O presidente Correa, do Equador, criou um grupo de trabalho para auditar a dívida externa, que constatou que o maior credor bilateral (governo a governo) é o Brasil, e a maior operação, a da hidrelétrica de San Francisco, que teve problemas técnicos. A intenção era de provar que toda a dívida externa foi contraída através de contratos leoninos, com juros pós-fixados e com fôro para eventuais questionamentos nos países de origem, e que os governos anteriores só aceitaram tais condições à base de propinas. Sendo assim, ficaria legitimado o calote do seu governo aos credores, praticamente eliminando a dívida externa.
Seria mais coerente politicamente se Correa desse o calote com base nas conclusões do documento "Informe final de la auditoria integral de la deuda externa" (vide aqui) , mas não quis bater de frente com o Brasil e tentou desviar a motivação para uma pretensa falta de qualidade da hidrelétrica feita pela Odebrecht, e jogar o assunto para mediação da corte comercial internacional.
Quando fez isso, o petróleo, responsável pela maior parte do PIB equatoriano, estava a US$ 150, e dava para falar grosso. Agora, com a "commodity" a US$ 40, bateu novamente o oportunismo e recuaram da posição para conseguirem manter uma linha de negócios com o Brasil. Maiores detalhes na matéria da Folha de hoje. No site do governo equatoriano a notícia foi dada em dezembro, num tom conciliador (vide aqui).
Florianopolis, 11/01/09
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