coisa para dar cadeia ao autor com direito a tratamento psiquiátrico.
Caso tenha clicado nos links providencie um antivírus atualizado e passe nos seu computador. Trocar senhas, caso tenham sido usadas desde o clique fatal, também é recomendável.
PS: Mal postei sobre este golpe e chegou outro e-mail com o mesmo conteúdo tendo como assunto "Comunicado Financeiro" tendo remetente e destinatário o meu e-mail, o que torna o golpe ainda mais flagrante.
Chama a atenção a confusão mental do criador do texto. Como é que uma carta assinada pelo Banco do Brasil tem como título "Rede de Atendimento - Consultoria S/A"? Logo de cara fala no "período de 31/08/14" sem dizer a outra data. Mistura maiúsculas e minúsculas, erra pontuação. Depois vem a parte delirante que não diz coisa com coisa. Fica difícil entender o que querem. É o pior texto de golpe entre os muitos que já analisei. Coisa para dar cadeia ao autor com direito a tratamento psiquiátrico.
Caso tenha clicado nos links providencie um antivírus atualizado e passe nos seu computador. Trocar senhas, caso tenham sido usadas desde o clique fatal, também é recomendável.
PS: Mal postei sobre este golpe e chegou outro e-mail com o mesmo conteúdo tendo como assunto "Comunicado Financeiro" tendo remetente e destinatário o meu e-mail, o que torna o golpe ainda mais flagrante.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
"Delação inventada" fez ações caírem? Ou há algo novo no ar?
Ações do Itaú em franca subida desde a morte de Eduardo Campos (ADVFN) |
As ações do Itaú têm uma outra variável explicativa: o sucesso de Marina Silva, pois estão enterrados na campanha dela e a vitória pode significar poder sobre a economia e anistia de uma dívida fiscal de R$ 18 bi. Sobem desde a morte de Eduardo Campos mas ontem declinaram também. Se Marina tivesse sido favorecida com o torpedo tucano da "delação premiada" as ações subiriam.
Petrobrás idem. O primeiro gráfico é a valorização no mês do Itaú. O segundo, o intraday de ontem, mostrando que no início do pregão as ações do Itaú e da Petrobrás (terceiro gráfico) tiveram elevação forte na expectativa de queda de Dilma com a "delação inventada" mas algo fez o "mercado" mudar de idéia em seguida. Ambas as ações fecharam um pouco abaixo da cotação de abertura.
Intraday das ações Itaú ontem (08/09/14) (ADVFN) |
As "denúncias" da VEJA podem ter saído pela culatra. Os prejuízos à imagem de Dilma com o tema Petrobrás já foram precificadas no caso Pasadena. As atuais "denúncias" não a envolvem diretamente e vêm de uma revista desqualificada em credibilidade por repetidas vezes acusar sem provas provendo a grande mídia de factóides que já não colam mais para muita gente. Mas colocaram em suspeita Eduardo Campos e a campanha "limpinha e cheirosa" da "nova política" de Marina.
A publicação do programa de governo da candidata do PSB causou fortes repercussões contrárias que também podem impactar seu eleitorado negativamente. Lá estão ataques aos bancos públicos com valorização dos bancos privados, Banco Central independente, terceirização ampla, geral e irrestrita, falta de prioridade para o pré-sal, fim da justiça do trabalho, quebrar na representação sindical, etc. Além disso as sucessivas denúncias de plágios e os desmentidos sobre posições assumidas anteriormente ferem a credibilidade da candidata sobre sua capacidade de governar o país. Acrescente-se a forte rejeição à aproximação com setores do fundamentalismo religioso e uma queda nas pesquisas será esperada.
Intraday das ações Petrobrás ontem (ADVFN) |
As novas pesquisas devem espelhar o sentimento que tenho a partir das campanhas de rua e programas de TV: Dilma cresce com a força da militância que está despertando e vai ser decisiva na reta final; Aécio está moribundo com o abandono de parte do seu eleitorado para a "esperança" Marina; o "fenômeno" Marina está chegando ao fim e seus votos obtidos na comoção com a morte de Eduardo Campos podem refluir em alta velocidade. Esse cenário aponta para Dilma vencer no primeiro turno. Espero.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
YOUTROUXA 0119 : "Coronel comprova que derrubaram avião de Eduardo Campos"
Perfil 'PT Saudações" com o texto da farsa |
Perfil Alerta Total pedindo desculpas ao Coronel. |
"Uso indevido do nome e do currículo
O Coronel José Ori Dolvin Dantas entrou em contato com a redação do Alerta Total para advertir e garantir que não foi escrito por ele um texto com ilações sobre o acidente fatal com Eduardo Campos.
O Coronel promete descobrir quem usou seu nome e seu currículo, indevidamente, para espalhar o texto pela internet:
“Quero me dirigir ao Alerta Total e os demais leitores que estou sendo vítima de uma publicação perniciosa. Usaram meu currículo para divulgar uma suposição que não é minha. Vou tomar todas as providências cabíveis para achar o responsável”."
Isso não resolve o caso, já que o referido militar quer saber a origem do documento que depõe contra a sua imagem profissional com essa fraude.
Alguém fez todo mundo de trouxa, até aos habituais espalhadores de boatos que, no caso, são cúmplices da fraude e merecem enquadramento legal. O que é mais grave: a crer no Alerta Total, militares de alta patente manuseiam documentos falsos como verídicos e tiram conclusões a partir deles. Uma temeridade. Os serviços de inteligência das Forças Armadas deveriam ajudar o Coronel Dolvin Dantas a buscar a origem da farsa para que não se repita. Não podemos ter homens em armas trabalhando com documentos plantados para prejudicar a comandante em chefe das Forças Armadas.
Segue a íntegra do texto fraudulento, que apenas no perfil PT Saudações do Facebook teve mais de 26 mil compartilhamentos:
"O ACIDENTE DE MORTE DE EDUARDO CAMPOS
Por: José Ori Dolvin Dantas - Coronel do Exército (Cel.Dolvim - especialista em terrorismo e atentados terrorista)
Usei os seguintes argumentos para justificar que o acidente foi um atentado.
1. Um jato executivo bimotor de porte médio fabricado em 2010 com 300 horas de voo é um avião novo!
2. A aeronave estava com as inspeções gerais e periódicas previstas no programa de manutenção em dia.
3. Equipado com sofisticados instrumentos de navegação que permitem pousos e decolagens em qualquer condição de tempo.
4. Gravador de voz em pane? Difícil de engolir. Ou o CENIPA recebeu ordem para não divulgar o conteúdo do áudio ou o gravador foi danificado durante o pernoite no pátio do aeroporto Santos Dumont.
5. A voz do piloto no diálogo com a torre de controle e divulgada por uma emissora de TV logo após o acidente mostrava muita tranquilidade da tripulação, apesar da chuva e da pouca visibilidade durante os procedimentos de aproximação.
6. Há fortes indícios de duas explosões: uma na cabine ou nas turbinas, o que fez o avião despencar; a outra, onde estavam os passageiros (motivo de os corpos terem sido totalmente esmigalhados). É tão evidente que houve esta explosão que não se achou, sequer, um pedaço de crânio, para se comparar fichas odontológicas a qualquer arcada dentária. Somente com o exame de DNA foi possível identificar o que sobrou de cada corpo.
7. Algumas considerações:
· Se os pedaços da aeronave e partes significativas de corpos são encontrados em uma área extensa, pode-se afirmar que a explosão aconteceu ainda em voo. Foi o caso do atentado em 1988 ao Boeing 747 da PAN AM sobre a cidade escocesa de Lockerbie.
· Se os pedaços da aeronave e partes significativas de corpos são encontrados concentrados em uma área, significa que a explosão aconteceu após a queda e foi ocasionada basicamente pelo combustível no momento do impacto com o chão.
8. Neste acidente com o Cessna 560 XL, o que chama a atenção é a evidente desintegração de toda a fuselagem e o despedaçamento completo de todos os corpos. A única forma de justificar um cenário como esse é um impacto frontal da aeronave com uma parede em pleno voo (o que não aconteceu) ou uma explosão ocasionada por um artefato explosivo durante o impacto com o chão. Vejam que o noticiário mostrou que, antes da aeronave bater no solo, ela tocou na quina da cobertura de um prédio.
9. Possivelmente foi nesse momento que a turbina foi arrancada e arremessada como um míssil para dentro de um apartamento próximo. Com certeza essa colisão diminuiu ainda mais sua velocidade. Então, de forma nenhuma podemos justificar o fator velocidade como causa do esmigalhamento dos corpos e estilhaçamento de toda a fuselagem. No acidente da TAM em Congonhas foram encontrados centenas de corpos queimados ou carbonizados mas praticamente inteiros.
10. Há indícios fortes de que as explosões aconteceram de dentro para fora da aeronave. Uma evidência comprovada é a porta desse ter sido encontrada longe do centro de gravidade do acidente.
11. Dizer que acima de 8 “G” os corpos se desintegram é verdade, mas o avião estava subindo e manobrando. Caiu com velocidade muito aquém da velocidade cruzeiro.
12. Neste voo estaria também a candidata Marina Silva. Acabaria qualquer possibilidade de haver o 2º turno e de o PT não vencer as próximas eleições. O tiro saiu pela culatra!
13. Esta aeronave não foi guarnecida durante o seu pernoite nas instalações do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. O sabotador teve tempo mais que necessário para o seu intento.
Aécio e Marina Silva que se cuidem! Celso Daniel e Toninho do PT que o digam...
Atenciosamente,
José Ori Dolvin Dantas - Coronel do Exército (Cel.Dolvim - especialista em terrorismo e atentados terrorista)
Curriculum Vitae
Nome: Jose Ori Dolvim Dantas – Coronel do Exército especialista em terrorismo e atentados terrorista.
Fone: (61) 8111-9064
Resumo dos principais cursos realizados:
· Police Special Operations – SWAT- EUA;
· Dignitary Protection – SWAT – EUA;
· Chemical Agents Impact Munitions and Distraction Devices – SWAT – EUA;
· Technical Intelligence – National Intelligence Academy – EUA;
· Tolerância Zero – Universidade Metropolitana da Flórida – EUA;
· Defense Planning and Resourse Management – National Defense University – EUA;
· Avançado de Terrorismo e Contrainsurgência – National Defense University – EUA;
· Understanding Terrorism and Terrorism Threat – University of Maryland – EUA;
· International Human Rights Law: Prospects and Challenges – University of Duke – EUA;
· Introduction to Human Behavioral Genetics – University of Minnesota – EUA:
· Special Operations & Anti-terror Tactics – Israel;
· Operaciones Tacticas Avanzadas (contraterrorismo) – Espanha;
· Cours International de Criminologie – França;
· Criminologia sob a ótica psicanalítica – Brasil;
· Psicopedagogia (Especialização) – Como motivar a aprendizagem em instituições repressivas – Brasil;
· Psicologia Comportamental (Mestrado) – Interpretação do suspeito pela linguagem do corpo – Brasil;
· Logística de Transporte (Especialização) – Armazenamento, manuseio, transporte e distribuição de produtos perigosos – Brasil.
· Principais experiências profissionais:
§ Planejamento, Coordenação e Segurança de Grandes Eventos.
§ Palestrante em seminários (nível nacional e internacional).
§ Assessor especial do Governador do Estado de Minas Gerais.
§ Consultor de Segurança aos Estados de Alagoas, Paraíba, Bahia e Minas Gerais.
§ Professor de graduação e pós-graduação da Unicesp/Promove."
domingo, 7 de setembro de 2014
O projeto de Marina e os potenciais prejuízos à classe média
Conceituar "classe média" com parâmetros econômicos não é preciso, porque momentaneamente as pessoas podem ter atingido certos patamares de renda e serem "fotografadas" juntas, não se constituindo uma amostra homogênea. Há os que estão subindo, os que descem e os que sempre estiveram ali, cada um contendo valores e visões diferentes a partir de suas histórias de vida.
Não importa o conceito, o fato é que a conjuntura política pode afetar certos grupamentos sociais mais que a outros. Hoje boa parte da classe média está envenenada contra Dilma pela mídia, pois consome os produtos de formação de opinião (Globo, VEJA, etc) que fazem campanha diuturna contra o governo como partidos. Diz que nada presta, que tudo é corrupção, e que quer se livrar de "tudo isso" de qualquer jeito. E a eleição está aí, e voto revoltado é como dirigir embriagado: grande chance de acabar em desastre.
Dilma promete mais do mesmo com algumas mudanças setoriais, ou seja: manter nível de emprego e salários, manter a inflação sob controle mesmo em patamares altos, manter todos os programas sociais, melhorar a educação e a saúde, etc. Nenhuma manobra brusca está no cenário.
Os principais candidatos de oposição prometem "mudar tudo". Aécio tergiversa, esconde o jogo, fala por códigos e a verdade sobre seu programa de governo é mais conhecida pelo que dizem seus apoiadores que por ele mesmo. Mas a síntese está nas linhas do neoliberalismo do Consenso de Washington, embora não queira falar muito sobre isso porque nos últimos dias apela ao populismo para tentar se levantar depois da ultrapassagem rápida de Marina Silva, que o deixou em 3º lugar nas pesquisas.
Já Marina Silva tem um programa detalhado no mesmo rumo das propostas de Aécio e por isso fica mais fácil analisar e criticar. Mesmo copiado, colado, retralhado, emendado, o que se pode aferir é que terá alto impacto em todos os do andar de baixo, os assalariados, pequenos empresários e outros que, embora atribuam à "providência divina" suas prosperidades momentâneas têm nas políticas econômicas e sociais de Lula e Dilma o motivo da ascensão. Negam ou não enxergam isso. O fato é que tudo que os levou a relativa situação de bem estar pode estar com os dias contados.
Hoje é muito comum nas casas de classe média emergente vermos filhos estudando para concurso, sem trabalhar, até passando dos 30 anos morando com os pais. Recusam-se a trabalhar para ganhar pouco e têm apoio dos seus patrocinadores, em especial dos que ralaram muito na vida para dar-lhes o melhor e são superprotetores. Só existe o concurseiro porque existem concursos, e nos governos Lula e Dilma a máquina do estado foi recomposta depois de anos de sucateamento. Há concursos para tudo a toda hora, e isso alimenta uma indústria com grande massa de interessados.
Aí vêm os programas neoliberais falando em "equilíbrio fiscal", "redução da máquina pública", "eliminação de ministérios", "recomposição das margens de lucro das empresas", "privatização de estatais", "estado mínimo", redução do estado" e outros eufemismos para dizer que vão demitir funcionários públicos, acabar com concursos, e os que ficarem terão salários congelados e reduzidos pela corrosão inflacionária. Isso não é novidade: nos anos FHC foi praticado, afastando o interesse das pessoas pelos empregos públicos e jogando-as no desemprego.
Essa política impõe também o fim do reajuste do salário mínimo acima da inflação, que é um dos motores da economia hoje ao aumentar o poder de compra de vastos setores da economia a partir dos lugares mais pobres, movendo cadeias produtivas que fortalecem o mercado interno. Milhões de empregos são criados a partir dessas compras dos mais pobres. Uma parte da classe média que hoje prospera depende disso, talvez sem saber. E vai ver seus negócios refluírem sem entenderem bem o que está acontecendo quando o arrocho salarial vier seguido de recessão.
A oposição irresponsavelmente aponta com tarifaços nos preços dos combustíveis e da energia, acusando Dilma de estar quebrando a Petrobrás e as empresas de energia, o que é falso. Há interesses de acionistas nesses aumentos e eles apostam na vitória da oposição para ter seus lucros ampliados. Exagero? É só ver como as ações sobem à medida que a mídia fala que a oposição tem chances de vencer. A classe média, prejudicada com recessão e arrocho salarial vai ter uma queda real da qualidade de vida com esses aumentos.
Na política cambial a oposição também critica a valorização do Real e aponta para levar o dólar a R$ 3 para equilibrar as contas externas. Isso significa que todos os produtos de alto valor agregado, como eletrônicos e veículos, automaticamente aumentarão de preços por usarem componentes importados. E para quem está se esbaldando de viajar ao exterior como nunca significa fim de festa. A desvalorização do Real inviabilizará para muita gente o sonho de conhecer outros países porque tudo ficará muito caro.
E os impostos? Com Lula e Dilma houve algumas reduções, inclusive de IPI para veículos, o que deu acesso a muita gente realizar o sonho do primeiro carro. E da linha de eletrodomésticos como fogões, geladeiras, etc. No neoliberalismo não há espaço para "renúncias fiscais". Os impostos devem aumentar para equilibrar as contas públicas. Além disso, como já vimos nos anos FHC, a tabela do imposto de renda deve ficar congelada, forçando a classe média a pagar cada vez mais todo ano.
A classe média também corre riscos no crédito ao consumidor e para seus negócios. O programa de Marina Silva é claro quando diz (pág. 60) que vão acabar com os subsídios nos financiamentos agropecuários e imobiliários e tirar os bancos públicos da concorrência com os bancos privados. Isso significa que para milhões de famílias que hoje chegaram à classe média no campo porque o PRONAF incentiva a produção vão ter perdas pesadas. E comprar a casa própria vai ficar mais caro com o aumento dos encargos do Minha Casa, Minha Vida.
No geral, com a proposta de "Banco Central independente" e "fortalecimento dos bancos privados" haverá aumento das taxas de juros e redução do poder de compra das famílias. Isso enfraquece toda a economia, em especial comerciantes e produtores industriais e rurais de pequeno porte, que sentirão os impactos de uma clientela sem dinheiro para comprar. Quem conseguiu comprar um carro não terá dinheiro para consertá-lo, e lá se vai a oficina do Pedrinho. Quem comprou uma casa não terá dinheiro para reformá-la e lá se vai a loja de materiais da dona Maria. Sumindo o dinheiro dona Edilene não terá mais clientela para os produtos que vende de casa em casa ou no local de trabalho.
Os aposentados da classe média também serão afetados por eventual vitória de Marina, que no seu programa de governo fala em usar recursos dos fundos de pensão para emprestar aos bancos privados, ou seja, pondo em risco os benefícios futuros. Muitos deles ajudam filhos e netos jovens a tentar melhores oportunidades a partir de concursos, e ficarão sem condições de prestar tal provimento também pelos arrochos gerais por tarifaços, impostos e congelamento da tabela do IR.
Aí voltamos aos nossos gloriosos jovens estudantes. Com a desvalorização do real e corte dos programas sociais voltaremos aos anos FHC: universidades e escolas técnicas sem dinheiro, sucateadas, demitindo ou não contratando professores e programas como o FIES, PROUNI e Ciência sem Fronteiras tendendo a desaparecer. Onde esse tipo de programa econômico foi aplicado o que se vê é o desemprego de jovens em larga escala. Na Espanha, por exemplo, mais da metade não consegue emprego e acaba migrando ou partindo para o subemprego e marginalidade.
Nisso os concurseiros, que não terão mais concursos e se tiverem os salários já não serão os mesmos, com o dinheiro dos pais escasseando, vão ser chamados a participar dos tempos bicudos da pior maneira possível: entrando no mercado de trabalho mais velhos, sem experiência nem competitividade, aceitando funções desqualificadas para seu nível de formação e com baixos salários.
Isso é terrorismo contra Marina e Aécio? Claro que não. São antevisões com base em situações reais que já vivemos aqui e no mundo todo. Quem quiser pagar para ver vote neles, mas, por favor, não reclame depois na minha presença, ok? Se seu voto somente te prejudicasse o problema seria seu, mas eu também vou ser vítima dele, por isso não espere complacência para o que um ato irresponsável, impensado ou por ódio pode nos trazer de más consequências.
Votar irresponsavelmente por impulso ou ódio é tão insensato como diante de um problema achar que o suicídio pode resolver a vida. Pare, pense, pondere, olhe em volta, analise e decida o melhor para o seu futuro, dos seus filhos e da sua família. Já vimos esse filme antes, com messiânicos salvadores da pátria falando no novo mas contrabandeando as velhas práticas políticas para favorecer aos mais ricos.
sábado, 6 de setembro de 2014
Banqueiros com Marina para liquidar BB, Caixa e meter a mão no dinheiro dos fundos de pensão!
O brasileiro tem o péssimo hábito de emprenhar pelo ouvido, criar preconceitos e a partir daí não aceitar argumentos, não ler mais sobre assuntos, e pronto. Uma boa parte que já vinha odiando sem saber bem por que o governo Lula e Dilma embarca agora de peito aberto na campanha de Marina. É uma opção democrática, mas cabe trazer alguns elementos para mostrar o perigo que ronda, em especial, os fundos de pensão e os bancos públicos.
A página 60 do programa de governo de Marina Silva parece ter sido escrita por banqueiros. Diz que o governo gasta dinheiro com subsídios que precisam ser retirados de créditos ao setor agropecuário e crédito imobiliário, que deverão ser desestimulados e repassados para maior participação dos bancos privados. Isso atinge diretamente o BB e a CEF e praticamente liquida a expansão do setor rural via PRONAF e o programa Minha Casa, Minha Vida, que se viabilizam com subsídios.
Aos bancos públicos destinam tudo que não interessa aos banqueiros privados:
- empresas pequenas e nascentes;
- projetos inovadores com alto impacto social;
- projetos de maturação muito longa que exijam alto volume de recursos como obras de infraestrutura.
Resumindo: vão tirar do BB, CEF a participação no crédito em áreas onde hoje concorrem fortemente com os bancos privados rebaixando os juros, que mesmo assim continuam altos. Juros mais altos para os clientes na mão dos bancos privados, claro. Se o setor privado será agraciado com margens maiores e maior clientela, os bancos públicos tenderão a reduzir drasticamente seus lucros e, numa perspectiva de "estado mínimo neoliberal" embutida na filosofia do programa, simplesmente desaparecerem via extinção ou privatização por falta de suporte do Tesouro Nacional.
Os bancários do setor público sofrerão fortes impactos caso esse programa seja implantado, a começar pelo encolhimento das redes de banco com demissões e fechamento de agências. Aos que ficarem as participações nos lucros minguarão semestre a semestre e o assédio moral será amplificado para "equilibrar a empresa e dar lucro" e "manter os empregos a salários congelados e direitos rebaixados. "
Acreditam os economistas de Marina que o setor privado proverá de crédito barato os consumidores para continuar essas atividades subsidiadas mesmo quando gradualmente forem retirados os incentivos. Também apostam nesses recursos para investimentos mais arriscados, de longo prazo, com recursos de terceiros.
Onde buscarão recursos baratos para isso? Nos fundos de pensão. O texto claramente fala na mudança da legislação dos fundos "propiciando mais fontes de crédito acessíveis ao setor privado (por exemplo, alterando a regulação dos fundos de pensão), e para empréstimos de longo prazo dos bancos privados para empresas".
Marina já negou muitas coisas que escreveram, copiaram e colaram no seu programa. Essa página, pelo visto, não está sujeita a modificações ou negações porque os banqueiros poderiam tirar-lhes o apoio por desconfianças. E eles querem bem mais: o Banco Central independente de todos nós, menos deles. E nada de cobrar dívidas da sonegação, como a de R$ 18 bi do Itaú, seu patrocinador mais público.
Preparem-se, velhinhos. Vem chumbo grosso por aí. No caso específico da PREVI, do BB, a diminuição dos lucros do banco afeta diretamente suas ações em bolsa e, por tabela, os superávits do fundo de pensão. \Se considerarmos também a promessa da candidata de redução de ênfase no Pré-Sal afetando os lucros da Petrobrás as ações também sofrerão. E não venham dizer que estou fazendo terrorismo. O texto está aí para quem quiser ler. Apenas ressaltei coisas que poderiam ficar ocultas num texto de 240 páginas.
A página 60 do programa de governo de Marina Silva parece ter sido escrita por banqueiros. Diz que o governo gasta dinheiro com subsídios que precisam ser retirados de créditos ao setor agropecuário e crédito imobiliário, que deverão ser desestimulados e repassados para maior participação dos bancos privados. Isso atinge diretamente o BB e a CEF e praticamente liquida a expansão do setor rural via PRONAF e o programa Minha Casa, Minha Vida, que se viabilizam com subsídios.
Aos bancos públicos destinam tudo que não interessa aos banqueiros privados:
- empresas pequenas e nascentes;
- projetos inovadores com alto impacto social;
- projetos de maturação muito longa que exijam alto volume de recursos como obras de infraestrutura.
Resumindo: vão tirar do BB, CEF a participação no crédito em áreas onde hoje concorrem fortemente com os bancos privados rebaixando os juros, que mesmo assim continuam altos. Juros mais altos para os clientes na mão dos bancos privados, claro. Se o setor privado será agraciado com margens maiores e maior clientela, os bancos públicos tenderão a reduzir drasticamente seus lucros e, numa perspectiva de "estado mínimo neoliberal" embutida na filosofia do programa, simplesmente desaparecerem via extinção ou privatização por falta de suporte do Tesouro Nacional.
Os bancários do setor público sofrerão fortes impactos caso esse programa seja implantado, a começar pelo encolhimento das redes de banco com demissões e fechamento de agências. Aos que ficarem as participações nos lucros minguarão semestre a semestre e o assédio moral será amplificado para "equilibrar a empresa e dar lucro" e "manter os empregos a salários congelados e direitos rebaixados. "
Acreditam os economistas de Marina que o setor privado proverá de crédito barato os consumidores para continuar essas atividades subsidiadas mesmo quando gradualmente forem retirados os incentivos. Também apostam nesses recursos para investimentos mais arriscados, de longo prazo, com recursos de terceiros.
Onde buscarão recursos baratos para isso? Nos fundos de pensão. O texto claramente fala na mudança da legislação dos fundos "propiciando mais fontes de crédito acessíveis ao setor privado (por exemplo, alterando a regulação dos fundos de pensão), e para empréstimos de longo prazo dos bancos privados para empresas".
Marina já negou muitas coisas que escreveram, copiaram e colaram no seu programa. Essa página, pelo visto, não está sujeita a modificações ou negações porque os banqueiros poderiam tirar-lhes o apoio por desconfianças. E eles querem bem mais: o Banco Central independente de todos nós, menos deles. E nada de cobrar dívidas da sonegação, como a de R$ 18 bi do Itaú, seu patrocinador mais público.
Preparem-se, velhinhos. Vem chumbo grosso por aí. No caso específico da PREVI, do BB, a diminuição dos lucros do banco afeta diretamente suas ações em bolsa e, por tabela, os superávits do fundo de pensão. \Se considerarmos também a promessa da candidata de redução de ênfase no Pré-Sal afetando os lucros da Petrobrás as ações também sofrerão. E não venham dizer que estou fazendo terrorismo. O texto está aí para quem quiser ler. Apenas ressaltei coisas que poderiam ficar ocultas num texto de 240 páginas.
Delação premiada da Petrobrás: a bala de prata tucana contra Marina Silva
O PSDB pode ter perdido votos, mas mantém o poder de mídia. O "escândalo" da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, já estava precificado pelo PT, acusado sem provas há muito tempo. Dilma não tem nada com isso, segundo o TCU. Graça Foster já tem maioria no TCU para liberar seu patrimônio. Dilma e Graça destituiram Costa em 2012 contra pressões dos seus aliados. O rolo agora é para enquadrar o finado Eduardo Campos, desidratar a candidatura de Marina e dar sobrevida a Aécio. E respingar no PT, Dilma, Lula, afinal, ninguém é de ferro na mídia bandida....
Matéria do Jornal GGN dá a linha que une Eduardo Campos ao doleiro Youssef, a empresas que se instalaram em Suape, ao diretor corrupto da Petrobrás e ao avião fantasma que caiu.
Matéria do Jornal GGN dá a linha que une Eduardo Campos ao doleiro Youssef, a empresas que se instalaram em Suape, ao diretor corrupto da Petrobrás e ao avião fantasma que caiu.
As ligações de Paulo Roberto da Costa
SAB, 06/09/2014 - 01:28
ATUALIZADO EM 06/09/2014 - 10:51
Site do PSB revela que Eduardo Campos negociava pessoalmente com empresários contratados por Paulo Roberto Costa para atuar em SUAPE
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, preso por lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, Paulo Roberto Costa, era presença constante em Pernambuco. Nesse registro, feito pelo Blog de Política do Diário de Pernambuco, de 2010, o governador Eduardo Campos e o então secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho, assinaram, juntamente com Paulo Roberto Costa, contrato a empresa americana Oxbow Carbon Minerals, para a construção de uma calcinadora de coque, a ser produzido na RENEST. A assinatura do contrato foi celebrada pelo Partido do governador de Pernambuco, em seu site, que revelou ter sido Eduardo Campos, em pessoa que, durante viagens a Holanda e aos Estados Unidos costurou os contratos entre a empresa americana e a estatal brasileira, para se tornar fornecedora da Petrobras.
Eis a notícia: Suape atrai mais uma empresa para Pernambuco O Porto de Suape continua a atrair investidores de várias partes do mundo. Nesta segunda-feira (5) foi a vez da empresa americana Oxbow Carbon Minerals LLC assinar dois acordos com a Petrobras para instalação de uma unidade de beneficiamento de coque um subproduto do petróleo que será produzido na Refinaria Abreu e Lima (RAL).O acordo para trazer a Oxbow para Pernambuco começou a ser costurado ainda em 2007, durante visitas do governador e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, a escritórios da empresa em Miami (EUA) e Roterdã (Hol). Os investimentos para a implantação de uma calcinadora giram em torno de R$ 350 milhões. A unidade irá transformar o coque verde em coque em pó. Apenas São Paulo detém este tipo de serviço em todo o país.O governador Eduardo Campos explicou que a parceria entre a Oxbow e a Petrobras trará mais valor agregado ao coque saído da Refinaria Abreu e Lima. A Oxbow está desenvolvendo as modelagens e as possibilidades do que poderia ser uma planta como a que eles estão pensando em montar.
A expectativa é da geração de 300 empregos diretos, disse Eduardo, após o evento realizado em Suape e que reuniu o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o presidente da RAL, Marcelino Guedes e o presidente da Tecop, subsidiária da Oxbow no Brasil, Jan Ruijsenaars.Do total de petróleo que entra numa refinaria, o coque combustível utilizado também na produção do aço representa entre 5% e 10%. A Oxbow é uma empresa americana com mais de 100 anos de atuação e representada em todos os continentes com 20 escritórios. É a maior distribuidora de coque de petróleo do mundo, com remessas anuais de quase 11 milhões de toneladas. Em Suape, a produção pode chegar a 500 miltoneladas/ano.
http://psb.jusbrasil.com.br/politica/4686455/suape-atrai-mais-uma-empresa-para-pernambuco
Segundo matéria da Revista “Epoca" que chegou às bancas ontem, Costa era considerado uma "herança maldita", pela presidenta Dilma Rousseff, por ser o "homem dos políticos na Petrobras. Ainda segundo a Revista, Dilma não gostava de Costa, mas não conseguia derrubá-lo.De acordo com a reportagem da Revista Época, entre 2001 e 2012, Costa foi o mais influente diretor da Petrobras. Comandava a área de abastecimento e refino da empresa, além das operações de compra e venda de combustíveis e obras em refinarias. Negociava contratos para a construção de novas usinas e para reparos nas antigas."Nunca recusou um pedido político". Afirma a reportagem de Época, segundo a qual, "Para os políticos, a diretoria de Costa na Petrobras era uma Disneylândia, repleta de ricas possibilidades."Época afirma que Paulo Roberto Costa tinha autorização de Lula para tocar os contratos bilionários de construção - todos com indícios de superfaturamento, segundo o próprio TCU, das refinarias erguidas pela Petrobras. De fato, consultando os contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, sob auditoria do TCU encontramos uma situação escandalosa.Inicialmente orçada para custar R$ 8,5 bilhões, a Refinaria do Nordeste Abreu e Lima – Rnest teve esse valor foi praticamente triplicado, desde que iniciada a obra, em 2007. Estima o próprio governo que o custo final da Rnest poderá chegar a R$ 26,5 bilhões (R$ 4,5 bilhões de 2007 a 2010, R$ 21,1 bilhões de 2011 a 2014 e R$ 941 milhões após o ano de 2014).
Das causas para o aumento desproporcional do custo da Rnest, já se sabe, com certeza matemática, que pelo menos R$ 1.544.443.935,85 são fruto de superfaturamento nos contratos celebrados pela Petrobrás com as empreiteiras responsáveis pela construção da Refinaria.
Isso mesmo! O TCU, por meio de Auditoria realizada já agora, em 2012, confirmou levantamentos anteriores que davam conta de sobrepreço nos contratos celebrados entre a Petrobrás e as empresas Norberto Odebrecht, Camargo Correia, Queiroz Galvão, OAS, IESA,CNEC e CONDUTO, referentes às obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco. Como os pagamentos já foram realizados, o que inicialmente se caracterizou como sobrepreço passou a ser definido como verdadeiro superfaturamento, com grave potencial de causar danos ao Erário, conforme conclusão do próprio TCU (2):
Contrato 0800.0033808.07.2, 9/8/2007, Projeto e execução de terraplenagem e serviços complementares de drenagens, arruamento e pavimentação, Consórcio Refinaria Abreu e Lima (Norberto Odebrecht/Galvão/ Camargo Correia/Queiroz Galvão).SUPERFATURAMENTO: R$ 96.346.106,94;
Contrato 0800.0053456.09-2, 28/1/2010, Serviços e fornecimentos necessários à implantação das Unidades de Destilação Atmosférica - UDA (U-11 e U-12), da Refinaria Abreu e Lima S.A - RNEST, compreendendo os serviços de construção civil, montagem eletromecânica, fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência técnica à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria Abreu e Lima S.A - RNEST, Consórcio Rnest-Conest (Empresas Odebrecht e O.A.S.).SUPERFATURAMENTO: R$ 133.082.906,66;
Contrato 0800.0053457.09.2, 5/2/2010, Unidades de Coqueamento Retardado (U-21 e U-22) suas subestações e Casas de Controle, suas Seções de Tratamento Cáustico Regenerativo (U-26 e U-27), incluindo fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima - RNEST, (Consórcio Camargo Corrêa – Cnec). SUPERFATURAMENTO: R$ 522.638.923,70;
Contrato 0800.0055148.09-2, 9/2/2010, Unidades de Hidrotratamento de Diesel (U-31 e U-32), de Hidrotratamento de Nafta (U-33 e U-34) e de Geração de Hidrogênio UGH (U-35 e U-36), incluindo fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima S.A - RNEST, Consórcio Rnest-Conest (Empresas Odebrecht e O.A.S.).SUPERFATURAMENTO: R$ 351.443.396,04;
Contrato 0800.0057000.10-2, 16/4/2010, Serviços e fornecimentos necessários à implantação das tubovias de interligações da RNEST compreendendo os serviços de análise de consistência do projeto básico, projeto de detalhamento, fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, casa de bombas, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima - RNEST, Consórcio C II - Ipojuca Interligações (Constituído Pela Empresas Queiroz Galvão e Iesa).SUPERFATURAMENTO: R$ 316.951.565,62;
Contrato 0800.0055153.09.2, 4/1/2010, (DUTOS) Serviços e fornecimentos necessários à implantação dos dutos de recebimento e expedição de produtos da RNEST, compreendendo análise de consistência do projeto básico, projeto de detalhamento, fornecimento de materiais, fornecimento de equipamentos, construção civil, instalações elétricas, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, apoio à pré-operação e operação assistida, na Refinaria do Nordeste - Abreu e Lima - RNEST, no município de Ipojuca/PE., Conduto - Companhia Nacional de Dutos. SUPERFATURAMENTO: R$ 123.981.036,29.
Ainda segundo a reportagem da Época, Dilma, que não gostava de Costa, tentava derrubá-lo a todo custo, mas os políticos a quem ele prestava favores a impediam. Só conseguiu apeá-lo do cargo em 2012, para desespero geral da base aliada. Será por isso que Eduardo Campos tem atacado Dilma com tanta fúria com acusações de que ela está desfazendo tudo que Lula fez?
Mas o desespero em políticos de todas as colorações partidárias mesmo bateu foi com a prisão do ex-diretor, durante a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, no último dia 21, por suspeita de envolvimento em operações de lavagem de dinheiro que movimentaram R$ 10 bilhões.
Na casa de Paulo Roberto Costa, os agentes apreenderam R$ 700 mil em dinheiro e US$ 200 mil e ainda encontraram uma Land Rover, que ele recebeu de presente do doleiro Alberto Youssef, também pela mesma, como chefe do esquema.
A PF afirma que Paulo Roberto foi preso porque em grampos foi flagrado tentando destruir provas. Paulo Roberto também é investigado por envolvido no escandaloso caso da compra da Refinaria americana, em Pasadena.
Durante a Operação Lava-Jato, foram apreendidas 36 "pen drives", um disco rígido e vários documentos na casa de Costa, cujo conteúdo promete ser explosivo, já que Costa foi preso tentando destruí-lo. Entre os documentos apreendidos com o doleiro Yousseff, considerado um dos operadores do esquema de propinas do ex-diretor da Petrobras, está uma planilha onde eram contabilizava os pagamentos de "comissões" envolvendo obras da Petrobras. Nessa planilha está registrado um cliente sob a sigla CNCC, contabilizando pagamentos de R$7,9 milhões. Segundo a Polícia revelou à Veja, em matéria publicada ontem, a sigla seria uma referência à Construtora Camargo Correia, uma das responsáveis pelas obras atrasadas e superfaturadas de Abreu e Lima: