Há algum tempo, queria que o governo botasse dinheiro público na Varig para salvá-la e à polpuda verba de patrocínios culturais. Depois, mostrou a bunda ao público que vaiou uma de suas peças teatrais, levando um processo que chegou ao STF (que coisa, julgar um bundão!), sendo absolvido em situação de empate. Agora quer a privatização da Petrobrás, porque diz estar cheia de petistas. E cheia de dinheiro para patrocínios culturais também que, criteriosamente, que esperamos estarem sendo destinados a produções artísticas de qualidade. Gerald Thomas, para a imensa maioria que não o conhece, é produtor teatral. Produz para poucos, mas faz estardalhaço para muitos, o que o torna ao mesmo tempo desconhecido no que faz e popular pelo que diz.
Infelizmente, a produção cultural depende muito do patrocínio oficial e do mecenato, ou seja, de pessoas ricas bancarem os projetos, ou o próprio governo. A Lei Federal 8313, de Incentivo à Cultura, conhecida também por Lei Rouanet, prevê incentivos a quem queira financiar projetos culturais, com deduções de até 100% do valor do investimento no imposto de renda. Como o financiamento das empresas usa o benefício da lei, e ainda rende dividendos de marketing societal pela "promoção à arte e cultura" nos balanços e propagandas, quem banca mesmo tudo isso é o dinheiro do contribuinte, via abatimentos do imposto de renda. A gente é mecenas e nem sabe disso...
Isso leva uma parte dos produtores culturais a andar de pires na mão atrás desses recursos, e, nesse processo, acabam adaptando suas criações aos ditames dos patrocinadores e à ideologia dominante do Estado ou de governos. E também cria vícios, quando alguns figurões do "métier" cultural julgam que estão sendo discriminados, porque não conseguem acessar às fontes. E, claro, também cria muitos rancores. Tem um ex-cineasta muito conhecido que só conseguiu rodar filmes no tempo da ditadura com as verbas da Embrafilme. Hoje destila seu ódio ao governo como comentarista num programa de TV. Não sei se é o caso do Gerald Thomas, mas é estranho querer acabar com o que chama de "petismo" na Petrobrás entregando-a aos tubarões. Ainda bem que ele não é médico, porque seu método o levaria a matar os pacientes para curar as gripes. É um bom nome para ministro da Cultura tucano ou do DEMo.
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