A sempre atenta mídia do caos aéreo aproveitou ontem a queda de um Learjet no mar, no final da pista de pouso do Santos Dumont, para fazer mais uma carga pela privatização da Infraero. Uma das razões seria a pista do aeroporto carioca ser muito curta, com apenas 1323 m. O avião teve problemas quando ia para o outro aeroporto da cidade, o Tom Jobim (Galeão), onde iria pegar a apresentadora Xuxa para viajar a Recife.
Em condições normais, o Learjet 55 precisa de 800m para pousar, mas em caso de emergência pode precisar do dobro de pista. Já se fala que a aeronave teria ficado sem uma das turbinas e teria furado um pneu, para justificar o uso da pista além do limite, que é o mar, já que não tem área de escape. A questão que fica é se não seria melhor, em situação de emergência e já que a aeronave estava próxima à pista do Galeão, muito mais extensa. Por que não pousou lá?
O Santos Dumont foi construído a partir de um enorme aterro na Baía de Guanabara, com o desmonte de um morro do centro da cidade, e parece mais um porta-aviões. Mesmo assim, durante toda a sua história teve raros acidentes.
Outra bobagem recorrente é a dos entrevistados falarem que a suspensão das operações e o tumulto causado pelo incidente, com atrasos em diversos vôos, é do tipo "imaginem isso na Copa ou nas Olimpíadas". Quer dizer então que o cidadão aeroportuário brasileiro se sente inferior ao turista estrangeiro, já que para si próprio não importa muito o problema, como parece nas matérias da mídia? Coisa de auto-estima de vira-latas.
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