Quem acompanhou o episódio da retomada do BB pelo governo pela mídia fica com a impressão que os bancos são uns coitados. Faltaram dizer que a queda dos juros estimula a economia, e isso é bom para todo mundo. Exceto para o cartel dos bancos.
O governo já tinha liberado recursos dos depósitos compulsórios, que os bancos, ao invés de emprestarem, meteram em títulos públicos para ganharem sem riscos. Já havia baixados os impostos e os juros, e nada de reflexos nos juros. Agora, com o possível fim da ocupação do BB pela "blindagem" neoliberal, pode surgir crédito mais barato, mas não é suficiente.
A sociedade tem que se manifestar, indo às ruas contra os banqueiros, em sintonia com o que acontece por todo o mundo, por serem os bancos, na melhor hipótese, parasitas das poupanças populares e exploradores do setor produtivo. No momento atual, são os criadores da crise. Não faz sentido vermos as taxas que estão no ranking do Banco Central, variando, no caso de crédito pessoal, de 0,9% a 21% ao mês.
Os bancos apostam no fracasso da tentativa de redução de spread via concorrência do BB e CEF, para garantirem seus altos lucros e para desmoralizarem o governo. Cabe a Lula usar sua "obcessão contra o spread" para botar moral no Meireles, e baixar, na próxima reunião do COPOM, os juros em, no mínimo, 2%. Assim, reduz os juros da dívida pública, sobrando dinheiro para gastos, e força os bancos a concorrerem. Como não há no momento ameaças inflacionárias, pode-se chegar ao fim do ano com taxa básica de juros nos patamares da TJLP, algo em torno de 7% ao ano, bastando a queda do spread para elevar o poder aquisitivo das famílias e do setor produtivo.
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