"Lula é o cara, o político mais popular do mundo", disse Obama na reunião do G20, em Londres. Gordon Brown citou Lula para defender uma solução global para a crise. Lula sai em foto ao lado da rainha da Inglaterra, tendo do outro lado Gordon Brown, que, por sua vez, veio ao Brasil fazer a defesa das suas propostas para o G20. Sarkozy e Lula, juntos, defendem o fim dos paraísos fiscais e querem ações concretas do G20. Analistas ingleses vêem Lula com o porta-voz dos países emergentes. Por fim, ainda hoje Lula jantará com o presidente chinês antes de voltar ao Brasil. Nunca na história do mundo um cara do terceiro mundo ocupou tanta mídia entre os ricos e famosos como parceiro confiável. Obama tem razão.
O pouco que se avançou no documento final do G20 vai ao encontro do que a diplomacia brasileira pretendia para a crise e para a geopolítica, como retomada da rodada de Doha, maior regulamentação das operações de risco, fundo de apoio à criação de empregos, etc. O Brasil colocou na mesa de discussão com as grandes potências capitalistas a proposta de um assento para no Conselho de Segurança da ONU, o Real na cesta de moedas internacionais, maior participação do Brasil no FMI e outras medidas de afirmação do Brasil como membro do clubinho mais fechado, do G10, que ainda não existe, pois a partilha só chega hoje ao G8.
Lula vem firmando o Brasil como parceiro confiável do capital internacional. Muito mais que os antecessores, os neoliberais colonizados. E colocando o Brasil como a potência da América Latina que segura as barras de Morales, Chávez e outros, ao ser amigo de todos e dos grandes. O lado positivo é que a política externa brasileira não tem submissão à americana, como em períodos anteriores. É multilateral, no sentido de buscar mercados, e de atrair investidores. Lula disse certa vez a empresários brasileiros que não deveriam ter medo de criarem multinacionais. Ao invés do Brasil ser mais uma colônia do império, agora mostra ter domínio político e até econômico sobre um continente e influência no mundo. E isso é moeda de troca.
Já dizia Lênin que o imperialismo seria a forma superior do capitalismo, e isso pressupõe a divisão do mundo entre as grandes potências. O mundo atual tem mais caciques que os do tempo de Lênin, e o sistema colonial formalmente acabou. Esta reunião do G20, com as grandes nações capitalistas no banco dos réus, culpadas pela crise, tem essa demanda por uma nova partilha de poder sobre o planeta. E o Brasil está lá, defendendo o seu quinhão no capitalismo mundial. A China, India, África do Sul, Rússia e outros também. Juntas, essas 20 maiores economias representam 88% do PIB mundial.
Hoje deve ter demo e tucano se contorcendo, porque justo o operário sindicalista tinha que fazer a projeção imperialista do Brasil. Não adiantou nem FHC andar de Sucatão e falar na língua dos colonizadores. Tiveram que engolir Lula com Aerolula e falando em mau português para os outros ouvirem.
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