Ninguém gasta dinheiro para desmatar a Amazônia apenas por vilania. Tudo é para abrir espaços para atividades de exploração econômica, a começar pela venda das madeiras extraídas. E o governo é ineficiente no combate ao desmatamento, pois sequer há um mapeamento de propriedades confiável, muita grilagem, pouca estrutura de fiscalização e muita corrupção.
Essa luta chegou ao Congresso, onde os ruralistas enxertaram numa Medida Provisória que tinha como objetivo regularizar o uso da terra alguns itens que facilitam a entrega de terras públicas à grilagem. Tentaram até derrubar o ministro do meio-ambiente, Carlos Minc, porque ele também vem combatendo a proposta dos ruralistas de alterar o código florestal para reduzir as áreas de preservação em cada propriedade.
A ONG Green Peace tomou a iniciativa de estudar a cadeia produtiva da carne, gerou o documento "A farra do boi na Amazônia" e repassou ao Ministério Público um relatório que aponta a relação entre o desmatamento irregular e o fornecimento a frigoríficos e destes a supermercados como Wal Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, que já se comprometeram a exigir dos fornecedores a certificação de origem dos produtos a partir de fazendas regulares. Simples e eficiente. Poderiam fazer o mesmo com as cadeias produtivas da soja e do etanol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário