Planejamos para 2015 uma viagem pelos países fronteiriços ao Mar Mediterrâneo com ênfase na Grécia, Espanha e Tunísia, onde há realidades que gostaríamos de conhecer de perto, além da história e das belezas. A Grécia hoje é o epicentro da crise da Europa. Na Espanha também há uma pesada crise econômica de importância. A Tunísia é o único país onde houve a "Primavera Árabe" e ainda sustenta uma atmosfera democrática, de onde partem boa parte dos imigrantes que tentam atingir de barco a Europa porque há uma forte crise econômica. Malta estaria nesse roteiro.
Acontece que a crise econômica chegou ao Brasil e nos últimos dias vivemos uma forte crise política com ameaça de impeachment da presidente Dilma. Nesse esforço golpista a sabotagem econômica faz parte da criação do cenário de "tempestade perfeita", com a mídia alardeando o caos e o descontrole da inflação, aumento do desemprego e piora de indicadores que estão muito longe de voltar aos anos FHC.
O câmbio serve à especulação diante das incertezas e o Real se manterá desvalorizado até o desfecho dessa crise. Quando viajamos no ano passado o dólar estava na faixa dos R$ 2,40 e esse já era um valor que tinha subido rapidamente. Com o fim da intervenção do Banco Central e desejo do governo de melhorar a balança comercial, o dólar passou a flutuar na faixa dos R$ 3, ou seja, 25% mais caro sobre um valor que já era caro. Agora, em ambiente especulativo, chegou aos R$ 3,50, ou seja, quase 50% a mais que há um ano. Esse valor ainda é baixo perto do que seria o necessário para repor o valor relativo do Real de 1994, consideradas as inflações brasileiras e americana, que deveria ser de R$ 3,95.
Como o dólar valorizou-se diante do Euro, ir aos EUA encareceu mais rápiro que ir à Europa, mesmo que não tivesse havido a forte desvalorização do Real.
Verificamos pelo site Numbeo, que compara custos de vida entre cidades e países, que mesmo nessa crise cambial a Grécia tem preços similares aos nossos e a Espanha está na base de 40% mais cara, enquanto os países do norte da África estão mais baratos, mesmo com o dólar a R$ 3,50. Seria possível com nossas poupanças fazer uma viagem menor e voltar sem dívidas, até porque o uso de cartão de crédito em ambiente de instabilidade cambial nos sujeitaria a pagar valores imprecisos e que poderiam ser mais caros. É só lembrar que ao final do governo de FHC em 2002 o dólar chegou a quase R$ 4.
Eis que mais crise apareceu no horizonte. Ataques do Estado Islâmico na Tunísia contra turistas, matando mais de 30 pessoas, criaram restrições como estado de sítio e proibição de excursões a lugares históricos com estrangeiros. Desistimos do norte da África, onde também eram previstas visitas ao Marrocos e Argélia. Estudamos a Líbia, mas até para chegar a Trípoli é complicado pois o aeroporto comercial está com uma milícia e os estrangeiros chegam por aeroporto militar. E por terra os ônibus vindos da Tunísia passam por vários bloqueios de grupos de milicianos nas estradas. Aceitamos até algum risco, mas preferimos evitar. A viagem passou a ser limitada à borda européia do Mediterrâneo.
Nas outras viagens saíamos com roteiro completo para todo o período. Agora não sabemos se passaremos os 60 dias projetados, que foi o período limitado por uma promoção de passagens aéreas da TAP que compramos em março com o dólar ainda no patamar de R$ 3. Como a Grécia tem preços similares aos nossos e a crise econômica pode piorar criando promoções para atrair turistas, resolvemos dedicar mais tempo ao país, podendo ficar de 18 a 25 dias por lá. Uns 4 dias para Malta. o resto, Espanha e outros países que possam ser mais baratos, como nos Bálcãs a Sérvia, Montenegro, Albânia, Macedônia, que são vizinhos à Grécia.
Pela primeira vez vamos sair do Brasil com a possibilidade de retorno antecipado, se a nossa crise se agravar. Pensando nisso o roteiro começa por conhecer Madri e Atenas nos 10 primeiros dias, depois o interior continental da Grécia, as ilhas próximas a Atenas e depois as ilhas do mar Egeu - Mikonos, Naxos, Santorini, Creta e Rodes. Mikonos é mais cara em acomodação e alimentação, seguida de Santorini. Creta, que é maior que as outras, é mais barata. Rodes está na mesma faixa de preços daqui. Ainda há a possibilidade de ir a Lesbos, mas os roteiros são complicados.
Um recurso para economia que tentaremos usar será o ferry noturno entre ilhas, ou seja, economizar uma diária de hotel nos percursos de 6 a 8 h entre algumas ilhas. Podemos ainda optar por cruzeiros, que têm boa relação custo x benefício, mas são terríveis por falta de tempo para visitar as atrações.
De Rodes sairemos de avião para Malta. Também há possibilidade de explorar as ilhas de Sardenha, italiana, e Córsega, francesa, mas dependerá do tempo usado na Grécia e da avaliação das economias, pois se tivermos que reduzir a viagem priorizaremos Barcelona, a Catalunha, Andorra e a Andaluzia.
Em suma: dependendo do humor cambial poderemos cumprir os 60 dias da viagem ou reduzir para um mínimo de 30 dias. Neste caso o trecho grego seria feito em menos tempo, talvez 15 dias, Malta seria descartada e outros 15 dias para a Espanha. Viajaremos apenas com a poupança prévia, sem endividamento.
Desta vez também estamos partindo menos organizados porque houve pouco tempo para estudos. Faltando uma semana para a viagem ainda estamos estudando coisas que deveriam ter sido vistas há 3 meses. Também teremos dificuldades na logística, pois a bagagem terá que ser muito leve e manuseável pois são previstas caminhadas e mudanças frequentes de transportes, dificultando o uso de malas.
VER TAMBÉM : Mediterrâneo 001 : Estudando a Espanha
Euro se desvalorizou em relação ao dólar em um ano |
Acontece que a crise econômica chegou ao Brasil e nos últimos dias vivemos uma forte crise política com ameaça de impeachment da presidente Dilma. Nesse esforço golpista a sabotagem econômica faz parte da criação do cenário de "tempestade perfeita", com a mídia alardeando o caos e o descontrole da inflação, aumento do desemprego e piora de indicadores que estão muito longe de voltar aos anos FHC.
O câmbio serve à especulação diante das incertezas e o Real se manterá desvalorizado até o desfecho dessa crise. Quando viajamos no ano passado o dólar estava na faixa dos R$ 2,40 e esse já era um valor que tinha subido rapidamente. Com o fim da intervenção do Banco Central e desejo do governo de melhorar a balança comercial, o dólar passou a flutuar na faixa dos R$ 3, ou seja, 25% mais caro sobre um valor que já era caro. Agora, em ambiente especulativo, chegou aos R$ 3,50, ou seja, quase 50% a mais que há um ano. Esse valor ainda é baixo perto do que seria o necessário para repor o valor relativo do Real de 1994, consideradas as inflações brasileiras e americana, que deveria ser de R$ 3,95.
Como o dólar valorizou-se diante do Euro, ir aos EUA encareceu mais rápiro que ir à Europa, mesmo que não tivesse havido a forte desvalorização do Real.
Projetamos viajar com Euro a R$ 3,50 mas beira os R$ 4. |
Eis que mais crise apareceu no horizonte. Ataques do Estado Islâmico na Tunísia contra turistas, matando mais de 30 pessoas, criaram restrições como estado de sítio e proibição de excursões a lugares históricos com estrangeiros. Desistimos do norte da África, onde também eram previstas visitas ao Marrocos e Argélia. Estudamos a Líbia, mas até para chegar a Trípoli é complicado pois o aeroporto comercial está com uma milícia e os estrangeiros chegam por aeroporto militar. E por terra os ônibus vindos da Tunísia passam por vários bloqueios de grupos de milicianos nas estradas. Aceitamos até algum risco, mas preferimos evitar. A viagem passou a ser limitada à borda européia do Mediterrâneo.
Nas outras viagens saíamos com roteiro completo para todo o período. Agora não sabemos se passaremos os 60 dias projetados, que foi o período limitado por uma promoção de passagens aéreas da TAP que compramos em março com o dólar ainda no patamar de R$ 3. Como a Grécia tem preços similares aos nossos e a crise econômica pode piorar criando promoções para atrair turistas, resolvemos dedicar mais tempo ao país, podendo ficar de 18 a 25 dias por lá. Uns 4 dias para Malta. o resto, Espanha e outros países que possam ser mais baratos, como nos Bálcãs a Sérvia, Montenegro, Albânia, Macedônia, que são vizinhos à Grécia.
Pela primeira vez vamos sair do Brasil com a possibilidade de retorno antecipado, se a nossa crise se agravar. Pensando nisso o roteiro começa por conhecer Madri e Atenas nos 10 primeiros dias, depois o interior continental da Grécia, as ilhas próximas a Atenas e depois as ilhas do mar Egeu - Mikonos, Naxos, Santorini, Creta e Rodes. Mikonos é mais cara em acomodação e alimentação, seguida de Santorini. Creta, que é maior que as outras, é mais barata. Rodes está na mesma faixa de preços daqui. Ainda há a possibilidade de ir a Lesbos, mas os roteiros são complicados.
Um recurso para economia que tentaremos usar será o ferry noturno entre ilhas, ou seja, economizar uma diária de hotel nos percursos de 6 a 8 h entre algumas ilhas. Podemos ainda optar por cruzeiros, que têm boa relação custo x benefício, mas são terríveis por falta de tempo para visitar as atrações.
De Rodes sairemos de avião para Malta. Também há possibilidade de explorar as ilhas de Sardenha, italiana, e Córsega, francesa, mas dependerá do tempo usado na Grécia e da avaliação das economias, pois se tivermos que reduzir a viagem priorizaremos Barcelona, a Catalunha, Andorra e a Andaluzia.
Em suma: dependendo do humor cambial poderemos cumprir os 60 dias da viagem ou reduzir para um mínimo de 30 dias. Neste caso o trecho grego seria feito em menos tempo, talvez 15 dias, Malta seria descartada e outros 15 dias para a Espanha. Viajaremos apenas com a poupança prévia, sem endividamento.
Desta vez também estamos partindo menos organizados porque houve pouco tempo para estudos. Faltando uma semana para a viagem ainda estamos estudando coisas que deveriam ter sido vistas há 3 meses. Também teremos dificuldades na logística, pois a bagagem terá que ser muito leve e manuseável pois são previstas caminhadas e mudanças frequentes de transportes, dificultando o uso de malas.
VER TAMBÉM : Mediterrâneo 001 : Estudando a Espanha
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