Hoje foi anunciado o fracasso nas negociações entre os governos brasileiro e paraguaio sobre a pretenção do vizinho em rever as tarifas de venda de energia previstas no Tratado de Itaipu, e que estão abaixo do valor de mercado. Diferente do acordo do gás com a Bolívia, onde as condições pró-Brasil eram leoninas em preços, o Paraguai não tem nada a reclamar.
O modelo de negócio montado para a construção de Itaipu levou em conta que o Paraguai praticamente não desembolsaria nada com a implantação da usina, e coube ao Brasil tirar empréstimos para fazer tudo. O Paraguai pagaria ao longo de um período estipulado vendendo o excedente da sua parte, ou seja, tirando o que consumisse, o resto seria vendido ao Brasil por um preço estipulado em acordo. Finda essa amortização do investimento, o Paraguai ficará livre para vender a sua parte a quem quiser.
Para atenuar o chororô do Paraguai, o governo brasileiro apresenta propostas em outras áreas, como linhas de financiamento do BNDES e outras que não são doações, apenas facilidades para que o vizinho compre produtos e serviços brasileiros. No Tratado de Itaipu não se mexe, e Lugo sabe disso. Nesse jogo de xadrez diplomático, onde o bispo costuma comer damas, temos o rei bem protegido, e só um erro pode fazer o Brasil tomar um xeque-mate
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