Tenho a impressão de que a Beija-Flor nem precisa desfilar para ter o o elevado "recall" na mente do público carnavalesco. A fixação do nome da escola vem de um plano de marketing eficiente, que passa pelos brindes a jurados, por uma mídia favorável e pela inserção de globais e famosos depondo nos meios de comunicação. E um bom telemarketing ligando para a Globo na hora do desfile, para elevar a pontuação da escola votando na nota máxima. Até a emotividade em torno do casamento do seu cantor Neguinho, em plena avenida, demonstrando superação de um câncer, pode entrar na conta da imagem favorável.
Assisti a todos os desfiles do Rio, pela TV, e a Vila Isabel distoou, com uma comissão de frente inovadora e alegorias fantásticas, inéditas, como a do prédio antigo que era demolido e remontado em todo o percurso. Bateria, conjunto, tudo direitinho. Na votação da Globo, apareceu bem abaixo das demais. A Grande Rio, muito luxuosa, fez um bom desfile, mas não se comparou. A Beija-Flor fez um desfile normal, mas com os padrões de qualidade que valem a imagem construída. Ontem, o Salgueiro mostrou diferenciais no samba, na disposição dos foliões, e alegorias interessantes, não tanto quanto as da Vila, mas que fizeram merecer a aclamação de campeã pelo público da avenida.
Dificilmente veremos na TV alguém dar um palpite em qualquer carnaval que não tenha entre as 3 primeiras a Beija-Flor. Que a escola tem qualidade, é inegável, mas que há uma forte componente de marketing que torna herética qualquer depreciação, seja no julgamento ou em opiniões.
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