O vídeo vazou para a Internet, expondo a ex-funcionária pública, já exonerada. Detalhe: a filmagem não fez parte do conjunto de provas. O processo por abuso policial dos dois delegados da Corregedoria foi arquivado. Nada disso teria chegado ao conhecimento público se não fosse a reportagem da Band, que mostrou parcialmente o vídeo humilhante. A partir daí, o governador de SP, Geraldo Alckmin, "pediu explicações" para o caso. A coisa fedeu, a Ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, ficou indignada e pediu investigação, o Ministério Público também quer reabrir o caso e finalmente os policiais foram afastados.
Fica a dúvida: se a polícia faz assim com os seus, dentro de uma delegacia, colhendo provas com a violação da lei, e tudo é arquivado, imaginem as atrocidades que podem ser feitas contra os cidadãos comuns. Além do crime de atentado violento ao pudor, o acobertamento pelas esferas superiores é hediondo. O governador fica indignado mas não toma as atitudes que o caso requer, como se a polícia não estivesse sob sua subordinação. Podia acontecer com qualquer mulher. O fato da escrivã ter cometido um crime não autoriza o poder público a expor a sua intimidade à execração pública. Como a mídia não cobra de Alckmin suas responsabilidades, resta aguardar os desdobramentos judiciais contra os agressores.
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