Publicada pelo IBGE hoje, a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009 deve ser lida diretamente no site, já que a mídia coloca em destaque apenas as partes negativas do relatório, e foge à comparação com a pesquisa anterior, feita em 2002/2003. Ou seja, a comparação é direta entre os períodos de Lula e FHC, e a evolução na qualidade de vida é sensível.
Há coisas interessantes e preocupantes, como o crescimento do gasto com transportes ter se igualado ao gasto com alimentação. Vale a pena olhar os dados e tabelas, para perceber que, mesmo com algumas melhoras, as desigualdades continuam imensas entre gêneros, grupos étnicos, diferentes escolaridades e regiões do país. Alguns exemplos:
"No Brasil, a despesa média per capita dos 10% das famílias com os maiores rendimentos (R$ 2.844,56) era 9,6 vezes a dos 40 % com menores rendimentos (R$ 296,35). Essa disparidade constatada pela POF 2008/09 está menor que seis anos antes, quando era de 10,1 vezes."
"A pesquisa também constatou uma melhoria na relação entre as despesas e o rendimento das famílias. Em 2002/03, os 85,3% das famílias com os menores rendimentos tinham, em média, despesas superiores ao que recebiam mensalmente. Já em 2008/09, eram os 68,4% com os menores rendimentos que estavam nessa situação."
"Pela segunda vez, a POF investigou a percepção subjetiva da população sobre alguns aspectos da sua qualidade de vida. Em 2008/09, cerca de 75,2% das famílias declararam algum grau de dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento que recebiam. Em 2002-2003 esse percentual foi de 85,0%."
"Quanto mais anos de estudo tinha a pessoa de referência da família, maiores eram as despesas médias mensais. Para famílias em que a pessoa de referência possuía menos de um ano de estudo, a despesa média mensal foi de R$ 1.403,42. Nas famílias com pessoa de referência com 11 anos ou mais de estudo, esse total foi quase 207% maior (R$ 4 314,92). Em relação à POF 2002/03 houve expressiva redução dessa diferença, que era cerca de 400%."
"Em 2008/09, 64,5% das famílias declararam ter alimentos em quantidade suficiente para chegar ao fim do mês, contra 53% em 2002/03. A POF também investigou se as famílias consumiam (sempre, nem sempre ou raramente) seu alimento preferido: em 2002/03, 73,2% declararam alguma insatisfação, contra 65% em 2008/09"
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