Na primeira página de O GLOBO de hoje estava o destaque: "Lula chama os críticos do Bolsa Família de imbecis". No subtítulo, escreveu: "E volta a defender Sarney, ameaça importar computadores e até proibir venda de jogador". Quando vi isso, corri para ver o que o Lula disse e o jornalão carioca descontextualizou, prática bastante corriqueira na propaganda anti-Lula das organizações Globo. Por terem misturado assuntos para a crítica mais contundente, percebi que Lula deixou os marqueteiros da direita enervados, porque dar reajuste de 9,68% a um benefício social que aquece a economia e dá votos, é muito para quem odeia pobres. E quer para si todos os benefícios dos impostos, opondo-se a gastos sociais.
Eis o que disse Lula ontem, segundo o Estadão: ""Ignorante é quem ainda acredita que o Bolsa-Família é esmola, é assistencialismo." ... "Segundo ele, enxergar o Bolsa-Família como assistencialismo é ver o País de "forma simplista". "Tem gente tão imbecil e ignorante que ainda fala que o Bolsa-Família é para deixar as pessoas preguiçosas, porque quem recebe não quer mais trabalhar", disse o presidente. "A ignorância é de tal magnitude que as pessoas pensam que um ser humano vai ganhar R$ 85 e vai deixar de ter perspectiva que ganhar os R$ 616 que a Mônica que vai ganhar por um trabalho decente." Mônica Barroso, de 28 anos, foi uma das alunas que receberam ontem o diploma de pedreira, com emprego garantindo. Ao todo, 457 alunos da capital mineira receberam certificados em cursos de formação como pedreiro, eletricista, torneiro mecânico e pintor, entre outros. Os cursos fazem parte do Plano Setorial de Qualificação e Inserção Profissional para o Bolsa-Família. " Eu não chamaria esse tipo de crítica preconceituosa e mentirosa de "imbecil", mas de canalha mesmo, pela má-fé explícita.
Apesar de ter razão, Lula não aprendeu até hoje que usar certos termos no palanque num contexto restrito pode até conquistar alguns aplausos, mas a mídia da elite captura cada palavra para usar como torpedos contra ele, para todo o país, com uma intensidade destruidora. É como o Obama: chamou de estúpida a ação da polícia por prender um professor negro, a imprensa caiu de pau e ele teve que literalmente dar uma cervejinha ao policial e ao professor na Casa Branca para limpar a barra. O pior é que, no dia seguinte, os fabricantes americanos de cerveja protestaram porque só serviram cervejas estrangeiras...
Não tem jeito: a elite não gosta de negros nem de sindicalistas. Quando o assunto é impopular para a direita, os canais de mídia não dão o mesmo destaque como, por exemplo, ao fato do DEM ter entrado no STJ com pedido para suspender as cotas para negros nas universidades federais, coerente com sua ideologia de refundar as senzalas e garantir as vagas para os mais abastados, via-de-regra, não negros, que podem estudar em bons colégios. E também representaram contra os pobres do PROUNI. Cadê o amplificador da mídia para dizer a todo mundo que o partido do Agripino Maia, do Rodrigo Maia e do Arruda quer barrar uma política de inclusão social, criando dificuldades para negros e pobres ascenderem?
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