A Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro fez o estudo "A economia do tráfico na Cidade do Rio de Janeiro : uma tentativa de calcular o valor do negócio", um estudo inédito sobre a contabilidade do tráfico de drogas no município do Rio de Janeiro. Os dados têm imprecisões, já que partem de estimativas de valores, de usuários por drogas, de número de "profissionais" da "cadeia produtiva", de armamentos necessários para a segurança, de perdas por apreensões e de "impostos"(subornos), mas são uma boa tentativa de quantificar a rentabilidade do "negócio" e possibilitar a análise do comportamento dos traficantes em busca de maiores lucros. A revista Superinteressante 267, de julho, traz um infográfico muito esclarecedor do modelo de negócio.
A conclusão do estudo é que o lucro anual de R$ 26,54 milhões resulta de um faturamento de R$ 316,68 mi deduzidos R$ 290,14 mi de custo total. O lucro sobre receitas seria de 8,38% anuais, ou seja, seria melhor que o tráfico aplicasse no mercado financeiro para ganhar sem fazer nada. Por isso, deduz o estudo, o narcotráfico procura expandir seus negócios aproveitando melhor seus "pontos de venda", aumentando o "mix"de produtos e serviços com a venda de botijões de gás, tv a cabo pirata e segurança, entre outros. É muita desgraça para pouco dinheiro.
Os banqueiros não devem ter gostado do estudo. É que fica cada vez mais patente que o melhor negócio no Brasil é banco, que desgraça a vida de muita gente, suga recursos das famílias, vicia, escraviza e, por mais imoral que pareça a usura praticada aos níveis nacionais, o negócio continua legalizado. Confirmados os dados do estudo da Secretaria de Fazenda, estará detonado o mito do tráfico como o melhor negócio do mundo. No governo do "esquerdista" Lula, a rentabilidade dos bancos atingiu números generosos, obscenos comparados aos países capitalistas centrais. No primeiro trimestre de 2008, a média chegou a 21,8% para a rentabilidade da intermediação financeira, muito superior à merreca de 8,38% da intermediação de drogas.
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