A mídia direitista hoje estampou, com destaque, a declaração feita por Lula ontem, para uma platéia de empresários na FEICON, Feira da Indústria da Construção Civil. Lula disse que não seria a hora para os trabalhadores pedirem aumentos de salários, e que deveriam ajudar as empresas a venderem seus produtos, para garantirem os empregos.
Há casos e casos em meio à crise. Alguns setores continuam altamente lucrativos, como os bancos, a construção civil, os supermercados e outras áreas onde a crise não chegou com força. Um contra-exemplo a Lula está na greve da Petrobrás, que teve o maior lucro da história no ano passado, e mantém, mesmo com a redução global de preços, a gasolina no mesmo patamar de preços de antes da crise, e não negocia com os seus funcionários em greve sequer o pagamento da participação nos lucros. É um caso típico de oportunismo empresarial contra os trabalhadores, alegando que a hora de crise é para garantir empregos e esquecer aumentos, mesmo onde há intensivo investimento, como na Petrobrás.
Infelizmente, Lula apela ao seu passado de sindicalista para tentar dar esse tipo de lição aos trabalhadores. Acho que nem a sua corrente sindical pelega aceita essa orientação, afinal, faz muito tempo que Lula não sabe mais o que é um movimento social. E, para desgraça do movimento, fica dando argumentos à patronal para explorar mais ainda os trabalhadores em nome da crise.
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