Nunca tinha ouvido falar ou lido sobre a obra do novo centro administrativo do governo mineiro, em construção a todo vapor na área do antigo Jockey Clube em Belo Horizonte, pela bagatela de R$ 1,2 bilhões, 26% a mais que o licitado, apenas em obras civis, fora mobiliário, instalações de informática, etc. Essa quantia distoa do discurso do governo Aécio Neves, do PSDB e candidato a candidato à presidência em 2010, que pregava a austeridade, negou reajustes a servidores e praticamente não realizou investimentos no seu governo.
O projeto é de Niemeyer, talvez o seu mais ousado, com o prédio do governo suspenso por cabos em uma laje apoiada em 4 grandes pilares, com 150 metros de vão livre, um recorde mundial. Tirando-se as considerações ao espetacular projeto, o que temos é uma obra faraônica, que Aécio quer inaugurar a toque de caixa para associar a sua modernidade à sua imagem. Algo que o também mineiro JK fez com Brasília, e deu certo.
"Neveslândia", como o projeto faraônico tem sido chamado por alguns dos seus críticos, é tocada por diversos empreiteiros contribuintes de campanhas do PSDB. Não aparece na mídia nacional porque não interessa à direita abrir flancos para ataques a Aécio. Como a imprensa de Minas é toda controlada pelos mesmos grupos, praticamente não há vozes distoantes. Se fosse coisa de Lula, o pau cairia sobre a obra faraônica implacavelmente. Coisas da política. Se for presidente do Brasil, Aécio poderá, a partir das suas pirâmides, prometer levar o mar até Minas.
O mesmo "zelo" do Governo de Minas pelo belo não vi, em outubro de 2008, com as obras de Aleijadinho em Congonhas. Um absurdo!
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