quarta-feira, 27 de abril de 2016

DILMA : GOVERNO MARCADO PARA MORRER

Foto de Blog do Branquinho.
Alguém já viu na história da humanidade um governo com dia marcado para ser deposto? No Brasil inovaremos derrubando Dilma em 11 de maio, um novo dia para ficar na história das vergonhas nacionais.
Dilma não sairá como Vargas, suicidado, ou como Jango, que não resistiu. Sofrerá um assassinato político, de reputação, acusada de algo que não seria crime. Teria como relator da sua sentença alguém que fez o mesmo que ela, o ex-governador Anastasia, e como juízes ex-governadores que também cometeram pedaladas fiscais. Um upgrade do que vimos na Câmara, onde um corrupto liderou uma bancada de gente desonesta para processá-la sem crime.
Dilma e o que resta de base aliada não reagem à altura do que virá, criando ilusões de processo honesto no Senado ou de uma reação do Judiciário ao golpe. Não era para os movimentos sociais estarem brincando de mostrar quantas pessoas botam nas ruas como se isso importasse para quem já pisou no acelerador do golpe.
É preciso trabalhar com a realidade. Dilma será deposta e não voltará mais. O governo que Temer está preparando não vem para ficar até 180 dias enquanto o Senado continua iludindo com a possibilidade de inocentar Dilma. É um governo para ficar até 2018 e além, porque já sabem que perderão para qualquer um depois de abrirem o saco de maldades.
A Lava Jato vai continuar na mesma linha de antes, cumprindo as 3 metas: tirar Dilma, prender Lula e cassar seus direitos e tirar o registro do PT. Moro já ganhou seus prêmios de "funcionário do ano" e agora vai triturar listas de acusados que "não vêm ao caso". O MP continuará sua seletividade em busca de privilégios no novo governo. O STF ficará mais acovardado diante da ameaça de ampliação do colegiado para 15 juízes, sendo 4 novos indicados na ditadura Temer.
A ditadura midiático-juridico-congressual manterá poder absoluto sobre o legislativo enquanto a base aliada de Temer não rachar por ambições de cargos dos diversos caciques. Poderá nos levar à idade média em poucos meses a partir dos projetos em andamento e de outros que poderão fazer parte de uma pauta mais bomba ainda. Fora as medidas na área econômica com forte impacto social, destruindo conquistas e impondo mais sacrifícios.
O governo Temer, considerada a truculência já investida contra a democracia até aqui, será diferente da militar. Em 1964 houve o golpe e em 1968 houve o AI-5, endurecendo o regime, apagando as luzes da democracia e trazendo a treva da luta extremista. O governo usurpador começaria do AI-5, com censura geral, principalmente na internet (os meios de comunicação que apoiam virarão diários oficiais informais). Cassações de mandatos de opositores (Jean Wyllys pode ser o primeiro entre tantos que desacataram Cunha), perseguições policiais e judiciais a movimentos sociais e entidades sindicais, limitações em direitos constitucionais como privacidade (esse já dançou), inviolabilidade de correspondência, prisões sem motivação, etc.
Já estamos na ditadura, sem oportunidades de retorno sem uma grande mobilização social, para não falar em convulsão, que já não seria mais simplesmente por "volta Dilma". A história já foi estilhaçada e não tem mais como colar o que se quebrou. Um amplo movimento de massas deverá exigir muito mais conquistas sociais e avanços democráticos. As instituições do cerne do Estado não poderão mais ficar no controle da minoria. O desafio agora nesses poucos dias que nos separam das trevas completas é lançar as bases para a luta de resistência que se fará necessária.

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