Primeiro, gostaria de explicar por que escrevemos tanto sobre o conflito de Gaza. Por ali passa uma disputa entre visões que, mais que na guerra fria, radicalizarão o planeta doravante, a partir do grave conflito de escassez que já vivemos. Quem tem lutará com todas as armas para tirar de quem não tem, seja comida, seja mais-valia, seja combustível ou mesmo água potável.
No caso de Gaza, passam várias estórias sobre os cadáveres das ruas. Do lado israelense, a necessidde de levantar o moral das forças armadas, depois da sova que tomaram do Hezbolah no Libano, e a manutenção do poder nas mãos do grupo de Shimon Perez nas eleições de 10 de fevereiro. Além, claro, de destruir o Hamas, uma missão impossível, já que o grupo teve apoio nas urnas da maioria do eleitorado da região. Do lado dos palestinos, a disputa entre o grupo Fatah, que domina a Cisjordânia e foi expulso de Gaza, e o Hamas, que quer se consolidar como vanguarda anti-Israel, e faz ataques inócuos com foguetes quase de brinquedo, apenas para dizerem que estão fazendo algo.
Aparentemente, a ninguém interessa a paz. Israel sabe que sua sustentação econômica vem da mesada americana, e, se houver paz, acaba a boquinha. Ao Hamas também não interessa, porque quer vender caro sua aceitação à existência de Israel. A nós outros, cabe tentar parar com essa espiral de violência, antes que o Hezbolah, o Irã, a Síria e meio mundo entrem na briga e Israel saia jogando por aí seu arsenal nuclear, deflagrando um conflito de dimensões globais.
Pelo mundo, as opiniões se dividem entre os sionistas e seus simpatizantes (que defendem a manutenção de Israel em terras de outros povos, expulsando-os ou aniquilando-os), e os que se opoem à chacina, que vão desde as esquerdas ao Vaticano ou a ONU, que cada vez mais sente a impunibilidade dos agressores diante de suas resoluções. No Brasil, a revista Veja está se tornando um bastião na negação dos crimes, e o articulista Reinaldo Azevedo está um craque nisso. Recomendo que leiam seu blog no site da revista (http://www.veja.com.br/). Ele diz, por exemplo, que o Hamas está divulgando fotos de meninas feridas para sensibilizar o mundo, e até encontrou provas para a necessidade de Israel bombardear 3 escolas administradas pela ONU, matando muitas crianças. E que a esquerda faz de tudo para igualar Israel à Alemanha Nazista. E, claro, como direitista convicto, defende a aniquilação de tudo que pareça de esquerda no mundo. Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, não faria melhor para ocultar a chacina que fizeram em Aushvitz, Treblinka e outros parques temáticos da maldade. Leiam também os comentários, certamente moderados, já que todos enaltecem as suas posições, para verem que a imbecilidade faz escola.
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