Que o Brasil precisa de uma grande fonte de energia nos próximos anos parece razoável, a não ser que façamos exercícios de apagões e racionamentos ou que seja decretada uma recessão econômica por falta de eletricidade. Que a energia hidrelétrica é a mais limpa e barata, é consenso. Que Belo Monte tem uma relação de energia produzida (kWh) por Km quadrado alagado bem melhor que todas as grandes usinas similares brasileiras, é fato. Então, porque essa celeuma toda?
Agora se afirma que houve falta de transparência, que não foram consultadas as comunidades tradicionais da região, e depois do episódio da OEA os colonizados dirão que o Brasil poderá sofrer sanções internacionais, etc e tal. A questão é: e se não for Belo Monte, o que será? Esse diálogo ninguém faz. Tudo que temos até aqui é a determinação do governo de fazer, coerente com uma perspectiva de crescimento de demanda, e o posicionamento contra, sem propor substitutivos, como se evitar a construção não trouxesse consequencias.
Apesar do momento não ser propício, descartada a possibilidade de fazer hidrelétricas e diante da ineficiência das energias alternativas até aqui (solar, eólica, maremotriz) e da demanda real, o governo brasileiro tenderá a reforçar a componente nuclear da matriz energética. Logo as principais usinas hidrelétricas das décadas de 60 e 70 chegarão ao limite de operação por assoreamento.
Ainda é tempo de conciliar desenvolvimento com produção de energia e a questão ambiental. Não creio que Dilma, que tem experiência no setor energético, não investirá em fontes geradoras de gases do efeito estufa, como termelétricas, mas não será irresponsável a ponto de deixar a situação chegar a um impasse. Também não desistirá de nenhuma hidrelétrica, e caso seja impedida de construí-las, optará pela aceleração da construção de usinas nucleares.
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