A julgar pelo tacão burocrático do partido, "proibindo" manifestações de militantes contra Obama, o PSOL vai inchar nos próximos dias, porque isso não vai calar as pessoas, mesmo ficando de fora da festinha privê no Teatro Municipal. A Cinelândia deve encher de manifestantes anti-imperialistas, protestando contra a presença e, pior, a submissão das autoridades culturalmente colonizadas fazendo homenagem não à pessoa do Obama, que tem toda a aura de ser um cara normal, legal, familiar, etc, mas ao Presidente dos Estados Unidos da América, algoz de meio mundo na defesa dos seus interesses.
As pessoas coerentes que fizeram o PT ser um partido diferente, e ainda estão dentro dele incomodando, só sairão expulsas, algo que os burocratas do partido não teriam o menor pudor de fazer, dada a degeneração vigente. O PT virou uma espécie de família de emergentes, que ascende socialmente e quer esconder o passado de pobreza, pisando em cima dos parentes "problemáticos" que não "evoluiram". O livro "A Revolução dos Bichos" de George Orwell explica esse processo.
Os EUA nos devem muita coisa, a começar pela intromissão em assuntos internos que culminaram com o golpe de 64, com a reativação da frota do Atlântico para nos ameaçar tanto a Amazônia como o pré-sal, o dumping e sobretaxas a produtos brasileiros de exportação, as restrições a vistos, o patrocínio à midia manipulatória e a candidatos de direita. Se formos falar da América Latina e do Oriente Médio, a lista de razões anti-americanas crescerá muito. Não temos motivos para estender tapete vermelho ao representante do império.
Quanto ao PT, ser reconhecido por um protesto contra o imperialismo é um elogio, uma coisa natural. Já houve tempo que petista era o mesmo que chato, instigador, provocador, intolerante e radical na defesa de princípios. Hoje só uns poucos ostentam essa "pecha", e eles certamente estarão no domingo protestando do lado de fora do Teatro Municipal, no Rio. Gostaria muito de ser "culpado" por estragar a festa da submissão por ser petista.
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