O "Atlas do Bolso dos Brasileiros" acaba de ser publicado pela Fundação Getúlio Vargas, e traz a demonstração dos efeitos dos programas de transferência de renda governamentais sobre a redução da miséria da classe "E", onde estão os 29,8 milhões de brasileiros com renda domiciliar abaixo de R$ 137 por pessoa. Baseada nos dados mais recentes obtidos pelo IBGE, a pesquisa atesta que o programa Bolsa Familia é o mais eficiente para o combate da pobreza, e tem como vantagens o custo fiscal pequeno e o benefício substancial para quem precisa.
Para as classes A, B, C e D, o principal benefício é a previdência social. Para dar idéia do impacto da previdência na renda dos brasileiros, 28,8% dos recursos que chegam aos bolsos dos cariocas vêm de aposentadorias, fazendo a cidade do Rio de Janeiro a que tem a maior proporção entre as capitais brasileiras. Alagoas, que é o estado mais pobre do Brasil, tem a maior participação do Bolsa Família na renda total, com 4,43%, enquanto o Rio de Janeiro, o de menor impacto, tem 0,79%.
Comparando os governos recentes, no fim do governo Collor a classe "E" abrangia 34,96% da população brasileira. No fim do governo FHC, com os impactos do Plano Real, o índice caiu para 28,12%. No fim de 2008, no governo Lula, o número caiu para 16,02%.
Esse trabalho científico da FGV é uma verdadeira bomba para os opositores das transferências governamentais, sejam eles os inimigos das aposentadorias que fazem o discurso da necessidade de reformas da previdência para reduzir o "rombo" das contas públicas, ou os que atacam o Bolsa Família pela sua vertente de assistencialismo com potenciais eleitoreiros. A cada reajuste do salário mínimo acima da inflação e, a partir de 2010, com ganhos reais para todas as aposentadorias, um efeito formiguinha atinge a economia nas mais remotas extremidades da capilaridade da economia brasileira, trazendo um benéfico efeito multiplicador na macroeconomia.
Os que por preconceito ou interesse na exploração da miséria gostam de fazer discursos contra os programas sociais não levam em conta os milhões de brasileiros que deixam de migrar para os grandes centros por terem condições de subsistência para se manterem nos seus lugares de origem. Depois ficam reclamando do inchaço, da desordem urbana e da violência nos grandes centros, e pedem mais dinheiro para o combate ao crime. Os números estão aí para mostrar a realidade que a má-fé de alguns tenta ocultar a todo custo.
Não dá para comparar o Governo Lula com os governos que o antecederam no período pós-ditadorial: Sarney, Collor, Itamar e FHC foram fracassos em termos de distribuição de renda e implantação de políticas públicas efizaces de combate à pobreza.
ResponderExcluirSome-se às políticas de transferências de renda, as do Plano de Desenvolvimento da Educação, de Luz para Todos, de combate ao trabalho escravo e outras tantas, que teremos o maior conjunto de políticas públicas inclusivas desde a Era Vargas.
Resta a implantação da "Renda Mínima", de autoria do Sen. Eduardo Suplicy, já aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente Lula - mas ainda sem verbas aprovadas no PPA, LDO e LOA.