O carnaval carioca funciona à base de patrocínios institucionais. Poucas escolas vão à Marquês de Sapucaí com temas que não tenham sido previamente acertados com empresas e governos. Até a Venezuela já patrocinou a Vila Isabel, ganhando o carnaval com enredo sobre Bolivar. Esses patrocínios são feitos de forma obscura, já que é impossível licitar entre as escolas o menor preço para um objeto impossível de descrever e quantificar com alguma precisão. A coisa é feita sem licitação mesmo, e aí, entra desde o superfaturamento a ingressos gratuitos e até passagens para autoridades e suas famílias desfilarem na avenida.
Se a Quadrilha do Panetone não for afastada do poder e não tiver cada contrato vasculhado pelo judiciário (Tribunal de Contas do DF não vale, já que faz parte do governo), poderemos ter nos festejos dos 50 anos de Brasília a maior derrama de propinas que o país já assistiu. Imaginem a quantidade de shows, desfiles, decorações e propagandas feitas sem licitação, quanto não renderão para cuecas, meias, malas e bolsas? Corremos o risco de ver, como sugeriu Joãozinho Trinta, um carro abre-alas representando um enorme panetone, e sobre ele, sambando e rindo da nossa cara, toda essa turma, cantando o Samba da Propina. Brasília não merece isso.
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