segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Bancos públicos superam privados em ativos

O nefasto oligopólio bancário privado brasileiro, que tem em Henrique Meireles o seu líder máximo à frente do Banco Central, apostou na crise para derrotar Lula e em continuar ganhando sem risco mamando juros da dívida pública, enquanto o governo botou os seus bancos para dar crédito e financiar o consumo para alavancar a saída da crise. Ganhou a estratégia do governo, mas não abalou em nada a vida mansa dos bancos privados, que simplesmente não moveram uma palha para entrar na concorrência, apostando nos altos "spreads", tarifas e financiamento da dívida pública.

Quando Lula mandou o BB emprestar, e o tucanato privatista resistiu, teve que trocar a alta direção do banco para haver afinamento com as políticas governamentais. As vozes do mercado vieram em defesa do "BB de mercado", que vinha seguindo o caminho da privatização. Apostaram na derrocada e se deram mal. BB, CEF, BASA, BNB, BNDES passaram a frente dos bancos privados nacionais em ativos e em lucros, fazendo o que banco tem que fazer : emprestando dinheiro. Mesmo assim, em 2009 o juro médio cobrado no cheque especial subiu em relação a 2008, mesmo com a queda da taxa básica de juros (SELIC).

Tomara que o Meireles concorra a qualquer coisa e tenha que deixar o BACEN em abril, e não nomeiem outro tucano no seu lugar, para termos finalmente a esperança de uma queda consistente dos juros até o fim do governo Lula. Gostaria de ver essa banqueirada inútil tendo que correr atrás do mercado já dominado pelo setor público, mas isso é praticamente impossível, porque controlam o governo por fora.

Outra coisa: a FIESP e outras entidades empresariais ligadas ao setor produtivo vivem reclamando dos bancos, das taxas de juros, dos altos "spreads". Por que não montam seus próprios bancos para o financiamento industrial, fugindo aos agiotas de carteirinha do mercado? Ainda não entenderam que os bancos privados que aí estão não são solução "de mercado" para os seus problemas, e que precisam internalizar a função de financiamento?

Saudades dos tempos que a gente tinha como bandeira a "estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores", lá pelos anos 80, já tendo a compreensão do papel predatório dos banqueiros, que em nada contribuíam para a melhoria das condições de vida dos brasileiros. Se os bancos privados não servem ao setor produtivo nem à população, para que sustentá-los com o nosso suor?


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